CAPÍTULO 08 - A jaqueta

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Menos de 24 horas se passaram desde o desaparecimento da minha mãe. A angústia, o desespero e a falta de esperança me envolviam a cada segundo que se passava. O Alex, meu apoio constante, segurava minha mão com firmeza, mas não era a mão dele que eu ansiava segurar naquele momento. Desde que conheci o Billy, meus sentimentos em relação ao Alex tinham mudado, e essa transformação era uma turbulência emocional constante. Eu não queria enganá-lo, ele não merecia ser enganado. Ansiava por ser a pessoa que era antes de conhecer o Billy, mas sabia que não podia mudar o que estava dentro de mim. Ao sair da capela, meus olhos automaticamente buscaram por ele. Nossos olhares se cruzaram em meio à multidão preocupada. Ele se aproximou rapidamente, e meu coração disparou. Minhas mãos começaram a suar instantaneamente, enquanto eu lutava para manter a calma aparente, escondendo o turbilhão de emoções que me consumia.

— Oi, você tem um minuto? — A voz dele era suave, mas carregada de preocupação genuína.

— Claro. Alex, me dê um momento para falar com o Billy, está tudo bem por você? — Virei-me para o garoto que se dizia meu namorado, mas cujo toque já não me confortava como antes.

— Claro, vou falar com seu pai! — Ele afastou-se gentilmente, dando-nos um momento de privacidade.

— Então? Sobre o que quer conversar? — Suspirei, tentando controlar as palavras que queriam escapar de mim, o coração batendo mais rápido ao ver Billy tão próximo.

— Eu não poderia ir embora sem te dar um abraço! Tudo isso é uma grande loucura, não consigo imaginar o tamanho da sua dor agora! — Billy passou seus longos dedos pela testa, seus olhos castanhos mostrando empatia e uma ponta de tristeza.

— Obrigada por tudo que fez para ajudar! — Evitei contato visual, lutando contra a onda de sentimentos conflitantes que me inundava.

— Como já disse antes, qualquer um teria feito o mesmo! — Ele aproximou-se e me abraçou calorosamente, seu perfume familiar envolvendo-me e trazendo à tona memórias e emoções que eu tentava suprimir.

— Preciso devolver sua jaqueta, vou para casa do Alex, e não faço ideia de quando voltarei! — Sussurrei no seu ouvido, enquanto ainda estávamos abraçados, sentindo sua presença tão próxima e ao mesmo tempo tão distante

— Não vou conseguir te fazer mudar de ideia, não é? Fique com a jaqueta, assim terei um motivo para te procurar quando voltar! — Ele sorriu, mas havia uma sombra de tristeza em seus olhos enquanto se afastava, deixando-me com uma sensação de vazio e indecisão.

— Tudo certo? — Alex apareceu ao meu lado, e o contraste entre a segurança dele e a incerteza que eu sentia em relação aos meus sentimentos foi avassalador.

— Ah, claro, quero ir para a sua casa o quanto antes! — Respirei fundo, tentando afastar as dúvidas que me assolavam, pelo menos por enquanto.

— As passagens já estão compradas, vamos no primeiro voo noturno, em dois dias! — Alex estendeu os bilhetes para que eu pudesse ver, seus olhos mostrando ansiedade e determinação.

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