Poderosa Montenegro

23- A volta da poderosa

Pov'diana

Eu não acreditava em tudo o que estava acontecendo. Esse mundo estava mesmo de cabeça virada. Onde é que a doida da minha irmã foi se meter? Que mulher maluca era essa? E pior... que bando de bundões nós somos? Ela mandava e desmandava e nós simplesmente obedecíamos. Ah... meu pai... Inês ia comer meu fígado.

Podia dar adeus à minha vida. O engraçado era que a diaba levava mesmo jeito pra coisa. Era brava, topetuda... e forte, mas meu cérebro ainda não conseguia processar aquela cena. O vagabundo do Christopher amarrado à cama naquele quarto mal iluminado, cercado por três seguranças. E ao seu lado... a toda poderosa Marcia. Com uma toalha molhada nas mãos e batendo sem dó no próprio irmão. Nem tinha como fingir. Ela estava vingando minha irmã. Vingando a sua mulher.

Fiquei um bom tempo olhando aquela criatura minúscula que logo após aquela tragédia se mostrou gigante. Inês ficaria furiosa... mas ao mesmo tempo orgulhosa. Ela gostava de mulheres fortes, ousadas. Não era a toa que estava apaixonada por Marcia e nem adiantava negar.

—Achou que iria escapar, não é, seu vagabundo? Iria atentar contra a vida da minha mulher e eu iria deixar barato?

— Marcia... sou seu irmão.

—Cala a boca— Desceu a toalha em suas pernas com uma força inacreditável, fazendo Chris berrar —Vou fazer você rezar, Christopher e implorar pela volta de Inês  —segurei um riso.

Se os seguranças, que apanhavam, já sonhavam com a volta dela... nem queria imaginar Christopher, mas resolvi intervir, afinal ela estava grávida.

—Marcia... por favor, os bebês. Já chega— Graças ao céus, ultimamente ela vinha se cuidando mais e me ouviu mais uma vez.

— Chega porra nenhuma.— fala com raiva

—Epa... —Entregou a toalha a um dos seguranças.

—Você... termine o serviço —E quase cai pra trás quando ela parou já prestes a sair — Ah... e não se esqueça. Ele é um estuprador. Já sabem o que devem fazer.

—NÃO... Marcia... POR FAVOR — Não havia um único traço de emoção em seu rosto quando olhou para o irmão.

Senti pena dele. Inês precisava voltar logo, ou não iria sobrar Chris nem para os urubus.

— Vamos, Marcia. Ou iremos perder o horário de visitas — Ultimamente eu ia com marcia sempre que ia visitar Inês de. Ela voltava sempre tão arrasada que achei melhor acompanhá-la sempre.

—De jeito nenhum. Chegaremos a tempo. Dei um jeitinho de conseguir estender um pouco nossas visitas —Revirei meus olhos. Claro... por que não imaginei isso?

Assim que entramos no quarto de Inês  eu me sentei em um canto, deixando Marcia um pouco mais à vontade, mas era impossível não ouvir seu choro. A poderosa cedeu lugar à mulher apaixonada.

—Meu amor... onde você está, heim? Está fazendo tanta falta, Inês. Quando irá voltar pra mim? Pra nós —Suspirou profundamente e depois me chamou— Diana?

— Sim?

—Acha que ela pode me ouvir?

—Sinceramente? Não sei — Ela suspirou novamente, as mãos sobre as de Inês. Era uma cena triste de se ver. Vendo ines assim...tão imóvel, eu me perguntava se ela realmente voltaria um dia —Está na hora de irmos, Marcia.

—Estou indo, Inês. Eu volto amanhã, meu amor —Beijou seu rosto e falou um pouco mais baixo — Chris eu já peguei. Agora eu irei atrás de Don leoen. Irei acabar com todos, um por um. Todos que ousaram machucar você.... eu... amo você —Segurei a porta para que ela passasse e nos afastamos. Veronica já tinha ido pra casa então não nos demoramos no hospital.