26- Os brutos tambem amam

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Pov'ines

Acho que já suportei tudo o que um
coração humano e meloso era capaz de
suportar. Embora eu vivesse um momento
perfeito em minha vida pessoal, não
poderia me esquecer que a profissional
cobrava minha presença. Está certo que deixei meus seguranças e o patife do Christopher aos cuidados de marcy, e pra ser sincera, até hoje não sei onde estava com a porra da cabeça quando fiz isso, mas já passou.

Não sou mulher de voltar atrás em minhas palavras. O jeito era cuidar para que aquela maluca não aprontasse muito. Definitivamente, às vezes ela não usava a cabeça. Agia com o coração e isso não era bom.

Vesti meu terno sem desviar meu olhar dela nem por um segundo. Dormia feito um anjo. A barriga proeminente totalmente à vista, devido ao corpo nu. Pegou mania de dormir nua, tinha certeza que era para me provocar.
E conseguia. Estava terrivelmente mais linda e mais gostosa. Sorri ao me lembrar de sua última consulta ha duas semanas. Saber que teríamos um casal de bebês foi para acabar de vez com o pouco de sanidade que ainda me restava.

Desde então começaram as reformas para o quarto deles. Camila  e minha mãe ajudavam. Eu dei carta branca, mas não dava palpites. Não tinha jeito para essas coisas. Pelo menos marcy ficava com a mente ocupada e esquecia um pouco essa idéia de querer mandar nos seguranças e em Christopher. Quer dizer.. eu pensei que seria assim, mas a danada dava conta de tudo. Sabia exatamente quando um dos seguranças falhava em alguma coisa e o pior... os castigos de Christopher.

Eu quase rolei de rir, interiormente, ao entrar no quarto dele um dia desses. Ainda do lado de fora eu ouvia seus gritos. Quando adentrei no quarto, parei em choque. Marcy  estava sentada na cama com uma pinça na mão. Sorriu pra mim, maliciosamente.

O peito dele estava muito vermelho e sem pelos. Chris não era assim. Marcy me disse que tinha feito uma depilação nele... com cera quente. E agora retirava os pelos encravados com uma pinça.

Decididamente, ela era terrível. Sai do
quarto sem ao menos dar um beijo nela.Iria acordar com certeza. Ainda não eram seis da manhã quando entrei no galpão. Meus homens já estavam lá, obviamente.

—Bom dia, chefe.

—Será mesmo bom dia, Gabriel ? — Todos permaneceram calados enquanto eu andava de um lado a outro.

Matar... bater... espancar... O que eu faria com esse bando de lerdos? Jesus Cristo.. quando iriam aprender? Cruzei meus braços e encarei meus homens.

—Que porra foi aquela? Alguém pode me dizer o que houve? E já antecipo que não aceito as explicações que os incompetentes costumam dar. —Gabriel começou a falar.

— Fomos... pegos desprevenidos, chefe.

—E desde quando eu pago vocês para serem desprevenidos? Vocês sabem o valor daquela merda toda? Um contrabando de diamantes e vocês permitem que seja roubado?

—Mas, chefe...— interrompo Gabriel

—Mas chefe o caralho. Eu não trabalho com imprevistos. Vocês têm que pensar em tudo. Absolutamente tudo. Eu não posso me afastar um minuto e logo vem merda?

— Aquela região é perigosa, chefe. Eles eram piratas.

—Piratas o cacete.... um bando de desocupados que se divertem às custas da incompetência de alguns. E você disse tudo, Gabriel... a região é perigosa — Olhei o rosto de um por um —Se sabiam disso, me digam, por que foram por ali? — Nenhuma resposta — É isso que eu odeio. A falta de resposta é assinar embaixo da incompetência —Suspirei, passando minhas mãos pelos cabelos. Eu conhecia aquela região muito bem. E sabia também como aqueles que se intitulavam piratas agiam. E eu iria atrás deles. E pegaria minha carga de volta.

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