BRUNNA
Me acordei eram 7h, vi que a pequena ainda estava ao meu lado! Provavelmente a Ludmilla foi dormir em algum dos quartos, para não acordar uma de nós. Me levantei fui ao banheiro, fiz minha HP, sair do quarto, ela já estava acordada.
Brunna: Oi titia, dormiu bem em, também né meu amor, com um aconchego desses né?! Vamos tomar um banhozinho e tomar a mamadeira?
Deixei ela na cama e fui preparar o banho dela, pouco tempo depois voltei e tirei a sua roupinha, ainda é estranho ver ela como intersexual, eu tô acostumada comigo, mas ver outra pessoa igual a mim, é diferente.
(...)
Já tinha me organizado e organizado a Cecília, ela também já tinha tomado a mamadeira, coloquei ela para arrotar e ela acabou dormindo. Aproveitei esse momento, mandei mensagem para Mia avisando que eu estava em casa e que ia mais tarde até o hospital. Até agora nada da Ludmilla aparecer, ela falou que largaria as 5h, eu acabei ligando para ela, pois eu fiquei preocupada. Ela atendeu e parecia tá dormindo. Falou que tava vindo já, não entendi, onde a doida dormiu em.
Fui preparar o café, quando eu terminei, ouvir a Ludmilla me chamar e falei que estava na cozinha. Ela nem chegou na cozinha direito e eu já fui bombardiando ela com perguntas, a não me levem a mal, eu estava preocupada, combinamos uma coisa e ela fez outra. Ela me pediu calma e falou que tava em casa, como assim em casa? Qual a necessidade dela ter vindo e ido para casa, sendo que tinha permissão para ficar? Mas quando ela falou Que era minha vizinha, fiquei chocada, era muita coincidência, pior Ela mora no mesmo condomínio. Ela pediu desculpa por não ter avisado e me deixado preocupada. Ela perguntou pela Cecília e falou com ela. Chamei ela para tomar café e enquanto isso ficamos conversando, conversamos várias coisas uma delas sobre a situação da Cecília, tínhamos que ver isso ou a Lud pode responder por algum crime.
Brunna: Lud, vou pedi para o meu amigo vim aqui para a gente ver o que podemos fazer para comunicar as autoridades.
Ludmilla: Bru, eu não quero! Eu não quero ficar sem ela! - Ela fez um bico.
Brunna: Eu garanto que você não vai ficar! Vamos apenas fazer o certo, depois você vai lutar por ela!
Ludmilla: Eles não vão querer deixar ela comigo, eu realmente estou com medo! Eu quero muito ficar com ela.
Brunna: Não fica desesperada antes do tempo, vou chamar ele justamente por isso.
Eu peguei o meu celular, para ligar para o Renatinho e ele falou que já estava vindo.
Brunna: Pronto, ele está vindo. Agora como tá meu pequeno?
Ludmilla: Tudo sob controle, o estado de saúde dele tá estável, vamos esperar até amanhã para ver se ele reage sozinho, tiramos os aparelhos, já para isso!
Brunna: É preciso eu ir? Eu queria muito ir!
Ludmilla: Não precisa, Infelizmente você sabe que não vai poder entrar, então tá lá, tá aqui da no mesmo! E não se preocupe, ele tá nas mãos da Patty, ela já sabe que ele também é seu filho! Eu pedi para qualquer mudança no quadro dele, ela entre em contato.
Brunna: Tudo bem então! - Eu falei triste.
Ludmilla: Ele vai ficar bem, foi um grande susto, mas eu garanto com todas as letras, o pior já passou!
A campanha tocou e eu fui atender, abrir já sabendo que era o Renato.
Renato: Oi Brunninha, bom dia - Ele me abraçou e deu um beijo na minha bochecha.
Brunna: Bom dia, amigo!
Renato: Fiquei sabendo do Pedrinho, espero que eles esteja bem!
