Capítulo 13

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Não fazia a menor ideia de como começar a procurar minha mãe.

Conversei com Rachel, mas ela também não sabia como iriamos fazer isso, passei alguns dias meio pensativa, analisando todas as opções, mas eu não sou nenhuma detetive nem nada do tipo, então não é tão simples assim. Fiquei com esse bloqueio por dia, até que tive uma ideia: Kevin.

Ser o nerd da escola tem suas desvantagens, mas talvez a única coisa que compense seja as habilidades que você ganhar no processo. Ele era ótimo com coisas tecnológicas e tal, ouvi boatos por aí que ele era um hacker nas horas vagas, e bem... Era hora de tirar isso a limpo. Não era como se eu procurasse ele só pra pedir ajuda, éramos amigos, só aconteceu de eu precisar de uma mãozinha agora.

Eu expliquei tudo pra ele e ele topou me ajudar, combinamos de eu e Rachel – que também estava me ajudando – irmos na casa dele e dar as informações que ele precisava.

— Então você não sabe NADA mesmo sobre ela?! — Kevin olhou pra mim de cima pra baixo sentando perto do computador, indignado.

— Bem, eu sei que ela é coreana, fez medicina com meu pai e eu morei com ela até fazer três anos. — Listei. — Tirando isso, só coisas ruins que vindo da opinião duvidosa de meu pai.

Uau, queria eu poder viver longe de minha mãe por tanto tempo. — Revirou os olhos, mexendo no computador. — Certo, eu consigo achar ela tranquilamente, só olhar a lista dos calouros na época que seu pai ingressou na faculdade, as outras informações que a gente consegue de maneira mais suja.

Eu e Rachel nos entreolhamos, o garoto virou uma lata de energético e começou a teclar freneticamente.

— Certo, Harvard, né? Deixa eu olhar as turmas. — declarou, sem desgrudar os olhos da tela. — Você sabia que nessa época eles anunciavam quem passou ou não pelo rádio? Pré-histórico, não é?

Ficamos em silencio, fomos interrompidas por um grito animado.

— ACHEI! — Kevin riu, dando alguns cliques e aparecendo na página.  — Jin-Joo Choi, aqui está. Quer dizer, não tem como ter certeza, mas é a única mulher com um nome estrangeiro da turma, então acho que da pra entender porque eu assumi.

Assenti, me aproximando pra ler mais perto na tela. Nenhuma foto, só seu nome em uma lista de aprovados da faculdade do ano que ela entrou.

— Certo... — observei. — O que a gente faz agora?

— Agora entra a parte suja. — ele estalou os dedos na frente da tela. — Eu vou descobrir onde ela trabalha e onde ela mora pra você achar ela.

Ele voltou a digitar e clicar em umas páginas que eu não conhecia, resolvi não prestar atenção, parecia meio estranho demais. Rachel acariciou minhas costas de leve, respirei fundo.

— Então, Mia. — ele disse, sem olhar pra mim. — Legal que você quer conhecer sua mãe agora, seus amigos sabem também, né? Mas e seu namorado? Ele não vem te ajudar?

— Ah... — olhei de relance pra Rachel, desviei o olhar. — Não, eu não tenho mais um namorado.

Ele assentiu, voltou a digitar. Olhei confusa pra Rachel, ela deu de ombros, continuamos esperando o resultado. A mãe dele entrou no quarto algumas vezes pra entregar lanches pra gente, parecia feliz até demais por a gente tá ali, como se fossemos as primeiras em tempos. Comecei a lembrar como Kevin ficava sempre sozinho na escola, tipo, é esquisito porque até eu que sou excluída ando com outras pessoas excluídas, mas ele não, não andava com ninguém mesmo.

— Ok, achei tudo aqui, vou te mandar por mensagem de texto... — ele olhou pra mim, sorrindo. — Mais alguma coisa?

— Na verdade, tem sim. — Rachel falou, meio constrangida. — É... Pode parecer estranho, mas será que você podia me ajudar a achar um cara? É meu pai, eu não vejo ele tem um tempão. — declarou, desviando o olhar. — Arthur Weinberg, arquiteto, natural de Nova York.

Roteirista do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora