11- ciúmes

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Pov'Marcia

Estiquei meu corpo na cama, uma sensação de plenitude me dominando. Ao meu lado a miserável, maldita mais gostosa desse mundo dormia.

Parecia um anjo, assim tão livre da sua fachada de Poderosa. Fiquei tentada a tocar seu rosto, mas fiquei com medo de acordá-la.

Inês andava mais elétrica que o normal, precisava descansar um pouco, embora ela negasse. Como sempre Inês  cumprira com sua palavra, voltou mais cedo para "fazer amor" comigo e realmente ela fez. Foi tão intenso, sem deixar de ser sensual e carinhoso. Queria tanto acreditar que ela sentia alguma coisa por mim.

Mas ines era sempre tão enigmática, tão segura de si. O tipo de mulher que jamais se apaixonava. Ainda assim isso não mudava nada. Estava loucamente apaixonada por ela e tenho certeza que a tendência era só aumentar cada vez mais.

Levantei-me silenciosamente e corri para tomar um banho. Daqui a pouco os rapazes chegariam para a partida de poker que, aliás eu nem tinha conhecimento. Passei o dia tentando pensar o que pra eles. Inês não disse nada. fazer

Pedi opinião para uma das empregadas da casa que já estavam acostumadas com essas visitas. Canapés, petiscos, ponches, cervejas, uísque e essas porcarias que os homens gostam de comer quando estão reunidos.

Fora, é claro, os famosos charutos. Não me lembro de ter visto Inês fumar algum. Mesmo assim deixei a caixa de madeira ao lado da mesa, no salão de jogos. Nunca tinha entrado ali. Como o resto era elegantemente decorado.

Coloquei um vestido azul escuro, aveludado e curto. Passei uma maquiagem leve deixando meus cabelos soltos. A sandália de salto fino com tiras completava o visual. Por que eu tinha a leve impressão que Inês iria me matar?

Desci até a cozinha e dei ordens a Desire para que levasse o réchaud até o salão. Eles mesmo se serviriam, assim era um Buffet elegante. Por volta das sete e meia da noite ouvi os homens chegando. Subi até o quarto, Inês permanecia de brucos, inteiramente nua. Consegui vencer minha vontade de tirar a roupa e me deitar com ela.

Coloquei seu celular para despertar às sete e quarenta e cinco. Tempo suficiente para me entrosar com os rapazes. Desci para cumprimentá-los e quatro pares de olhos famintos desceram pelo meu corpo.

—Olá, rapazes — falo simpática.

—Boa... boa noite— Diana respondeu e foi seguido pelos outros.

—Inês irá descer logo. Estava um pouco cansada.

—Ah... tudo bem. Nós que estamos um pouco adiantados.

—Vamos para o salão? Assim podem beber algo se quiserem —Eles me seguiram em silêncio como cães de guarda. Estavam visivelmente desconfortáveis na minha presença

Olhei o relógio e vi que a essa hora Inês já teria acordado. Fui até o bar servir bebida para todos. Servi um ponche sem álcool para mim e sentei-me cruzando as pernas. Os olhares acompanharam meu gesto.

—Não vão se sentar? Parece que estão com medo de mim— falo debochada.

— De você não — Gabriela falou me fazendo gargalhar.

—Quanta bobagem. Eu não sabia que se reuniam sempre aqui.

— Inês gosta disso. Acho que ela se sente bem nos massacrando.

—Como assim, harry?

—Ela nunca perde uma partida — fala indiferente.

—Ela rouba? —Pergunto fazendo todos rirem.

—Não... Inês joga limpo, por incrível que pareça. Tem sorte, eu acho.

— É estranho vê-la aqui — Erick muda o rumo da conversa, encaro-o com o senho franzido.

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