Cap.22 | Uma noite regada à álcool - Parte 2

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Minha procura por Osamu durou cerca de alguns minutos até que eu o encontrasse há 2 quarteirões de onde eu morava, sentado tranquilamente no meio-fio da calçada.

Senpai! Osamu-senpai! Graças aos deuses você está bem! — Me agachei ao seu lado, fazendo-o olhar para mim. — CÊ TÁ MALUCO?! POR QUE SAIU DA MINHA CASA DE REPENTE?! TÁ QUERENDO ME MATAR DE PREOCUPAÇÃO?!!

— Eu vim procurar isso pra você. — Ele disse ao afastar um pouco sua blusa, revelando um gato pequeno em seus braços.

V-Você... foi procurar um gato para mim? — Questionei timidamente.

— Sim. — Ele estende o animalzinho com cuidado na minha direção e eu pego o mesmo.

Ei, Osamu. — O chamei num tom sério. — Este gato tem coleira.

— Mas ele estava abandonado.

Abandonado na onde?

— Dentro daquela casa. — Ele aponta para a residência.

Você roubou este gato da casa de alguém!

— Eu não roubei. — Falou de modo quase incompreensível. — Tava lá e eu peguei.

Fique aqui, okay?! Não se mexa! Eu vou devolvê-lo. — Avisei ao me levantar.

Segui até a casa indicada e encarei por um momento o muro ali. Segurei o gato contra o meu peito, subi em uma pequena mureta antes de juntar todas as minhas forças para conseguir ultrapassar a parede. Pousei no jardim, avistando outro gato maior que miou ao me ver, deixei o animalzinho que eu carregava junto aos demais e me preparei para sair.

— Quem está aí?!! — A voz surgiu, juntamente da luz sendo acesa, revelando um idoso segurando uma vassoura. — EI, EU VOU CHAMAR A POLÍCIA! O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO NA MINHA CASA?!

Me apressei para pular o muro novamente, me apoiando em uma das lixeiras para efetuar a ação e pousando na calçada.

NÓS TEMOS QUE IR!! — Exclamei ao agarrar o pulso de Osamu e começar a correr, forçando-o a me acompanhar.

— Por que estamos correndo?

Apenas continue! Não pare de correr!!

— Okay.

Nossa fuga durou pouco tempo, até que saíssemos do quarteirão. E, quando estávamos longe o suficiente, o soltei e comecei a diminuir o ritmo da caminhada.

Okay, acho que ninguém irá nos alcanç-... — Parei de falar quando ele agarrou meu braço de novo e continuou correndo no mesmo ritmo anterior. — EI, O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO?

— Você disse que não era pra eu parar de correr.

Sim, mas agora estou dizendo para parar!

— Vamos! — Vociferou quando sua mão escorregou pelo meu pulso e passou a segurar a minha.

Osamu! Já chega!! Ei, você está me ouvindo?! Osamu!!!

Ele simplesmente me ignorou e deu continuidade à sua ação, parando de correr apenas quando chegamos em um parque.

Você só pode estar querendo me matar... — Analisei enquanto respirava com brusquidão por causa do cansaço.

Osamu caminhou pelo lugar com convicção, como se soubesse exatamente onde ia. Parou em frente a um lago, abandonou minha mão e se agachou perto dele.

Osamu, vamos embora. Já são 23h, está começando a ficar tarde.

— Patinho. — Ele olhou para mim e apontou para o lago.

What  is   my  taste? • [Osamu]Onde histórias criam vida. Descubra agora