Corte de Esperanças e Cicatrizes •Hiatos•

CAPÍTULO 02

— Você ainda tem coragem de nos invocar mesmo depois de tudo que fez? – perguntei parando os socos ao notar o sangue no rosto de Amren.

— Eu preciso da ajuda de vocês. – falou passando a mão do nariz, o homem de cabelos pretos só estava olhando. – Augusto, Phillip e Axel não atenderam o pedido quando os chamei.

Dessa vez não foi eu a dar um soco nela, e sim o Niall.

— Fala logo o que você quer. – exclamou meu irmão, olhando a mão manchada com o sangue de Amren.

— Terá uma guerra, existe um objeto que pode acabar desestabilizando as barreiras entre mundos.

— Deixa eu adivinhar, você quer que lutemos nessa guerra.

— Sim. – Respondeu isso olhando nos olhos do Niall tentando o convencer como fazia antes.

— Acho que você esqueceu que já faz milênios que deixou de me conhecer. – Foi o que ele falou, sabendo o que ela estava tentando fazer.

Niall então olhou para mim, tínhamos duas alternativas.

Voltar, continuar fugindo e procurando.

Ficar, ajudar na guerra e procurar.

— Não achamos nada lá – Suspiro entendendo a lógica dele – vamos tentar aqui e quando isso acabar, voltamos e continuamos de onde paramos.

— Por que estão se olhando assim?

Foi a primeira vez que o homem nos dirigiu a palavras deste que chegamos ali.

É bastou apenas isso para perceber que não estávamos usando palavras para se comunicar, não precisamos por termos uma ligação de sangue.

— Estão conversando menino – Voltamos nosso olhar para eles a fala de Amren.

— Qual seu nome criança? – Meu irmão dirigiu a palavra para o homem que tinha suas mãos no bolso da calça preta, a blusa manga longa dobrada até o cotovelo com os dois primeiros botões abertos revelando marcas em preto.

Ele riu como se fosse a coisa mais engraçada já dita, era visível que ele confiava em nossa irmã.

Pela pose Amren deve ter tido para confiar na gente por que ela confiava, grande erro.

— Eu tenho mais de quinhentos anos – O olhei desafiador a nos falar que éramos as crianças – mas como vocês são irmãos de Amren e a última vez quando se viram foi quando ela veio para esse mundo, julgo terem mais de quinze milênios.

— Tá velho caduco – exclamei devolvendo a batida na cabeça em meu irmão, só que com a mão.

Ele me olhou como se quisesse falar que estávamos perdendo nossa pose de "somos superiores".

— Vão nos ajudar ou não? – Revirando os olhos sem paciência falou Amren.

— Sim – falou meu irmão, como disse ele consegue tomar decisões certas mais rápido.

— Ótimo – O sangue já não mais estava na cara dela, usando magia deve ter o tirado.

— Acho que terão que aprender um pouco sobre esse mundo como vão ficar um tempo.