Brunna: Sim, ele ainda tá desacordado, mas nada grave mais. Entra e fica a vontade.
Renato: A sua amiga não chegou ainda?
Brunna: Ela tá na cozinha, fica aí que eu irei chamar ela - Ele concordou e eu fui chamar a Lud - Lud, vamos, ele chegou, leva a Cecília assim mesmo.
A Lud pegou a pequena e levou ela para sala também.
Ludmilla: Bom dia!
Renato: Bom dia!
Brunna: Vamos sentar e conversar o que interessa.
Renato: Pelo o que eu entendi, você achou essa pequena no estacionamento de onde vocês trabalha, né isso? - Eu e a Lud concordamos. - E até agora não comunicaram as autoridades que você achou ela?
Ludmilla: Não, por tantas coisas que aconteceu ao mesmo tempo e por eu ter medo de perder ela!
Renato: Aconteceu o quê?
Ludmilla: Na hora que eu achei ela, quando eu entrei na clínica, eu soube também que eu iria substituir a outra médica, pois ela faltou e o filho da Brunna tinha sofrido um acidente doméstico supostamente grave. Foi uma loucura só. Mas eu também tive medo de procurar alguém, para entregar ela, eu quero ela! - Ela já falou com os olhos cheio de lágrimas.
Renato: Bom, Um bebê encontrado em situação de abandono, infelizmente não está automaticamente disponível para adoção.
Ludmilla: Não pode ser!- Uma lágrima caiu dos olhos dela, eu tava com dó do desespero dela, com a Cecília.
Renato: Calma! Nesse caso, o procedimento adequado é procurar os órgãos competentes (Delegacia, Vara da Infância e da Juventude, Conselho Tutelar) para localizar os pais e saber se o bebê foi de fato abandonado.
Ludmilla: Como é que é? Isso não é possível, eu achei ela dentro de um saco, largada - Ela começou a ficar nervosa.
Renato: Mesmo que isso tenha acontecido, seus pais biológicos ainda podem requerer o direito de paternidade. Somente se os pais estiverem desaparecidos ou forem destituídos do poder familiar, por um procedimento judicial, é que esse bebê poderá ser adotado. Deve-se considerar, ainda, que a pessoa que o encontrou não terá garantia de poder adotá-lo. A Vara da Infância e da Juventude, que mantém um cadastro de pessoas que estão aguardando a chegada de uma criança, é quem irá avaliar o que será melhor para tal bebê.
Ludmilla: Você tá querendo dizer que se acharem os pais biológicos, eles quiserem ela de volta, eles têm direito?
Renato: Infelizmente sim!
Ludmilla: Não não pode ser - Ela começou a chorar - E Mesmo se ela for para adoção, quem vai ter mais direitos sobre ela, é quem tá na filha de espera?
Renato: Sim!
Ludmilla: Não é justo! Eu que achei, se eu quero ela, eu que tenho que ficar!
Renato: Como falei, quem ficar com ela, é que vão decidir se ela fica com você Ou fica com quem tá na vez na fila de espera!
Ludmilla: Eu sou solteira, mas tenho uma vida estável, trabalho e ganho bem! Será que é possível eu adotar um Recém-nascido?
Renato: Toda pessoa com mais de 18 anos de idade, seja ela: Casada, Solteira ou em união estável, pode adotar um recém nascido, uma criança ou um adolescente. Ser casada ou não, isso não impede de você querer adotar.
Ludmilla: Pelo menos por esse lado, eu tenho vantagem.
Renato: Sim, mas precisamos ir agora procurar um órgão competente.
Ludmilla: Cara, eu não vou conseguir deixar ela lá, com eles - Ela ainda chorava!
Renato: Quanto mais rápido a gente falar, mas rápido a investigação vai acontecer e o seu processo de adoção vai correr!
Brunna: Renato, você precisa ser o advogado dela!
Renato: Tudo bem, eu vou ser!