Ｗｈａｔ ｉｓ ｍｙ ｔａｓｔｅ? • [Osamu]

Cap. 47 | Lanternas e desejos

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Fitei seu rosto sério por algum tempo, ele parecia extremamente decidido – e um pouco nervoso – ao se pronunciar. Com isso, não pude evitar de dar um curto riso, deixando-o até um pouco confuso com tal reação ambígua.

— Certo. — Finalmente pronunciei. — Vamos nos casar.

— Sim, certo! — Soltou o ar junto com as palavras, parecendo aliviado, voltando a se apoiar no parapeito do terraço.

— Então, quando você viajar comigo para a China para festejar o festival da primavera, posso te apresentar como meu noivo para a minha família? — Indaguei diretamente antes de beber minha cerveja.

— Sim, claro! — Respondeu prontamente antes de analisar o que eu havia dito. — Espere aí, o quê? Viajar pra China? Festival da primavera? Do que você está falando?

Adotei ao silêncio durante alguns segundos, virando meu rosto para o horizonte e fitando a paisagem, fugindo de seu contato visual.

— O festival da primavera ou Ano Novo Chinês, como você já deve saber, é muito importante para os chineses, é algo que deve ser comemorado com sua família. Meu pai nos convidou para passar o feriado com ele, juntamente de minha mãe, irmã e sobrinho... — Hesitei novamente em prosseguir. — E eu aceitei.

— Estou surpreso que tenha aceitado.

— Eu também estou, acredite. — Finalmente consegui encará-lo. — Ele fez o convite durante nosso almoço.

— O que aconteceu nesse encontro com seu pai? Eu estava com medo de te deixar desconfortável, visto que algo deve ter acontecido para que você resolvesse mudar seu visual, por isso não perguntei antes...

— Não aconteceu absolutamente nada de ruim. Na verdade, foi normal. Por isso foi tão estranho, eu estava incomodado com essa sensação de "normalidade" e necessitei fazer uma mudança.

— Sério mesmo?

— Sim, apenas falamos de mim, do concurso de arte, do meu relacionamento com você, do trabalho dele em Hong Kong e de Kousuke. E, quando terminamos de comer, ele refez o convite que havia feito pelo telefone, de irmos todos para a casa da minha mãe, em Pequim, para comemorar o início do Ano do Dragão.

— Você contou à ele sobre nós? — O homem questionou e eu apenas concordei com a cabeça. — O que ele disse?

— Ele ficou em silêncio por alguns segundos, um pouco sem jeito, como se procurasse bem as palavras certas, e finalmente disse: “Isso é bom. Pude perceber no dia de nossa conversa que ele cuida muito bem de você.”

Osamu não demonstrou qualquer tipo de reação com minha resposta, desviou o olhar como se pensasse um pouco até que voltou a encarar a paisagem e anunciou:

— Será uma honra ir comemorar com sua família como seu noivo.

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Osamu e eu viajamos para Pequim 4 dias antes da data de passagem do ano novo chinês, já que todos os vôos são lotados nessa época do ano. Residimos em um hotel, turistamos pela cidade nos dias decorrentes e, quando o dia 9 de fevereiro chegou, fomos para a casa de minha mãe antes que a tarde iniciasse. Sendo recebidos pela minha irmã que abriu a porta e me cumprimentou com um belíssimo sorriso.

— Meu pequeno irmãozinho! — Abraçou-me forte pela cintura, pressionando a cabeça no meio do meu peitoral, já que ela era bem mais baixa do que eu.