Capítulo 3

3 2 0
                                    

O sentimento de volta para casa era inexplicável. 

Olhando pela janela do meu jatinho, posso ver as nuvens, a imensidão do céu, me dá vontade de deixar o ar fresco que sai do ar condicionado de lado e me aventurar em algo maior.

Não, sem pular de paraquedas, eu definitivamente morro de medo dessas coisas. Mas nadar em uma cachoeira, pisar meus pés descalços na terra úmida e dançar sob as gotas geladas em um dia chuvoso, sentir a brisa tocar meu rosto enquanto me balanço em uma rede, isso tudo, não tem comparação.

Mas você sabe, não há os ares que procuro em Curitiba, um simples desavisado que acaba de chegar a cidade poderia facilmente contrair 15 doenças em apenas uma respirada funda, um suspiro e já cairia duro.

Eu quero algo novo, uma aventura nova numa terra inexplorada, como em livros de fantasia, correndo pelos campos e sentindo o aroma doce das flores, até que eu tivesse uma crise alérgica e todo meu sonho encantado acabasse comigo tendo 8 espirros por minuto (mas definitivamente valeria a pena para viver um momento assim).

Se eu te chamasse para descobrir um novo mundo, largaria seus trabalhos acumulados, suas contas atrasadas, aquelas visitas da sua tia chata com ideais políticos duvidosos nos fins de ano, só para brincar de fada comigo em um lugar onde não há sinal de internet e temos o risco de sermos devorados por animais, você viria?

Ah vai, isso até que é uma proposta tentadora. 

Talvez eu esteja pensando coisas muito improváveis, mas imaginar não pode ser assim tão prejudicial (eu espero).

Bom, tentarei dormir mais uma vez, talvez sem sucesso algum, então adeus, por enquanto.

Ass.: Anelise, uma fada com alergia a pólen.

O Último AtoOnde histórias criam vida. Descubra agora