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Como é o nome dela mesmo?

Jade apoiou o celular no ombro, o prendendo ali com a ajuda de sua bochecha direita, e abriu a torneira para lavar as mãos. Estava no banheiro da entrada do zoológico, os demais ficaram na fila para comprar as entradas e ela inventou uma desculpa para poder ligar para Mai.

Céus, como sentia falta de sua melhor amiga. Apesar de estar aproveitando sua ida ao Japão e cada momento, sentia saudade de compartilhar cada mínimo detalhe da sua vida com Mai, sentia que explodiria cedo ou tarde se não estivesse frente a frente com a esverdeada em uma festa do pijama exclusiva para as duas assim que voltasse para a América.

— Akira Mahito ou algo assim. – respondeu, colocando as duas mãos embaixo do secador e ouvindo barulhos de digitação rápida do outro lado da linha.

Havia ligado para Mai apenas para dizer o essencial, a nova descoberta que tinha feito sobre a vida de Suguru: Akira Mahito. A garota tinha uma história de vida parecida com a do homem, ambos eram filhos de japoneses e se mudaram para os Estados Unidos, porém ao contrário de Geto, a Mahito mudou-se após terminar o ensino médio para cursar faculdade fora de seu país de origem.

Humm... Pelo instagram dela parece que ela faz moda na mesma faculdade que a gente.

Franziu as sobrancelhas confusa. Não era possível, tinha alguns contatos no curso de moda e certamente se lembraria do cabelo azulado da garota, não era todo dia que se via um tom de cabelo daqueles, ainda mais sendo natural.

— O que mais? – abriu a pequena bolsa e pegou seu gloss com o fundo rosa.

Ela tem vinte e dois anos, mora em Nova Iorque, nada de muito interessante. Tem um destaque para fotos com a família, outro para mostrar sobre coisas japonesas, e outro com alguns amigos.

Terminou de enfeitar seus lábios com o cosmético pegajoso, deixando-os brilhantes e realçando a cor natural deles. Arrumou os cantos com o dedo médio que não estava em uso e fechou a embalagem do produto, a guardando em sua bolsa e finalmente dando a atenção merecida para a ligação com sua melhor amiga.

— O perfil dela é aberto? – pegou o celular com uma das mãos, endireitando a postura.

Um resmungo positivo foi ouvido por Jade, que sorriu e levantou as sobrancelhas como se aquilo fosse óbvio. Sua mente estava pregando peças nela, não queria ocupá-la com esse assunto, se tinha algo que gostaria de pensar pelas horas que restavam do dia, esse algo era a sensação inexplicavelmente boa trazida ao seu corpo pelos lábios macios de Suguru tocando os seus.

Sentiu o peito esquentar apenas de lembrar dos braços fortes rodeando sua cintura como se fosse escapar dali, fugir para longe e nunca mais encostar as mãos macias no rosto do homem, isso certamente seria considerado uma maldição para ambos.

Com um sorriso largo no rosto, ouviu a voz da esverdeada cada vez mais perto de seus sensores auditivos, como se a mesma estivesse trazendo-na de volta à realidade em questão de segundos.

Jade!

— Não precisa gritar. – apertou um olho devido ao volume da voz de sua amiga, a fazendo revirar os olhos por saber que sua reclamação não passava da dramaticidade presente em sua personalidade. — Me manda o perfil dela, tudo bem? Vou dar uma olhada quando voltar para a casa dos pais dele.

A esverdeada assentiu mesmo sabendo que a amiga não veria e esticou as pernas na cama em que estava deitada. Mai gostava disso, ela sabia que a morena não se comparava com outras meninas e se achava mais bonita que elas sem precisar de uma confirmação, mas apesar de sua confiança, nunca deixaram de comentar sobre as pessoas. Era algo inofensivo, apenas entre as duas, e a esverdeada sentia falta dessa futilidade entre elas.

𝐀𝐬 𝐞𝐬𝐭𝐫𝐞𝐥𝐚𝐬 𝐭𝐚𝐦𝐛𝐞́𝐦Onde histórias criam vida. Descubra agora