As luzes amam a escuridão

Calma, pequena raposa.

Persei/Hecatomno é um personagem autoral, assim como o homem feérico.

Héstia é a mãe do Lucien.

oOo

Lucien caminha apreensivo, não sabia o que iria acontecer, se o mundo iria acabar, se ele sairia vivo dali. Se sequer sairia dali.

Ele chega ao portão da grande mansão e os guardas o deixam entrar sem ao menos revistá-lo, apenas indicam Lucien o lugar onde deve ir. A masmorra.

O ruivo segue o caminho indicado, e se depara com um lugar totalmente diferente do que pensou. A masmorra não era um lugar escuro. Na verdade era claro e bonito, não deixava de ser uma masmorra, mas era bem arrumada. Era bem iluminada, com o piso de pedra branca e paredes bege. Parecia mais uma sala com celas.

Lucien caminha apreensivo até uma pequena área aberta, com mesa e cadeiras, pareciam confortáveis. Ali deveria ser o local em que os guardas descansavam.

Beron está de pé com Héstia sentada amarrada ao seu lado com uma mordaça, perto da pequena mesa. A mãe de Lucien o olha como se o mandando embora. Ela preferia morrer a ver Beron fazer mal a Lucien.

Tinha também outras duas pessoas no cômodo, um humano que parecia um feérico, ao menos o ruivo achava ser um humano por ter as orelhas redondas. E um homem com cabelo loiro, com ondas que iam até a orelha e olhos cinza, sorriso branco, maxilar marcado e cicatriz transversal no canto direito da boca.

- Oi, querido filho! - Lucien faz uma careta.

- Oi, Beron! - Lucien não o chamava de pai, em circunstância alguma - Onde Vassa e Jurian estão? - o ruivo desejava acabar com aquilo o mais rápido possível.

- Eles estão bem. Daqui a pouco você irá vê-los - o macho sorri, um sorriso horrível, pondera Azriel - Não quer saber o que você terá que fazer antes?

- Quero que você solte minha mãe e eles. Agora. Não me importo com o que tenho que fazer. Só solte eles.

- Calma, pequena raposa - o loiro responde com um grande sorriso, do qual nenhum dos encantadores gosta - Não se preocupe. Eles vão ficar bem, você deveria se preocupar consigo mesmo e não com os outros - o homem chega perto de Lucien, perto demais, pondera Az, e o ruivo tem que segurar um rosnado - Se me der licença, vou colocar essa pulseira para anular seus poderes. Não se preocupe, não vai doer. Seu bem-estar é importante - Azriel reflete sobre a última parte. Então isso queria dizer que eles não machucariam o ruivo, certo? Se não vão o machucar, o que vão fazer com ele? O que pretendem? O que querem com o ruivo?

Lucien estava com medo de a pulseira machucar ele de alguma forma, mas tudo que sentiu foi o fogo das suas veias se apagando, era como se água tivesse tomado conta das suas veias e resfriado elas, além disso, não era mais de um lindo ornamento de ouro.

- Nós vamos soltar seus amigos. Mas não sua querida mãe. Vamos soltar Héstia apenas depois que tudo correr conforme o planejado - o loiro dizia calmamente, ainda perto de Lucien - Vamos deixá-los na Mansão dos Exilados, sem qualquer informação ou lembrança daqui. Podemos começar assim? - o homem parecia estar negociando a venda de maçãs e não a vida de alguém, ele falava calmamente e despreocupado, enquanto Beron estava calado do outro lado da sala. Ele era um mero peão, observou o Mestre Espião. Apenas um caminho para chegar até o ruivo. Quando tivessem uma oportunidade, os outros o descartariam.

- Quando será isso? - o ruivo se referia a o plano dá certo - E o que tem que ocorrer como planejado? - o loiro e Lucien se olhavam e conversavam como se tivesse apenas os dois na sala. Beron não parecia feliz com isso