Corte de Esperanças e Cicatrizes •Hiatos•

CAPÍTULO 05

A primeira coisa que vi ao entrar foi apenas três pessoas. Cassian, Niall e um homem de cabelos ruivos de costas para mim sentado em uma poltrona.

Reparei também Niall que olhava o tal homem com bastante curiosidade, o poder que antes estava agitado em seu corpo estava calmo como um lago pela manhã mais linda do verão.

A cabeça do ruivo estava virada para meu irmão, supus que estava o observando também. Seus sentimentos era de pura ansiedade e confusão, estava sentindo algo mas não sabia o que era.

— Rhysand e Feyre logo irão aparecer. – Falou Amren.

— Duvido que apareçam ainda hoje. – Cassian retrucou minha irmã.

— Pela cena que vi quando entrei, agora devem estar fazendo o mais selvagem-

— Já entendemos Niall. – O interrompi, mas mesmo ele falando não parava de olhar o ruivo.

Tomada pela curiosidade contornei a sala ficando ao seu lado, podendo observar o feérico que tanto intrigava meu irmão como nunca antes.

Sua pele era bronzeada, seus cabelos vermelhos e tinha uma cicatriz no rosto. O olho direito é inteiro castanho avermelhado, o esquerdo era um olho mecânico artificial de ouro pelo que observei.

— Por que estão me olhando assim? – Foi aí que percebi que Niall e eu estávamos o olhando a segundos, em completo silêncio.

— O que é esse fio ligando vocês dois? – Perguntei no dialeto natal, para apenas meus irmãos entenderem.

— Faz minutos que me faço a mesma pergunta. – Informou o ser ao meu lado.

Os outros dois estavam completamente perdidos. Direcionei meu olhar a Amren, questionando se ela sabia o que era isso.

Ela apenas me olhou, falando sem palavras que não iria falar nada sobre isso.

Quando percebi que meu irmão não perguntaria o nome do ruivo me adiantei.

— Desculpe por isso, qual seu nome ruivinho? – Assim que as palavras saíram da minha boca, ouvir a risada do homem alado e percebi o pequeno arregalar dos olhos do ruivo. – Eu sinto o medo que tem pela pequena criatura de olhos pratas.

— Sabe que ainda posso matar você, né? – Amren disparou irritada por chamá-la de pequena. Quando soube que ela virou história para assustar crianças, quase morri de tanto gargalhar.

Apenas pela lembrança do momento solta uma risada.

— Então? – Voltei a atenção para o homem que observando melhor não estava no melhor dia, pelo cheiro não tomava banho a dias.

Ouvi estralar de dedos ao meu lado, e em milésimo de segundos o ruivo não estava mais com a roupa rasgada e suja, e sim com uma blusa verde musgo clara e calças marrom com botas pretas, mas ainda precisava do banho.

— Obrigado. – agradeceu olhando meu irmão – Eu sou Lucien, emissário da corte primaveril, – franzindo o cenho continuou – ou pelo menos era.

— Entendo.

Se pode ouvir um som de surpresa na sala, olhei para quem fez. Niall estava com os olhos arregalados.