Capítulo 17 - Pessoas iguais a mim?

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É assim que eu vou morrer?...... Ao menos.... Não queria que fosse comigo me sentindo tão fraca e tão mal.

Não soube porque, mas sentiu a vontade de abrir os olhos. Talvez para conseguir ver algo, antes da sua iminente morte.

Ao erguer seu olhar para a fera que ia acertá-la, notou, enquanto apertava fortemente os olhos, um vulto alto e dourado, que desferiu um soco vindo por baixo, acertando o queixo peludo da fera e a arremessando para o outro lado do corredor.

Wendy levantou o seu olhar rápido, impressionada com a força dele, ao notar a trajetória que a fera estava sendo levada. Viu um garoto um pouco maior do que ela lançar um monstro com o triplo do seu tamanho para longe.

— Você está bem, ruiva? — perguntou Ben, estendendo a mão para ela. Mas quando viu o ombro deslocado e seus ferimentos, abaixou a mão, apoiando-a sobre o joelho. — Minha nossa, deve ter passado por uns maus bocados, hein?

Depois de uma análise rápida com o olhar, virou seu olhar para San, que aproximava-se deles.

— Eu achei que fosse o seu trabalho não deixar que coisas assim acontecessem — falou Ben para San, que recuou rapidamente, o rosto corado e encolhido. Soltou um suspiro cansado. — Ah, deixa. Só ajuda ela enquanto nós cuidamos daquele monstrinho.

Coçando a cabeça, se levantou e caminhou calmamente até a fera que já se levantava, deixando Wendy sobre os cuidados de San.

— Espera — falou Wendy. — Você vai lutar contra esse monstro sozinho?

Ben soltou um olhar de relance para a ruiva, nem um pouco amedrontado e com uma expressão que esbanjava toda a ousadia que um jovem daquela idade teria, e disse:

— Esqueceu que somos uma equipe?

Equipe.....

Brotavam por entre os corredores Demétrius e Martha, que já se lançavam até a fera.

Ao ver os três avançarem em conjunto no monstro, que fitava eles com aqueles ferozes e largos olhos de esmeralda, ela conseguia entender do porquê de eles terem tanta confiança uns nos outros.

San agachou-se para ajudar Wendy, sentada ao chão, as costas ainda grudadas na parede.

— Não se mexa, por favor — ao dizer isso, San pousou a palma das duas mãos no ombro deslocado da ruiva, uma pequena faísca de luz azul ciano irrompendo de suas mãos. Em poucos instantes, os ferimentos de Wendy não doíam tanto. Passaram de uma dor insuportável para uma mera dor incômoda. Quando ela forçou o olhar, notou que sangramento parava e suas costas não estavam mais doloridas. Com o cessar daquela de luz, San se levantou. — Ótimo, tenta levantar agora.

No início, ela achava que se levantaria toda dolorida. Mas, ao se levantar, notou que não sentia mais nenhuma dor. Nem o seu ombro estava com aquela ligeira dor incômoda. Ela o tateou rapidamente.

— Você me curou?! — falou Wendy, perplexa. Ela virou seu olhar para San, feliz pela sua recuperação. Depois de um pensamento rápido, ela disse com entusiasmo: — Você é um tipo Suporte?

San deixou escapar um ligeiro riso.

— Pode se dizer que sim. O problema é que isso toma muita da minha energia. Então, se eu usar a cura demais, eu posso acabar desmaiando.

Wendy conseguia se identificar com esse sentimento. Lembrara-se que, toda vez que usava seus poderes em excesso, acabava ficando muito cansada, mesmo não tendo feito tanto esforço físico. Não sabia se ficava feliz ou triste em saber que existiam outros que compartilhavam de tal fraqueza.

— Mas é claro que aqueles três ali não vão se cansar tão facilmente — San apontou de relance para os três que lutavam contra a fera.

Wendy se virou para ver o combate deles. Demétrius balançava as mãos e fazia com que os objetos em pedaços no chão se levantassem e se atirassem em alta velocidade na fera, que recuava cada vez mais rápido. Ela rosnava de raiva, não conseguindo avançar neles, pois quando os objetos o atingiam, se levantavam rapidamente, acertando as suas pernas. Wendy supôs que ele usava a mente para poder mover os objetos.

Tribos da Luz: O Retorno InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora