Só a Mãe consegue para-lá

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Em Em Velaris, as coisas já estavam controladas. Os inimigos que restavam se entregavam ou batiam em retirada, a maioria dos cidadãos estavam bem. Houveram apenas algumas baixas, que ficavam evidentes pelos sangue de diferentes cores nas ruas, cenário nada condizente com o céu noturno que estava brilhante, estrelado e límpido. Perfeito.

E, apesar da tentativa de se acalmar apreciando as estrelas, Az continuava nervoso. Estava na hora.

oOo

— Isso vai doer.

— Tudo nessa vida dói — Helion responde de onde estava deitado, em um quarto qualquer do Palácio.

Elain estava em pé com um frasco de líquido preto na mão. Por fora parecia calma, a verdadeira imagem de uma flor, mas por dentro ele previa mil e uma formas de dar errado.

— Você vai ficar entre a vida e a morte. Vai ser como dormir, só que sem sonhos. Quando você acordar, vai estar extremamente cansado e indisposto, talvez seu poder fique fora de controle também — ela se aproxima dele com o frasco, estava vestida para batalha com um traje illyriano.

— Se algo acontecer, peço que entregue a carta em cima da mesa para Lucien — o macho pede, apontando para mesa ao lado da cama. Ele se sentia um pouco triste por dentro, não tivera tempo de conhecer seu filho, não conseguira conhecê-lo ou mesmo protegê-lo — Diga que queria ter tido mais tempo e que o amo.

Ele tinha um olhar triste e distante, Elain se sentia mal por isso, mas não havia nada o que fazer.

— Vamos vencer essa guerra — ele diz estendendo a mão para Archeron com um sorriso fraco, a mesma o entrega.

Apenas alguns segundos após beber, Helion fecha os olhos e entra em um sono profundo.

oOo

— Suas últimas palavras? — o soldado pergunta.

In corde meo semper erit fons¹ — Tamlin diz de olhos fechados.

oOo

Persei estava parado no topo da montanha observando as estrelas e esperando.

— Cadê eles? — ele ouvira o barulho das asas, por isso não se assusta com Az e seus passos silenciosos.

— Olá, Mestre Espião! Eu estou ótimo,  obrigado por perguntar. — diz, debochado, não tirando os olhos da natureza ao seu redor — É extremamente lindo.

— Sim — o Encantador de Sombras estava meio melancólico ao lado de Persei, tinha medo de tudo, apesar de tentar ao máximo não demonstraram

Passam se alguns minutos de silêncio e admiração, que são quebrados pela externação do temor de todos.

— E se der errado?

Persei o olha pelo canto do olho e faz uma careta.

— Tudo e todos serão escravos dela. Todos sucumbiram aos desejos da Névoa,  cada ser e cada coisa.

Os dois permanecem em silêncio absortos em seus pensamentos.

— Se ela é tão poderosa assim, por que já não atacou? Por que não nos dominou ainda? Por quê?

As luzes amam a escuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora