22- De caso com a mafia

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Pov'Marcia

Como obrigar minha mente a racionalizar a situação? Como acalmar meu coração e dizer que estava tudo sob controle? Não... não estava nada sob controle. Minha esposa permanecia ha quatro dias em coma no hospital e eu já não sabia mais como suportar sua ausência. Era doloroso demais olhar seu corpo imóvel naquela cama, os olhos fechados para mim.

Eu não tinha sono, não tinha fome, não tinha sede. Apenas o desejo incontrolável de tê-la bem, novamente ao meu lado. Toquei sua mão, apertando-a ligeiramente.

—Eu te amo tanto, Inês. Por que foi fazer isso comigo? Eu não vou suportar perder você.

— Marcia, ela está bem. Como te disse, é um coma induzido. Apenas medicação que estamos administrando nela para que seu estado não fique comprometido. Inês está reagindo muito bem e em breve iremos começar a diminuir a quantidade de medicamentos.

—É normal isso, Diana? Ela... nem se mover? É como se estivesse dormindo... sedada, ela não deveria se mexer?

—Marcia, tenha a certeza que ela ouve tudo o que se passa ao seu redor. Reforço que Inês está bem — Eu não acreditava. Está certo que o médico sabe muito mais do que eu, mas se Inês  me ouvia, por que não se manifestava de alguma forma? Ela me ouvia dizer que a amava... e nada. Nem um dedo se mexia.

Eu não acreditava que ela estivesse me ouvindo. Pra mim, sua mente estava muito longe daqui... e eu tinha medo que ela não regressasse nunca mais.

— Você precisa ir agora, Marcia. Descanse... pense nos bebês. Quando Inês voltar ela não ficará satisfeita em saber que não se cuidou.

—Se ela voltar, Diana...— Saí antes que ela dissesse mais alguma coisa. Estava perdendo as esperanças. Praticamente me arrastei até em casa. Fui recebida por Camila e Gabriela.

—Marcy... estava ficando preocupada. Por que não me chamou?

— Queria ficar sozinha com Inês, Camila.

—Eu entendo.

—Marcia... —Gabriela que quase nunca falava comigo aproximou-se, segurando minhas mãos —Sabe como Inês é forte. Tente reagir pelo bem dos bebês... e pelo nosso também

Não pude deixar de rir. Realmente Inês  ficaria uma fera e se voltasse... seus homens seriam os primeiros a sofrerem as consequências da sua ira.

—Vou me cuidar, Gabriela. Eu prometo. A propósito... onde está Diana?

—Está conversando com os seguranças...

tentando encontrar uma forma de... Uma raiva tão grande me subiu, impedindo-me de ouvir o que Gabriela dizia. Bando de incompetentes que nem se prestaram a proteger minha mulher.

Em um instante me decidi sobre o que iria fazer. Colocaria as coisas para funcionarem do meu jeito.

— Diga a Diana para vir ao escritório. Agora! — Gabriela me encarou, os olhos arregalados, mas nada disse.

Em menos de cinco minutos Diana entrou no escritório, encontrando-me sentada na cadeira de Inês.

—Marcia? Queria falar comigo?

—Sim. Eu preciso da planta dessa casa Ela franziu o cenho e cruzou os braços.

—E eu posso perguntar o por quê? O que está planejando? Marcia, estou resolvendo assuntos import...

—Dane-se. Quero a planta. Sabe onde fica?

—No cofre — Merda. Eu iria precisar da senha. Esperava sinceramente que Dinah soubesse.

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