Cap.32 | Decorrências da fraternidade

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[POV'S OSAMU]

Meu namorado passou a noite em minha casa naquela segunda-feira e, no dia seguinte, fomos para o trabalho. Ele me ofereceu uma carona ao final do expediente e eu, movido somente pelo desejo de passar meu tempo com ele, aceitei sem hesitar.

Me mantive agarrado em Yuxian durante toda a viagem, pois o modo como ele dirigia aquela moto realmente me assustava.

— Osamu, já chegamos!

Graças a deus. — Balbuciei ao sair do veículo.

Ele tirou seu capacete e me ajudou a remover o meu, já que, por algum motivo, não importava o quanto eu tentasse, era impossível para mim abrir o fecho do objeto sobre minha cabeça.

Você não vai passar a noite aqui hoje? — Perguntei.

— Não, preciso ir pra casa.

Mas você já está em casa.

— Osamu, eu ainda não moro aqui!

Você disse "ainda"? — Não pude deixar de ficar um pouco esperançoso. — Está cogitando aceitar meu convite?

— Sim, mas... Eu quero conversar com Kenma antes de tomar uma decisão. Não vou me mudar até que eu tenha certeza de que ele não sairá prejudicado.

Você vai esperar ele achar outro colega de quarto?

— Essa é uma boa opção, mas eu pensei em uma outra coisa e gostaria de conversar com ele sobre isso.

Espero que isso se resolva logo, então. — Finalizei, deixando transparecer uma certa impaciência, visto que eu estava ansioso para que nós morássemos juntos definitivamente.

Aah, não faça essa carinha triste, Gong Zhi. — Ele diz lentamente, olhando-me de forma provocativa. — Vai partir o meu coração...

O que...? — Fiquei um pouco confuso com seu dito. — Do que você me chamou?

— Gong Zhi. — Ele repetiu de modo claro. — Os caracteres do seu nome se lêem assim em meu idioma.

Devo usar esse nome quando for me apresentar formalmente à sua mãe como seu namorado?

Yuxian se surpreendeu com minha pergunta, absorveu a questão e, por fim, deu um dos sorrisos mais lindos que eu já vi.

— Bem, você decide! Fico feliz que queira conhecê-la dessa forma. — Falou alegremente. — Bem, eu tenho que ir agora.

Nos vemos amanhã?

— Claro, venho te buscar para irmos ao trabalho! — O homem coloca o capacete e liga sua moto.

Até amanhã, Yu.

— Até amanhã, Gong er-gege! — Disse ele em uma entonação lasciva.

Subsequentemente, ele deu partida no veículo e foi embora. Enquanto isso, eu me mantinha parado na calçada, me perguntando o que diabos significava o sufixo usado após o nome.

Adentrei em minha casa acompanhado de minha dúvida, retirei os sapatos e segui para a sala de estar.

— Ora, ora... — A luz do abajur perto da poltrona foi acesa de repente no cômodo escuro, revelando a figura de meu irmão sentado ali. — Olha só quem resolveu finalmente aparecer!

Tal imagem assombrosa me fez levar um grande susto, com isso, não pude deixar de me irritar:

VOCÊ QUER ME MATAR DO CORAÇÃO, SEU IDIOTA?! — Bati a mão contra o interruptor, acendendo a lâmpada do teto e iluminando todo o ambiente de uma só vez.

What  is   my  taste? • [Osamu]Onde histórias criam vida. Descubra agora