CAPÍTULO 53 - Você ainda me ama? (Parte 1)

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Era uma noite de sábado, e a exaustão do trabalho parecia ter deixado apenas a insônia como companhia. Decidi então pegar o carro e percorrer a cidade, buscando alguma distração para a mente inquieta. Dirigi em silêncio pelas ruas vazias da madrugada, os pensamentos tumultuados competindo com a monotonia das luzes que passavam rapidamente. Foi quando, em um ponto específico do trajeto, uma figura solitária chamou minha atenção. Alguém caminhava serenamente pelo acostamento, alheio ao mundo noturno que o cercava. Inicialmente, meu foco estava apenas na estrada, mas algo me fez olhar novamente. Era alguém que eu conhecia. Alguém que não esperava encontrar naquela hora e naquele lugar. Reduzi a velocidade do veículo, os pensamentos acelerados tentando desvendar o mistério daquela presença inesperada. À medida que me aproximava, a certeza se solidificava. Era o Samuel, a pessoa que procurei por anos e há tempos não via. A surpresa se misturou com um leve desconforto enquanto eu tentava processar aquela inesperada coincidência.

— Samuel? — minha voz saiu quase como um sussurro, quebrando o silêncio da madrugada.

Ele se virou lentamente, um sorriso irônico brincando em seus lábios.

— Ora, ora, ora, se não é o incrível Evans! — sua saudação foi acompanhada de um tom de surpresa forçada. — Eu não esperava te encontrar, pensei que tinha mudado para outra cidade!

O encontro repentino trouxe à tona uma mistura de sentimentos, desde a nostalgia de lembrar dos tempos passados até uma pontada de curiosidade sobre o que teria levado Samuel a estar ali naquela hora. O encontro improvável ganhou contornos de uma cena cinematográfica, onde o passado e o presente se entrelaçavam de forma inesperada, deixando no ar o suspense do que estava por vir.

— O que faz aqui? Pensei que estivesse preso! — Liguei o pisca alerta e desci do veículo, a adrenalina pulsando forte em minhas veias enquanto meu olhar frio se encontrava com o dele.

— Preso pelo quê? Por causa daquele pequeno incidente com aquela mulher? Isso já é passado, Evans. Eu era apenas um adolescente, sem ressentimentos, certo? — Ele estendeu a mão para cumprimentar-me, e, automaticamente, um sorriso maquiavélico se formou em minha boca, uma máscara fina escondendo o turbilhão de emoções que fervilhava por dentro.

— Espere só um minuto, tenho algo interessante pra você! — Dirigi-me até a porta do passageiro, abri o porta-luvas e retirei a arma que havia obtido com Derek alguns anos atrás. Meu coração batia forte, a memória dos momentos passados voltando de forma avassaladora, cada lembrança como uma chama que reacendia em meu peito. — Isso é por ter tocado com a minha garota! — Mirei a arma na direção dele, cada segundo alongando a tensão que me envolvia, como se o tempo se dilatasse para capturar aquele momento de justiça. O olhar dele, um misto de surpresa e medo, alimentava minha determinação. — Achou mesmo que eu deixaria isso passar em branco?

Antes que ele pudesse responder, destravei a pistola e, em seguida, disparei cinco vezes contra ele, cada tiro uma liberação de raiva e justiça, um trovão silencioso ecoando no interior do meu ser. A figura de Samuel caiu no chão, a serenidade desaparecendo enquanto a vida se esvaía de seus olhos. Me aproximei, sentindo o cheiro de pólvora no ar misturado com o frescor da madrugada. Olhei para ele uma última vez, sem remorso, apenas a sensação de um ciclo finalmente fechado.

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