BRUNNA
Eu acompanhei a Doutora Ludmilla até o CTI e chegando lá cair no choro por ver meu filho ligados aqueles fios.
Brunna: Meu amor, você deu o maior susto na mamãe, porque você tem hora que não ouve o que pedimos para não fazer filho! Agora você tá aí nessa cama de hospital, todo cheio de fios e aparelhos.
Ludmilla: Ele é muito pequeno, Brunna! Crianças nessas idade, por mais que a gente diga não e eles falem que não vai fazer, eles fazem! Fica tranquila, ele vai ficar tudo bem! Nem deu tempo de eu olhar bem a ficha dele, só sei o nome dele, quantos anos ele tem?
Brunna: 4 anos!
Ludmilla: Tão novinho, né? - Ela me olhou e agora eu pude reparar o quanto ela é uma mulher linda.
Brunna: Sim! Ele é meu ponto de paz, equilíbrio e Porto Seguro - Falei cheia de orgulho e admiração para o meu filho.
Ludmilla: Vejo como você é apegada a ele, ele vai sair dessa rapidinho. Bom, eu preciso ir até a minha sala, eu preciso urgente resolver outro assunto muito sério! Mas antes vou até a cantina tomar um café, você aceita?
Brunna: Não sei!
Ludmilla: Ele tá seguro, pode ficar tranquila, você precisa descansar e se distrair um pouco. Não precisa você ficar para dormir.
Brunna: Eu não vou deixar meu filho sozinho aqui.
Ludmilla: Ele vai tá nas mãos de pessoas da minha confiança, você não vai poder ficar na sala.
Brunna: Mas eu preciso ficar de olho.
Ludmilla: Então que tal você pedi para o pai dele vim ficar, enquanto você vai descansar?
Brunna: Ele não tem pai - Eu sorrir e ela me olhou sem entender - Ele tinha duas mães mesmo, mas a outra faleceu a 2 anos, para falar a verdade, ele sempre só teve só a mim, a outra mãe nunca ligou, muito menos cuidar e criar, ela rejeitou o filho desde que tava na barriga dela.
Lud: Desculpa a indelicadeza, você tem muita cara de Hetero, eu lá ia saber que você era Lésbica - Ela sorrir e eu acabei sorrindo também.
Brunna: Posso ter só a cara mesmo - Eu continuava sorrindo.
Ludmilla: Eu nunca namorei, mas me considero Bi, pois já beijei homem e mulher.
Brunna: Então somos do vale - Sorrir - Eu achei que você ia ter algum tipo de preconceito!
Ludmilla: Claro que não, mesmo eu sendo hetero ia ter respeito. Vamos lá?
Brunna: Pode ser então!
Seguimos para a cantina e sentamos, logo uma garçonete chegou para fazer nossos pedidos, enquanto isso ficamos conversando.
Brunna: Eu não sabia que você trabalhava aqui, pois trabalho aqui a bastante tempo.
Ludmilla: Para falar a verdade, eu tô aqui a pouco tempo, não faz nem um mês! Eu fui transferida e eu não ia nem lhe atender! Quem era para fazer isso era a Patrícia, mas ouve algum imprevisto e eu fiquei no lugar dela.
Brunna: Que bom! Eu gostaria de agradecer tudo o que você fez pelo meu filho!
Ludmilla: Não precisa agradecer! Fiz mais que minha obrigação!
Brunna: Desculpa pela minha grosseria, assim que cheguei, eu tava muito nervosa.
Ludmilla: Tudo bem, pode ficar tranquila.
Brunna: Acho que poderíamos pelo menos ser amigas de trabalho agora né? - Eu sorrir.
Ludmilla: Claro que podemos! E também ser amigas fora do trabalho, não terá problemas! Mesmo nessa loucura, você parece gente boa!