♣Capítulo 20♣

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Ando de um lado para o outro completamente desesperada

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Ando de um lado para o outro completamente desesperada. Mamãe e papai foram levar algo para bebermos. Alex está na sala de cirurgia  há exatamente 5 horas.

Avisto o médico encarregado de comandar a cirurgia do Alex e ando rapidamente até o mesmo.

— Como ele está?

— A cirurgia correu um sucesso. Mas o caso do senhor Edwards é bastante crítico, pois a bala passou de raspão em um órgão bastante frágil quanto o pulmão, o manteremos em coma induzido por algum tempo, porque dependendo de como ele irá reagir aos medicamentos é aconselhável que fiquemos preparados, tenho absoluta certeza que se tudo correr bem é provável que fiquem algumas sequelas.— respiro fundo voltando a chorar copiosamente. Ouço um baque e vejo o café que mamãe segurava, cair e se derramar no chão, fica totalmente paralisada olhando fixamente para o chão enquanto uma lágrima desce de seus olhos.

Papai a pega a tempo quando inesperadamente mamãe desmaiou.

***

Caminho por várias alas do hospital, indo por concidência, parar na ala infantil. Adentro o local que, pelo aviso, só pode entrar com autorização.

Acabo dando de ombros olhando ao redor, não vejo nenhum funcionário ou guarda prestes a me impedir, então entro no corredor das encubadoras.

Olho para cada rostinho fofo presente naquele lugar com melancolia tendo pequenos fragmentos de lembranças da minha infância. É tão surreal, que quando nascemos, fica tudo agitado, com um ar leve, demasiados sorrisos e muita gente querendo ver, pegar e acariciar você.

Quando cresce um pouco mais, vive e sente tudo intensamente, e muitas vezes disperdiçamos bastante tempo com coisas que considera horríveis, mas que na verdade, não são nada comparado ao que viveremos no futuro.

Viramos adolescentes, quase adultos e, muitos temos a "fase automática". Você vê os minutos, horas, e dias correndo, e você parado, vê os dias passando... um atrás do outro, um seguindo o outro. Parecia tudo igual, você para de ver o mundo como via antes, e o analisa em outra perspectiva. No início, você sente falta de todos aqueles que passaram por sua vida e fizeram dela mágica e incrível, os reencontra, e parecem todos estranhos, não sente se sente mais leve e com o estômago cheio de borboletas coloridas. Pelo contrário, você sente um embrulho no estômago e um aperto no peito ao olhar para os mesmos rostos, parecendo tão diferentes.

Depois... bom, depois você se afasta de tudo, fica distante de todos e quer apenas paz. Você  abraça a solidão que sempre te fez companhia e te acolheu, como todos esqueceram de fazer. Recorda de certos momentos que foram únicos e ri sabendo que provavelmente não vai mais acontecer.

A medida em que crescemos, temos cada vez mais medo do que vem a seguir e de quem encontraremos, temos consciência de que o mundo é cruel, as pessoas são cruéis. Mesmo que você não as faça nenhum mal, elas chegam até você e fazem barbaridades contigo, o que faz você querer se esconder, se proteger e mesmo assim elas sempre vem até você.

Alex, mesmo sem eu nunca admitir, me salvou de muitas pessoas ruins e quando não podia, me abraçava a força e deixava que chorasse em seu peito. Lá no fundo, bem no fundo, eu amo tê-lo perto de mim.

Quando sinto meu rosto novamente húmido é que percebo que mais uma vez estou chorando.

Saio da ala infantil e volto para o andar em que o Alex está.

***

Depois de duas horas sentada, um enfermeiro avisou que já o podíamos ver.  Mas precisei antes, desinfetar as mãos e usar luvas, touca e uma roupa hospitalar específica.

Meus pais saíram antes de receber a notícia. Precisávam tentar descansar e repor as energias. Ainda não os avisei que as visitas foram liberadas, decidi esperar um pouco.

Adentro o quarto branco e me aproximo da cama podendo ver seu rosto, meu desespero se intensifica ao vê-lo respirando com aparelhos.

Calmo e sereno, como quase nunca fica quando acordado. Acaricio seu rosto pegando em sua mão.

— Nunca acreditei que pessoas em coma pudessem ouvir o que as outras falam, achava isso uma coisa estúpida— falo baixinho e solto um riso fraco logo continuando— Mas, se estiver me escutando...Preciso que fique bem, eu preciso de você. Nossos pais precisam de você querido.

 Nossos pais precisam de você querido

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Esse capítulo me deu gatilho<<^>

<<🍒>>

<See you later>

Meu irmão gangsterOnde histórias criam vida. Descubra agora