Amizade Colorida (Itasaku)

Capítulo 24

Bati uma vez, nada. Mais uma, também nada.

Com o coração acelerado e o meu sangue fervendo um pouco, bati novamente nessa porta maldita.

Vendo que ninguém me atenderia, comecei a bater freneticamente na porta.

Nada. Absolutamente nada.

Irritada pela infantilidade de Itachi, abri a porta com tudo, ignorando qualquer educação possível.

Gaara, que estava saindo apressado do banheiro conjugado de toalha, paralisou.

Eu fiquei parada o olhando, sem saber o certo o que fazer.

- Eu já ia atender... - Ele falou, ainda em choque.

- M-me desculpa. - Virei com tudo para trás e coloquei as mãos nos meus olhos, evitando que eu visse mais do corpo exposto de Gaara. - Quero falar com Itachi.

Escutei Gaara se mexendo atrás de mim, provavelmente se trocando.

Ainda com as mãos nos olhos, senti uma presença na minha frente, na porta do quarto dos meninos.

Provavelmente deve ser Sasuke voltando para o quarto, já ias abrir os olhos quando a pessoas falou:

- Mas que porra está acontecendo aqui? - Uma voz rouca e muito bem conhecida disse brava.

Eita, porra.

Tirei lentamente - bem lentamente - as mãos dos meus olhos. A primeira visão não foi tão boa assim, Itachi estava com os braços cruzados e olhava furioso para Gaara, que imagino que ainda deve estar seminu.

- Eu preciso falar com você. - Sussurrei, segurando o seu braço.

Era como se eu nem estivesse aqui, pois seu olhar irritado ainda estava em Gaara.

- Bem, - Escutei uma voz tremula atrás de mim. - acho que já vou indo.

Logo eu o vi passar apenas com uma calça de moletom, Itachi o seguiu metodicamente com o olhar.

Assim que ele o acompanhou com o olhar até o final do corredor, Itachi virou se para mim.

- O que faz aqui? - Sua voz era seca, o que me deixou mal.

Itachi sempre foi alegre e divertido comigo, essa mudança de humor me deixa desconfortável.

- Podemos entrar primeiro? - Perguntei, aliás estávamos na porta ainda.

Ele suspirou forte, mas ainda sim assentiu.

Fiquei parada no meio do quarto, sem saber ao certo como começar. E para me ajudar, Itachi me olhava fixamente.

Com a palma da mão suando, minhas pernas bambas e meu coração a mil, eu comecei a falar:

- Aquilo que aconteceu na cozinha...

Não pude nem completar a minha primeira frase, pois Itachi fez o favor de me cortar:

- Você não precisa se explicar. - Ele deu de ombros, claramente bravo e conturbado. - Aliás, não temos nada.

Palavras machucam e essas que ele acabou de dizer são a prova disso.

Sim, não tínhamos nada concreto, mas mesmo assim... Em pouco tempo havíamos vivido tanto e ele me diz isso, como se fosse apenas nada.

Talvez Sasuke não estivesse tão errado.

Engolindo o choro e o bolo na minha garganta, falei com a voz falha: