Capítulo 34 - Perigo nas olimpíadas

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Martha acabava de chegar com Zipp no jardim de trás do colégio.

— Muito bem, aqui estamos — abriu o zíper da sua mochila repousada no chão e o tirou de lá. Pondo-o para fora, a pequena criatura pode ver claramente o jardim, iluminado por esguios feixes de luz, meio tampados pelas nuvens. O local parecia uma cópia perfeita de um bosque, apesar da maior parte das árvores estarem despidas de folhas e muitas flores ainda estarem fechadas. — Infelizmente, estamos no início do outono e a visão do jardim não é uma das melhores. Mas, sorte sua que eu sou a melhor quando se trata do atributo da Natureza.

Com um abanar de ambos dos seus braços, Martha fez algo impossível para humanos normais.

Em uma questão de segundos, as árvores nuas começaram a ser cobertas pelas belas camadas verdes e avermelhadas de folhas, vestes naturais que as embelezavam como um tecido de cores vivas, ainda mais intensas do que seriam na primavera. As flores desabrocharam com vivacidade em um instante, como se o outono tivesse acabado subitamente e pulado o inverno, chegando na enfim estação do florescer.

Quando o vento atingia de leve o jardim, parecia que o local todo estava em uma serena dança sincronizada. As árvores balançavam de uma maneira gentil, enquanto Zipp começava a quicar no chão, agitado pela subirá mudança do local, agora tão vivo e belo se comparado a segundos atrás.

— Pronto, agora sim você pode ir brincar nas árvores — falou ofegante devido ao cansaço de usar o seu poder. Repousou as mãos nos joelhos levemente dobrados. — Com o meu Hing, eu só posso manter o jardim nesse estado por uns 15 minutos, por isso aproveite bem. Quando o tempo acabar, vamos voltar ao Poço, ok?

Antes mesmo dela terminar de falar essa frase, Zipp já saltitava alegre, desaparecendo por entre as árvores e arbustos.

Aproveitou o belo clima e seu cansaço e recostou as costas em um pequeno carvalho, descansando do seu poder.

Observou radiante o seu animalzinho, brincando e saltando de galho em galho, quase desequilibrando de vez em quando. Sempre amou animais, e os de Aardeius sentia uma ligação muito maior.

Tal fato fez sua mente leva-la a um momento mais simples de sua vida. Uma pequena Martha criança descansando no tronco de uma árvore, cujas folhas tinham um verde de maior intensidade, o corpo inundado pelos raios solares e uma felicidade de alguém que apenas focava nas coisas simples.

Lembrava-se das vezes que saia para passear com seu pai e descansava numa mesma árvore, sempre que eles saíam. Era praticamente seu lugar oficial de descanso.

Não soube porque, mas se lembrou de uma vez que seu pai a levou para aquele mesmo lugar, seu favorito de sua infância, e fora se encontrar com outros 3 homens. Não se lembrava muito bem. Era pequena demais e estava muito cansada, depois de brincar tanto, mas talvez fossem parceiros de negócios dele. Nunca soube. O pai nunca falara muito deles.

Fechou lentamente os seus olhos, deixando o corpo finalmente ser tomado pelo alívio dessa pequena jornada e de suas lembranças, aliada ao grande desgaste pelo uso de seus poderes.

Ben terminava de lançar o seu peso de chumbo quando deu a décima olhadela para os arredores, procurando algum sinal da loirinha, sem sucesso. Por pouco que acertou a cabeça de um outro aluno, que praticava lançamento de vara. Ele berrou uns palavrões para Ben, que nem prestava atenção ao seu redor.

Lançou a cabeça de uma extremidade das arquibancadas para a outra, a procura de algum resquício amarelo pequeno.

— Que estranho — comentou Ben para a pessoa mais próxima dele. — A Matt nunca se atrasa. Principalmente pelo fato dela crescer vendo a hora diretamente olhando pro sol. Não acha isso estranho?

Tribos da Luz: O Retorno InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora