CAPÍTULO 54

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— Perguntou por que estou aqui? Poderia perguntar o mesmo a você. – Ele indicou com o queixo o grão-senhor da Invernal e Viviane, e os demais membros da delegação que permaneciam em silêncio. – Quer dizer que depois de Sob a Montanha ainda suportam trabalhar com ele? – um dedo apontou na direção de Rhysand.

Tamlin ainda continuava a falar, mas a voz forte que demostrava não me enganava. Eu sentia que nós estávamos sob seu olhar mesmo que ele estava olhando para Kallias e Viviane. Depois que nos apresentamos voltamos a sentar, havia motivos ocultos e expostos do por que nós revelamos nosso identidade.

Estava na hora de Amren saber de tudo, e eu sabia que Varian contaria a ela que somos deuses. E no momento em que essa informação chegasse em seus ouvidos ela conectaria parte da história.

Deixava Tamlin continuar a falar por quê sabia que Rhysand cuidaria dele.

Ele não estava na lista de pessoas que eu poderia matar por eles, Tamlin era de Feyre para ela fazer o que quiser.

Se ela o quisesse morto, bastava uma ordem e amanhã a Corte Primaveril teria que eleger outro grão-senhor dado que o atual não tinha um sucessor.

Meus olhos apenas observaram a cena patética que o grão-senhor caído estava fazendo.

O brilho prateado em torno de Kallias se apagou.

Até mesmo Viviane pareceu deprimida.

— Viemos decidir isso por conta própria. – foi a resposta que Tamlin recebeu.

A sala se preenche com o silêncio, eu apenas imaginava que a causa se envolvia com Amarantha.

— Não estava envolvido em nada daquilo. Nenhum. – Rhysand cortou a névoa de silêncio que pairava no ar com suas palavras sussurradas.

— Você estava lá quando a ordem foi dada. – Kallias lhe respondeu com os olhos gelidos fixados no grão-senhor. – Estava ao lado do trono, observando ela sendo dada sem fazer nada.

— Tentei impedir. – Rhysand como se prevendo a próxima pergunta quando Viviane abriu a boca para falar, se adiantou. – Quando seu povo se rebelou ela ficou furiosa, queria vê-los mortos Kallias. Eu... A convenci que isso não ajudaria muito.

— Quem diria... – o grão-senhor em breve morto se pôs a abrir a boca novamente. – Que um pau poderia ser tão persuasivo?

— Eu o recomendo a calar a boca Beron. – falei com a voz calma, lhe olhando nos olhos com a cabeça erguida. – Não é de agrado interromper a conversa dos adultos grão-senhor.

Ele iria falar mais algo com base de como seus lábios se separaram, os olhos flamejando. Mas Eris o interrompeu, o ato me causou curiosidade.

— Pai. – a voz saiu em um tom de aviso.

Parece que esse jovem não estava perdido, ele daria um ótimo grão-senhor se algum acidente acontecer com Beron durante a guerra.

Eu sentia que o irmão de meu cunhado tinha mais em seu interior do que revelava. Que sua história trágica com Morrigan era muito mais funda do que a imediata me revelou, durante um treinamento com as illyrianas.

Rhysand prosseguiu, para Kallias:

— Ela desistiu da ideia de matá-lo. Seus rebeldes estavam mortos, e eu a convenci de que aquilo bastava. Achei que fosse o fim. – a respiração de Rhysand acelerou levemente. – Só descobri quando você descobriu. Acho que ela interpretou minha defesa como um sinal de aviso, e não me contou nada. – a voz do senhor a noite estava grave diante das palavras que saíram de seus lábios. – E me manteve... confinado. Tentei entrar nas mentes dos soldados que Amarantha enviou, mas seu controle sobre meu poder era forte demais para detê-los... e já estava feito. Ela... ela mandou um daemati com eles. Para... – hesitou Rhysand. – As mentes das crianças... tinham sido esmagadas. – Rhysand engoliu em seco. – Acho que Amarantha queria que você suspeitasse de mim. Para evitar que nos aliássemos contra ela.

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