Ｗｈａｔ ｉｓ ｍｙ ｔａｓｔｅ? • [Osamu]

Cap.30 | Um início de manhã levemente turbulento

Eu não fazia a mínima ideia de que horas o relógio estaria marcando, mas presumi que já havia passado das 19h da noite, visto que a janela revelava um cenário noturno do lado de fora.

Encarava o teto fixamente, perdido em meus pensamentos enquanto sentia o aroma do perfume masculino misturado com o odor do suor e daquele cheiro específico do pós sexo.

— Yuxian? — A figura de Osamu adentrando no quarto me chamou a atenção, fazendo-me virar o rosto na direção do homem que vestia apenas uma camiseta e uma cueca, trazendo consigo uma pequena garrafa. — Aqui está a água que você pediu.

— Obrigado. — Falei ao levantar meu tronco, sentindo um grande incomodo nas minhas partes inferiores assim que me sentei.

— Ei, você está com dor? — O homem questionou com um semblante de preocupação antes de também se sentar.

— Não se preocupe com isso, eu vou ficar bem. — Retirei a tampa da garrafinha e levei o gargalo até a boca, bebendo seu conteúdo até a metade antes de oferecer o restante para o homem que me observava atentamente: — Você quer um pouco?

— Não, obrigado. Eu já bebi três copos, na verdade. — Ele parece um pouco constrangido. — Fazer aquilo dá mais sede do que eu imaginava.

— Uma hora você se acostuma. — Dei mais um curto gole e descartei o objeto na mesa de cabeceira. — Que horas são?

— São 20h17.

— Nossa, nós estávamos transando desde às 16h?!

— Bem, nós fizemos mais duas vezes, então o horário não me surpreende.

— Foi maravilhoso, não é? — Eu volto a me deitar na cama, puxando o edredom para cobrir meu corpo nu. — Você também gostou?

— Sim, eu adorei. — Ele pronuncia carinhosamente. — Foi incrível...

— Eu ainda não posso acreditar que, depois de tudo que aconteceu, finalmente pude transar com você! E, além disso, ainda me apaixonei! — Expressei-me de forma animada. — Estou tão feliz que tenhamos acabado aqui, onde estamos agora!

Osamu se surpreendeu com meu dito e o rubro tomou-lhe a face antes de se deitar ao meu lado, acomodando-se ali e me encarando fixamente.

— Por que está me olhando desse jeito de tão longe? — Provoquei. — Não é você quem gosta de ficar abraçado comigo? Venha, vamos ficar de conchinha.

— Não é melhor a gente tomar um banho e trocar os lençóis antes disso?

— Ah, meu corpo está cansado, meu ventre dói e a minha bunda está latejando. Não tenho forças para nada!

— Eu vou com mais calma da próxima vez, eu prometo!

— Não foi sua culpa, Osamu. Daqui pra frente, será mais fácil para nós dois, tenho certeza. — Tentei tranquilizá-lo. — Ser passivo na relação é um pouco novo para mim.

— Sério?

— Sim, acho que fiz isso apenas duas vezes.

— Você não gosta? — Ele questionou.

— Eu achava muito ruim e desconfortável, mas com você foi diferente, pois eu simplesmente adorei! — Expliquei meu ponto. — Eu frequentava muitos clubes gays no meu primeiro ano de faculdade e transei com vários caras. Era difícil achar alguém ativo ou versátil que se interessasse em alguém com a minha altura. Ou seja, eu já não tinha muitas opções e, ainda por cima, os homens que me foderam foram horrív-... — Fui interrompido quando o homem colocou a ponta dos dedos em meus lábios, me impedindo de continuar.