Capítulo 54

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Tava sem ideia para título (mas vcs vão entender)

oOo

Azriel entra em desespero quando a névoa desaparece, deixando apenas ele naquela Escuridão.

Ele se ajoelha naquele porão e grita.

— Lucien — o grito ecoa — Lucien — ele começa a ficar ainda mais desesperado — Lucien, me responde, por favor.

Não há resposta, nenhum tipo.

Azriel fica ali, preso na escuridão, naquele lugar tão familiar.

E chora.

Passos ecoam. Ele sabe quem é, ele sabe o que vai acontecer. Por isso se encolhe no cantinho daquela prisão.

Ele consegue ouvir as chaves e a porta sendo destrancada, mas não vê nada, seus olhinhos continuam fortemente fechados, como se daquele modo eles não conseguissem vê-lo.

Suas asas amarradas surravam na parede, encostando nos ferimentos e machucando ainda mais, mas o pequeno illyriano não se importava com isso, tudo que passava na sua cabeça eram as crueldades que seriam feitas. Naquele momento queria ficar invisível. Queria ficar longe dos seus irmãos ruins.

— Olá, pequenino — seus irmãos diziam com um tom debochado — Pronto para se divertir — o garotinho se encolhe ainda mais no canto. — Hoje vamos te presentear — uma risada sádica é ouvida.

Dois de seus irmãos o agarram com força, apertando os machucados e hematomas já feitos, arrastando-o até o meio daquele quarto, que parecia mais uma caverna. Quando abre os olhos, o pequeno se depara com um caldeirão com algo borbulhando lá dentro, lágrimas escorrem pelos olhos do pequeno. Os macho ali agarram sua mão, o pequeno Az se debate, mas seus irmãos são maiores e mais fortes que ele, de nada adianta a luta.

Arrastam o moreno até o caldeirão de forma bruta e mais bruscamente ainda enfiam a mão do garotinho lá dentro.

O garotinho grita e chora, mas os outros não compadecem ou retiram a mão do mesmo, apenas riem dele. O garotinho grita enquanto suas mãos fritam lá dentro. Depois de um tempo ele desmaia de dor. Os outros apenas o jogam no chão e saem dali.

Azriel soluça e procura respirar. As piores lembranças de sua vida estavam vindo à tona sem intervalos.

Uma visão diferente o toma por inteiro, uma visão desconhecida.

Ele estava chorando e correndo por uma floresta laranja, totalmente laranja, suas pernas eram pequenas e seus cabelos de cor cobre batia nos olhos, o que não ajudava a desviar dos galhos, por isso tropeça algumas vezes.

Ele corria, corria como se sua vida dependesse disso. As lágrimas desciam, embaçando sua visão parcialmente, deixando-o ainda mais desesperado. Não podiam encontra-lo, não podiam.

O pequenino vira para trás e quando não vê ninguém o alívio o inunda.

Mas quando se volta para frente vê as pessoas da qual estava fugindo, seus dois irmãos mais velhos depois de Eris, Éter e Hipnos, ruivos, enormes e macabros, com cicatrizes no rosto, hematomas e um olhar horrível. Um sorriso emoldurava o rosto dos dois.

Azriel percebe que aquela visão era de Lucien.

— Achou que podia escapar, pequenino — eles pareciam um predador prestes a atacar uma presa. Apenas por diversão, estavam caçando o pequenino só por diversão.

— Agora vamos, volte sem mais complicações e o castigo será menor — o outro diz, mas Lucien não escuta, ele dá as costas e começa a correr. Antes que possa dar o segundo passo seu irmão o agarra e o arrasta até a parte de trás do castelo pelos cabelos. Os gritos do ruivo não fizeram com que o aperto diminuisse.

As luzes amam a escuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora