Direita, direita, direita, direita....

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Uma sombra sussurra no ouvido de Azriel e ele passa pela parede e sai da casa, deixando sombras junto com Lucien com a instrução de proteger o ruivo a qualquer custo e o informá-lo de qualquer coisa que acontecer.

Azriel atravessa para a Corte Outonal. Os seus espiões tinham acabado de avisar que estavam fazendo os planos de batalha. O Mestre Espião atravessa para o local de encontro com seu espião.

O moreno vê uma sombra em uma pilastra, se aproxima e sai das próprias sombras.

— Tem um general de Hybern, uma rainha, generais das outras rainhas, o general da Outonal e Keir — o macho de pele quase laranja diz, Az gostava de ser sempre direto.

— Keir? Tem certeza? — o castanho afirma — Você sabe quantos Precursores da Escuridão estão com ele? E se alguém do exército illyriano está com eles?

— Mais da metade da Corte dos Pesadelos está com ele. Cerridwen veio mais cedo pegar informações e foi investigar isso, já Nuala foi investigar os illyrianos, ela disse que não são muitos — os espiões da Corte Noturna trocavam informações e sempre investigam mais, as vezes eles trocam as tarefas, não sem avisar, é claro e dividem alguns trabalhos.  Az sempre os influencia a fazer isso, agiliza o trabalho — Elas acabaram de me passar as informações completas. Eles estão na sala secreta do calabouço — o macho tira algo do bolso — Derrame uma gota disso no fogo da quarta tocha da quarta direita que você virar. É uma ilusão para você pensar estar andando em círculos.

O moreno assente e pega.

— Desça no calabouço, entre na segunda cela da direita, ela é longa e o fundo é escuro, lá tem uma entrada. Vire as quatro direitas e derrame a gota no fogo da quarta tocha. De forma alguma vire à esquerda ou derrame o líquido na tocha errada e não entre nas outras celas — o espião instrui e desaparece.

Não é possível atravessar ali dentro, por isso Azriel desce as escadas, indo para o primeiro andar, na sala de jantar, onde fica a principal entrada para o calabouço de dentro do castelo.

O illyriano entra na espaçosa sala, tão grande que chega a ser exagero. As paredes são laranjas tão escuras que quase aparentam ser vermelhas, na verdade a sala em si é escura, apenas com janelas em frente às cabeceiras da grande mesa.

O Encantador de Sombras se encontrava de costas para uma das janelas e de frente para mesa de madeira escura com cadeiras iguais nas laterais e na ponta mais longe de Az duas cadeiras diferentes das demais, uma com o encosto maior, muito maior e outra à sua esquerda com o encosto visivelmente menor que as outras.

O Mestre Espião abandona o nojo e a raiva de Beron para entrar na falsa parede, rente a lateral direita da cadeira de Beron e se depara com uma escada em forma de caracol...

O macho alado segue as instruções até a segunda cela à direita, ali embaixo era escuro e assustador, tinha apenas algumas tochas e não ajudava ser feito de uma pedra marrom avermelhada, e os gritos, choros e lamúrios só pioravam as coisas.

 A segunda cela é pura ilusão, quando se está do lado de fora parece pequena, mas quando se entra nela e anda alguns passos percebesse o quão grande ela é.

Azriel caminha até o buraco do tamanho de uma porta pequena e começa a andar e virar com dificuldade à direita, a gravidade (talvez uma falha nela) o puxava para a esquerda. Assim que vira a quarta direita está novamente na cela, um passo à frente da grade, mas agora há quatro tochas em cada parede.

"E agora? Em qual das paredes" Az pensa.

"A direita da cadeira" uma sombra sussurra.

As luzes amam a escuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora