CAPÍTULO 26 - Em sintonia comigo mesma (Parte 2)

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Absorta nas músicas que se sucediam, meu celular repentinamente começou a vibrar, provocando um susto momentâneo que fez meu coração acelerar

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Absorta nas músicas que se sucediam, meu celular repentinamente começou a vibrar, provocando um susto momentâneo que fez meu coração acelerar. Ao verificar, percebi que era Billy ligando, mas optei por não atender, pois já estava me aproximando do meu destino final e queria aproveitar cada segundo da minha jornada sem interrupções. Adentrando uma estrada de terra, o ar tornou-se notavelmente mais fresco e puro, livre de qualquer vestígio de poluição urbana. 

O vento gelado acariciando meu rosto trazia uma sensação libertadora que eu ansiava há muito tempo, um momento de paz e conexão com a natureza que me ajudava a escapar das preocupações cotidianas. A estrada sinuosa conduziu-me para longe das pressões e responsabilidades da vida cotidiana, alimentando a esperança de que meu dia transcorresse de maneira serena e revigorante. Após cinquenta minutos de condução, finalmente alcancei o local desejado, um refúgio tranquilo onde poderia encontrar a paz e a liberdade que tanto buscava.

Ao estacionar, percebi outros carros dispostos em um gramado exuberante, constatando que não estava sozinha, o que aumentou ainda mais minha animação. Coloquei o veículo entre os demais, peguei a mochila e o celular, tranquei a porta com um clique decidido e segui a pé em direção à imponente queda d'água que podia ouvir ao longe, sua música poderosa ecoando pela natureza ao redor. A maioria dos presentes parecia composta por adolescentes, todos com cerca de dezessete anos, no máximo. Estendi o lençol sobre a grama e me sentei para observar as pessoas se refrescando na água. O sol já brilhava alto no céu, refletindo sua luz dourada nas gotículas da cascata que dançavam no ar. O som suave da água caindo trouxe uma serenidade inesperada, fazendo-me esquecer momentaneamente de qualquer preocupação. 

Ao conferir o celular, notei inúmeras chamadas perdidas de meu pai, meu irmão e Billy. Tentativas de retorno resultaram em frustração, pois a rede se encontrava fora de área, como era de se esperar no meio da natureza. Imaginava a reação furiosa do meu pai ao descobrir minha escapada, mas também sentia uma mistura de adrenalina e libertação por estar ali, longe das cobranças e pressões do dia a dia. Resolvi deitar-me sobre o lençol, absorvendo os raios solares matinais das dez da manhã. Fechei os olhos por um momento, sentindo a brisa suave acariciar minha pele, um contraste agradável com o calor do sol. Desfrutei desse momento de tranquilidade por um tempo, até que novamente fui interrompida pelo toque insistente do meu celular. Era mais uma vez Billy.

— Oi — murmurei ao atender, sentindo uma pontada de culpa por fazê-lo se preocupar.

— Onde você está? Estamos todos preocupados com seu sumiço! — Confessou Billy, demonstrando sua inquietação através da linha.

— Estou nas colinas! — Falei rapidamente, mas percebi que a ligação ficou muda enquanto eu falava. Novamente, o celular mostrava a ausência de rede. Esperava que Billy conseguisse ouvir, pelo menos para tranquilizar meu pai em relação à minha localização.

"Droga, eu deveria ter avisado a eles!", pensei, com um nó de culpa se formando no estômago. O peso da situação começava a pesar mais do que a beleza do local. No entanto, não adiantava lamentar agora que a confusão já estava instaurada. Respirei fundo, decidida a fazer o melhor possível naquele momento.

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