PRÓLOGO

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Uma semana antes...
Rhysand

Eu me choquei contra o chão do solar, e Amren estava imediatamente ali, as mãos nas asas de Cassian, xingando devido às feridas. Depois, xingou por causa do buraco no peito de Azriel.

Nem mesmo seu poder de cura poderia consertar os dois. Não, precisaríamos de um curandeiro de verdade para cada um, e rápido, pois, se Cassian perdesse aquelas asas... Eu sabia que ele preferiria a morte. Qualquer illyriano preferiria.

— Onde ela está? – indagou Amren.

Onde ela está... onde ela está... onde ela está...

— Tire o Livro daqui. – exigi, jogando as partes no chão. Odiava tocá-las, a loucura e o desespero e a alegria. Amren ignorou a ordem. Mor não tinha surgido... estava largando ou escondendo Nestha e Elain onde achasse mais seguro.

— Onde ela está? – repetiu Amren, pressionando a mão às costas arrasadas de Cassian. Eu sabia que ela não falava de Mor.

Como se meus pensamentos a tivessem convocado, minha prima surgiu: ofegante, selvagem. Ela abaixou ao lado de Azriel no chão, as mãos ensopadas de sangue tremiam conforme lhe arrancava a flecha do peito, com sangue cobrindo o tapete. Mor apertou o ferimento com os dedos, luz irradiando conforme seu poder costurava osso e carne e veias

Onde ela está? – disparou Amren, mais uma vez.

Eu não conseguia dizer as palavras. Então, Mor as disse por mim ao se ajoelhar sobre Azriel; meus dois irmãos estavam misteriosamente inconscientes.

— Tamlin ofereceu passagem pelas terras dele e nossas cabeças em bandejas para o rei em troca de aprisionar Feyre, partir o laço dela e fazer com que fosse devolvida Corte Primaveril. Mas ianthe traiu Tamlin, disse ao rei onde encontrar as irmãs de Feyre. Então, o rei fez com que as irmãs de Feyre fossem levadas com as rainhas, para provar que poderia torná-las imortais. Ele as colocou no Caldeirão. Não pudemos fazer nada elas foram transformadas. Ele nos neutralizou.

Aqueles olhos de mercúrio dispararam para mim.

— Rhysand.

Consegui falar:

— Não tínhamos opções, e Feyre sabia. Então, fingiu se libertar do controle que Tamlin achava que eu tinha sobre sua mente. Fingiu que... nos odiava. E disse a ele que iria para casa, mas apenas se a matança acabasse. Se nós fossemos libertados.

— E o laço. – sussurrou Amren, com o sangue de Cassian brilhando nas mãos conforme reduzia o sangramento.

— Ela pediu ao rei que quebrasse o laço. Ele obedeceu. – disse Mor.

Achei que eu estava morrendo... achei que meu peito poderia, de fato, estar partido ao meio.

— Isso é impossível. – retrucou Amren. – Esse tipo de laço não pode ser quebrado.

— O rei disse que podia quebrá-lo.

— O rei é um tolo. – disparou Amren. – Esse tipo de laço não pode ser quebrado.

— Não, não pode. – concordei.

As duas me olharam.

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