Perfeito Equilíbrio

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Tudo se concertou e se endireitou, cada ser no seu planeta, cada árvore no seu lugar, cada luz brilhando intensamente e cada sombra acompanhando essa luz.

O equilíbrio havia sido restaurado.

Tinha dado certo!

Eles haviam conseguido! Eles tinham...

Um grito de dor ecoa pela montanha. Um não, dois. Apesar de por motivos totalmente diferentes ambos eram dolorosos e ecoavam.

Azriel sai do topor assim que sente uma leve dor no abdômen e ouve os gritos. Assustado procura machucados em Lucien e em Elain, mandando as sombras inspecionar cada pequena parte do seu parceiro e apesar da procura, o mestre Espião não acha nenhum machucado, nem em Lucien, que estava ajoelhado no chão abraçando a barriga e com a cabeça abaixada. Nem em Elain, que tinha a cabeça inclinada para o céu e chorava e gritava feito criança. Az não sabia o que fazer, tinha dado certo, ele sentia, mas por que os dois estavam assim?

- Persei... - O moreno chama, mas percebe que o loiro não estava ali e entende a dor da vidente, isso não faz sua preocupação diminuir. Lucian sentia dor, mas não havia se machucado e Elain parecia sentir também, mas a dor dela não era física.

- Lucien, Elain - chama a atenção dos dois para si, Elain desaba no chão ao lado de Lucien e Az se ajoelha - Olhem para mim - ele alterna o olhar entre os dois, ambos os pares de olhos exibiam dor, física e emocional, o moreno estava apavorado, não sabia lidar com essas situações - O que está acontecendo?

Lucien tenta falar, mas não consegue pela imensa dor que sente, seu abdômen é todos os órgãos da região queimavam, parecia que havia uma fogueira dentro de si, além de parecer estar sendo estripado. Elain desmaia ao seu lado pálida, fazendo ambos os machos arregalarem os olhos.

Azriel atravessa os três para Corte Noturna, especificamente para a frente da biblioteca, sabia que os curandeiros estavam ali.

Assim que o faz ele vê Morringan de armadura, essa se encontrava ensanguentada, com um olhar vago e distante que é substituído por curiosidade, preocupação e alivio quando os vê.

- Az? O que aconteceu? - a mesma corre até eles e pega Elain que estava encostada em um dos lados de Az, enquanto o ruivo, que havia desmaiado durante a travessia, do outro.

- Eu não sei. Fechamos os portais e logo depois eles estavam gritando - o illyriano estava em pânico - Sinto que conseguimos, mas...

Azriel se sentia esgotado e renovado pela libertação de poder, foi extremamente satisfatório. Ele se sentia mais leva, tanto por ele, quanto por Lucien. Agora ele conseguia sentir nitidamente o ruivo, a alma deles e o fio que os conectava. Sentia também a dor e o peso tirado das costas do ruivo. Parecia que após aquele estranho ritual a ligação com Lucien havia se intensificado e tomado forma.

- Hecatomno... - Elain diz chorosa.

Mor e Az levam os dois para dentro da biblioteca. Os curandeiros estavam ali ajudando na recuperação dos feridos. Os cidadãos já haviam sido liberados e estavam limpando a cidade e prestando socorro. Apesar de todo caos e sangue, as baixas e perdas haviam sido bem menores que da última vez, o que já era alguma coisa.

- Curandeiro - Az grita assim que a dor em seu abdômen aumenta.

Uma feerica com a pele laranja meio amarelada vem até ele e estende a mão, indicando para que Az deitasse Lucien na maca.

- O que aconteceu? - a voz dela era delicada como uma pluma.

- Não sei. Ele não tem nenhum machucado visível, mas eu sinto uma dor no abdômen. - a feerica o encara de modo estranho, até que ele entende o que falou - Ele é meu parceiro. - a expressão estranha passa para entendimento.

As luzes amam a escuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora