Billy prosseguiu, repreendendo-me de maneira merecida. Sua voz, carregada de decepção e frustração, ecoava no espaço entre nós, cada palavra pesando como um julgamento justo e necessário.
— Desculpe pela interrupção, mas preciso falar com ela! Senhorita Foley, poderia me acompanhar, por favor? — O detetive se aproximou, e eu agradeci mentalmente por sua intervenção, sentindo um misto de alívio e curiosidade pelo que ele tinha a dizer.
— Claro, posso sim! — Respondi prontamente, aliviada por poder me afastar momentaneamente dos puxões de orelha do Billy.
— Vou adiar o exame para outro dia, é a melhor coisa a se fazer agora! — Billy se apressou em dizer, e precisei detê-lo, consciente de que havia assuntos mais urgentes a tratar.
— De jeito nenhum! Quero um problema a menos para a minha cabeça. Esse exame tem que ser feito hoje! — Esbravejei, decidida a não deixar nada interferir naquele compromisso, mesmo diante de toda aquela situação tumultuada.
— Pode ir, Billy! Eu fico aqui com ela, sei que sua preocupação é por causa do detetive bonitão! — Lauren comentou baixinho, provocando uma reação impaciente de Billy, que cerrou os olhos.
— Certo, eu volto em alguns minutos, prometo! — Ele avisou, e senti seus lábios quentes se encontrarem com os meus em um gesto de apoio e carinho. — Boa sorte para nós! — Ele grunhiu antes de se afastar, deixando um rastro de preocupação em mim.
— Ele parece se preocupar bastante com você! — O detetive comentou, quebrando o silêncio tenso que se instalara entre nós.
— Sim, ele se preocupa mesmo! O que tem para falar comigo, detetive? — Fui direto ao ponto, sentindo a urgência de entender a gravidade da situação em que me encontrava.
— Pode me chamar de Anselmo! — Ele liberou um rápido sorriso, mas logo sua expressão se tornou séria novamente. — Você não pode sair pela cidade e querer se tornar uma espécie de justiceira! O que aconteceu hoje foi muito grave, você poderia estar presa agora! — Sua voz era firme, carregada de seriedade e preocupação com a minha situação legal.
— Isso não vai mais acontecer, eu prometo! — Evitei contato visual com ele, sentindo um misto de vergonha e culpa em minha voz.
— Eu tomei uma decisão. Quero que faça acompanhamento psicológico! Tudo que você tem passado e toda revelação que te fiz sobre os casos mexeu consideravelmente com você! — Ele pegou no celular, verificou algo e coçou a cabeça, revelando uma preocupação genuína.
— Não preciso de consultas com psicólogos, não sou louca! — Franzi o cenho, resistindo à ideia de ser rotulada como alguém que precisava de ajuda psicológica.
— Bom, então sinto te informar que terá que usar isso! — Retirou da viatura uma tornozeleira com um gesto sério. — Prisão domiciliar por noventa dias, deixarei viaturas de prontidão na região que mora, pra não correr o risco de um ataque futuro do desconhecido! — Ele arqueou a sobrancelha, deixando claro que não estava brincando.
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DEVANEIO IMPARÁVEL
RomanceEm "Devaneio Imparável", Briana e Billy, dois jovens comuns, veem suas vidas colidirem em uma nova cidade. A existência aparentemente normal de Briana é abruptamente perturbada pelo misterioso desaparecimento de sua mãe, ao passo que Billy, o rebeld...