39- minha família... minha vida

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Pov'Marcia

Quanto mais eu conhecia o ser humano, mais eu ficava decepcionada. Claro que em certos casos, já era de se esperar. Convivi com tanto vagabundo, pessoas de mal caráter... meu pai, meu irmão... até mesmo ines teve seus momentos. Entretanto Dom leone superou todos eles juntos. Acho que não existia mais por onde um ser humano ser tão desprezível e odioso.

Quanto mais podres dele eram descobertos, mais revolta ele causava às pessoas. Sinceramente se não fosse o garoto, com certeza Inês teria o matado. Pessoas como ele realmente não mereciam viver.

Entretanto havia o garoto. O tal "filho" de Dom leone. Um garoto que tirou das ruas, ou roubou da mãe... sei lá, para satisfazer suas vontades. Tentei chegar a uma conclusão após ouvir tudo o que ines me disse, mas continuava no vácuo. Inês ficou abalada demais e eu bem entendia suas razões. Primeiro porque, apesar dos pesares, ela sempre foi uma mulher integra, tem o coração do tamanho do mundo. E isso ficou ainda mais exacerbado depois que nossos filhos nasceram.

O único pensamento que consegui ter foi adotar o garoto caso ele não tivesse nenhum parente que pudesse ficar com ele. Engraçado foi ver a cara de surpresa de Inês. Quando ela tocou no assunto, sua expressão era tão triste e desolada que cheguei a pensar que ela tinha pensado na adoção, mas ela ainda não tinha tido essa idéia. Por isso mesmo abraçou meu corpo com força, beijando-me com paixão. Foi apenas uma fagulha para acender nossos corpos que se enroscaram na cama o resto da noite. Inês estava ainda mais intensa que o normal. Suas mãos agarravam meu corpo com tanta força que por várias vezes eu cheguei a sentir dificuldades em respirar.

Girei na cama buscando o calor dos seus braços e encontrei o vazio. Abri meus olhos constatando que eu realmente estava sozinha. Estendi meu braço e verifiquei as horas no celular. Ainda não eram seis da manhã. Talvez nossos filhos tivessem acordado e Inês  foi verificar. Levantei-me e fui até o quarto de Nicolás que dormia tranquilamente. Dirigi-me ao quarto de Heloísa que também dormia. Não era possível que Inês já tivesse saído. Não falou nada comigo a respeito de sair tão cedo. Aliás, pela forma como me amou, imaginei que ficaria na cama até mais tarde, mas ela sempre me surpreendia.

Voltei para o nosso quarto e no exato instante em que notei a ausência da babá eletrônica, ouvi o som de algo caindo na água. Fui até a sacada do quarto e então fiquei estática, a respiração suspensa. Era aquilo mesmo que eu estava pensando... e vendo? Apoiei-me na grade da sacada e fiquei admirando as braçadas vigorosas que Inês dava enquanto atravessava a piscina. Mergulhou e voltou à tona, passando as mãos nos cabelos. Estava de costas pra mim e apoiou os braços na borda da piscina. Acompanhei cada linha do seu corpo, passando a língua nos lábios. Eu adorava apertar aquele

corpo... morder... só de me lembrar disso senti minha boca salivar.

Pensei por um momento e depois me decidi. Fui até o closet e peguei um biquíni azul e me vesti, colocando o roupão por cima. Voltei novamente ao quarto das crianças e, constatando que ainda dormiam desci silenciosamente as escadas e sai em direção à piscina. Atravessei o jardim e segui em direção a ela sem fazer qualquer ruído. Inês permanecia na mesma posição. Dei a volta e parei em frente a ela que sequer ergueu a cabeça.

—Pensei que não viesse mais.— Inês murmura

—Como?

—Estava esperando você. Sabia que iria sentir falta do meu calor ao seu lado e viria me procurar —Nem ousei chamá-la de convencida. Como se não bastasse estar certa quanto ao que disse, sua voz soou rouca, baixa... e carregada de desejo em cada sílaba. Eu conhecia muito bem minha mulher para saber que ela estava ardendo.

Tirei meu roupão deixando-o deslizar pelo meu corpo e cair aos meus pés. Somente então Inês me olhou... subindo vagarosamente pelos pés... coxas... meu sexo que a calcinha minúscula ocultava... barriga..

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