Epílogo

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Pov'ines

Paciência. Eu precisava de muita paciência. Força eu já tinha o bastante e sinceramente não estava disposta a usá-la agora. Estava cansada e irritada. Na verdade bem mais irritada que cansada. Balancei a cabeça ao ver a lerdeza com os rapazes separavam as mercadorias. Sei que estavam cansados mas eu também estava porra! Será que não entendiam que quanto mais demorassem pra fazer aquilo, mais cansados ficariam?

Pulei no meio da montanha de caixotes e comecei eu mesma a separar tudo numa rapidez impressionante. Como se não bastasse conferir toda a carga ainda teria que chegar em casa, tomar um banho rápido e ir para o casamento de Dinah. Daria tudo para estar em Porto Rico novamente, onde fiquei por apenas uma semana com minha família. O nascimento prematuro de Alan, filho de cami antecipou nossa volta. Somente isso me fez voltar porque se fosse olhar minha vontade ainda estaria lá, descansando e curtindo minha família. Aliás mais curtindo do que descansando. Helo e nico nos deram uma canseira daquelas.

Mas foi bom... muito bom. A única coisa desagradável foram as notícias assim que retornei. Meu pai havia voltado a traficar drogas. Uma semana apenas e ele deu conta do recado. Velho bandido. Ainda teve a cara de pau de me dizer que a máfia sem tráfico de drogas não é máfia. Tudo bem... na verdade eu concordo com ele. Acho que fiquei apenas meio molenga depois de tudo o que aconteceu, principalmente envolvendo Joseph, mas não poderíamos dar brechas a outras organizações ou iriam pensar que estávamos amolecendo. Nada disso. Eu seguia firme e forte e mais dura do que nunca. Ninguém iria ocupar o lugar que alcançamos e seguramos com todas as garras durante esses anos. Logicamente perguntei a opinião de Marcia. Como se ela fosse ficar contra alguma decisão minha!

Ela também voltou com todo o gás e assim como eu estava em um encontro de negócios, mas com certeza voltaria antes de mim. Eu deveria estar mesmo muito apaixonada quando me casei com Marcia. Definitivamente não era meu programa favorito assistir a um casamento. Gastei quase uma hora ajudando os molengas e depois finalmente pude ir para casa. O carregamento das drogas infelizmente teria que ficar por conta deles.

Assim que entrei na sala Heloísa apareceu correndo, as bochechas vermelhas e os olhos arregalados. Eu conhecia meu "gado" muito bem pra saber que aquelas mãozinhas pra trás significavam alguma coisa. Logo eu tive a confirmação. Enzo apareceu correndo também e chorando.

—Carrinho...

— Helo... devolva — Ela me olhou com a cara mais inocente do mundo —Eu sei que está escondido ai. Devolva agora ou vou te dar umas palmadas — Logicamente eu jamais faria isso.

Minha mãe sempre disse que palmada nunca resolvia, mas funcionou porque ela esticou a mão e devolveu o carrinho a ele, mas eu bem vi quando ela mostrou a língua disfarçadamente pra ele. Balancei a cabeça e tirei a gravata no instante em que as duas babás, que eu jamais me lembrava o nome entraram na sala. Helo tinha que ter alguém exclusivamente pra ela. Dava trabalho demais. Acariciei os cabelos dela que estava agora deitada no sofá com o rosto entre as almofadas. Típico de quando queria fazer-se de vítima. Beijei nicolas que já estava distraído com o carrinho e subi encontrando-me com Joseph na escada.

Usava um smoking e parecia um homenzinho.

— Ei cara... está um homem.

— Eu sou homem mama — Eu ri.

—Você entendeu o que eu quis dizer. Mas já está arrumado para o casamento?

— mila pediu para que eu ficasse pronto cedo. Agora vou ajudar a arrumar meus irmãos.

—Boa sorte. Sua mãe já chegou?

— Ainda não — Isso era novidade. Ma chegando depois de mim.

Fui em direção ao nosso quarto mas parei ao ver Brigite deitada próxima à porta. Era isso mesmo: Brigite. No nosso retorno para casa ela acabou vindo conosco. E não foi uma decisão minha. Na verdade eu fui influenciada. Um dia antes de partirmos marcia e eu estávamos na varanda enquanto as crianças brincavam com Brigite sob a supervisão de Evangeline. Pouco depois ela foi até nós. Queríamos que víssemos uma cena.

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