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oi, galerinha! quem tá vivo sempre aparece né? 

peço desculpas pela demora na atualização, mas voltei \o/ e queria muito agradecer pelos 2k na fic, vocês são incríveis <3

TW: crise de ansiedade.

boa leitura :)

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Seus pais nunca tiveram uma relação amistosa, pelo menos não desde que Jade nascera.

Sua mãe, segundo palavras de seu pai, era uma "vadia interesseira que engravidou de mim apenas para ter como conseguir meu dinheiro", e foi por esse motivo que sua guarda ficou com seu pai, para que ele não precisasse conceder nem um dólar sequer para a mulher com que teve um caso de uma noite.

Seu pai, segundo palavras de sua mãe, era um "mão de vaca rude que não sabe tratar uma mulher bem". Então, vê-los tomando um café ao final da tarde com certeza era uma cena que a garota nunca tinha visto e nem imaginava um dia ver.

— Jade. – a voz de seu pai chamou sua atenção, a fazendo olhar para o homem que indicava o local vazio ao lado de sua mãe, pedindo para que ela se sentasse ali.

Foi o que sua filha fez, sentou-se ao lado de sua mãe após ajeitar sua saia para que ela não ficasse desleixada pelo estofado bege. Estava um pouco incomodada pelo fato do seu pai ter a chamado pelo seu nome e não por algum apelido, então suas sobrancelhas estavam levemente franzidas.

— Olá, querida. – a voz firme porém doce de sua mãe fez seu coração aquecer por alguns segundos.

A relação das duas sempre foi boa, apesar de distante pelas poucas visitas que ela fazia à filha quando menor, ambas tinham boas memórias de sua infância. Como por exemplo o dia em que a mais nova pôde se pendurar para o lado de fora do teto solar de um amigo de sua mãe ou quando ela a deixou trançar seu longo cabelo azulado. As duas tiveram bons momentos.

Jade sorriu em resposta para a mulher que acariciava de leve suas costas usando a mão direita. Seu pai limpou a garganta, fazendo os dois pares de olhos irem de encontro com ele, que estava com o celular em mãos e o óculos na ponta do nariz, observando a tela de modo descontente.

— "Não poderei ir à empresa hoje, houve imprevistos". – o homem leu. — Recebi essa mensagem logo de manhã de Toji. – ele olhou para a filha e mexeu o polegar, abrindo a outra aba do gerenciador de tarefas do celular. — "S/n Zenin, filha de um dos empresários mais importantes do país, abre um boletim de ocorrência contra o sócio de seu pai, o empresário Toji Fushiguro".

Ao ouvir a notícia publicada no site da revista Kaisen, engoliu seco e levantou os olhos até os de seu pai, que agora estavam fixos nela. O homem mantinha a postura de sempre, porém agora estava com o olhar baixo, aparentando estar cansado. As orbes grandes alcançaram as suas, e o silêncio se instalou no local, fazendo a mais nova jurar que conseguia ouvir os batimentos cardíacos de todos ali presentes.

Utilizando a mão que antes apoiava o próprio queixo, seu pai esfregou o rosto, deixando o óculos pendurar-se pela linha branca que rodeava o pescoço do homem, e suspirou pesadamente.

— Não seja tão dramático, Zenin. – a mãe da menina revirou os olhos e a olhou. Apesar do gesto tomado em sua defesa, a expressão que residia em seu rosto também não era das melhores. — Querida, qual o motivo de você ter aberto um boletim de ocorrência contra o Fushiguro?

A pequena junção de gotas de saliva que passou pela sua garganta pareceu rasgar seu interior, do final de sua língua até seu estômago, tudo queimava. Colocou os cabelos atrás das orelhas e respirou fundo antes de encarar a mulher à sua frente, que esperava pacientemente sua resposta.

𝐀𝐬 𝐞𝐬𝐭𝐫𝐞𝐥𝐚𝐬 𝐭𝐚𝐦𝐛𝐞́𝐦Onde histórias criam vida. Descubra agora