Anelise Montenegro, uma jovem modelo do sul brasileiro, nasceu com a sorte de uma família rica, é claro que toda família tem seus defeitos, mas a sua sempre fora por todos considerada como bem estruturada.
Ou pelo menos era isso que ela pensava, ant...
Finalmente é o dia do evento, eu confesso que até estava ansiosa, inclusive, até papai parece bem ansioso hoje, há tempos não o vejo assim.
Fiquei sabendo que o pai de Gabriella conseguiu uma brecha para noticiar tudo junto de outros repórteres famosos, ouvi isso da própria boca dele, ele veio fazer uma visita ao meu pai, passaram horas no escritório, parecia muito feliz. Isso pode ajudar a alavancar a carreira dele novamente, com certeza foi o Sr. Vitor Montenegro que conseguiu isso, mamãe jamais faria esforço algum para ajudá-lo.
Ela estava muitíssimo animada para hoje, eles nem sequer brigaram no café da manhã, assim que terminamos nosso café, ela foi até o salão de uma velha amiga.
Já eu, optei por receber meus tratamentos de beleza na varanda de casa, o dinheiro me proporciona esse comodismo de ter tudo ao meu alcance sem precisar ultrapassar os portões do condomínio (o dinheiro me proporciona muitas coisas, mas infelizmente a sua presença dentro de minha realidade, não é uma delas).
Enfim, fiz questão de chamar uma massagista, eu precisava urgentemente aliviar minhas tensões causadas pelo nervosismo de ir a um evento daquele porte, odiaria ficar cheia de dores depois.
Da varanda pude ver papai entrar no carro e dirigir para fora de casa, todo arrumado. Ele simplesmente foi, sem dizer nem as empregadas aonde ia, mas isso não me surpreendia, já era de praxe que se comportasse assim.
O dia estava saindo melhor do que o esperado, não acha? Pelo menos momentaneamente, as coisas pareciam ser diferentes.
Assim que terminamos a massagem, fui ao banheiro com o intuito de me banhar, porém decidi que seria bom e que precisava de algo para impulsionar ainda mais essa alegria que tomava conta de mim, então abri uma das gavetas, tomei a erva e o dichavador em mãos, dichavei a quantidade ideal para me manter feliz e me deixar relaxada até a hora da festa, coloquei a piteira na ponta da seda, estava quase pronto, com muita concentração depositei a erva e distribui pela seda, enrolei e passei a língua levemente na ponta, agora só faltava um único detalhe. Usei um palito de dentes qualquer para pilar. E prontinha! Minha Mary Jane estava comigo de novo.
Acendi e fumei lentamente, sentindo o sabor dela entre meus lábios, aproveitando cada segundo de seus efeitos que entorpeciam a minha mente e eliminavam de vez a minha ansiedade.
Entrei na minha banheira, que a empregada havia preparado há pouco e me deitei nela, com meu baseado entre os dedos.
Ah Deus, que bela criação.
Desculpe se isso te soou profano, mas não há o que dizer além disso, o efeito é divino, porém não deve se apegar a ele como eu me apeguei, agora é tarde pra mim. Apenas uma coisa poderia me fazer querer parar, só uma, e sei que esta é impossível de acontecer, alguém jamais amaria verdadeiramente alguém como eu.
Não há amor para pessoas como eu, tudo que eles querem é uma top model, e eu não posso ser ela o tempo todo. Estão acostumados a beleza da rosa, não aguentariam os espinhos, isso é um pouco triste, mas nada além da verdade.
Apenas o amor pode me salvar, e ele parece distante demais para que eu possa vê-lo ou tocá-lo. Para mim, o amor é como a água, não importa quanto eu tente a segurar, sempre se esvai pelos meus dedos, escorre, flui, toma seu curso. Antes eu achava que não me importava com o amor, mas agora eu sei a verdade.
Eu só... não quero pensar nisso agora.
Quando terminei meu cigarro, pensei que seria bom jogar um jato de água gelada do chuveiro sobre mim para me livrar de qualquer cheiro de marijuana que pudesse ter ficado em meu corpo.
Então após alguns minutos me levantei e finalizei meu banho no chuveiro, deixando que a água gelada percorresse pela extensão do meu corpo, desde meus seios até a ponta dos meus pés, aquela sensação me fazia arrepiar, enfim, desliguei.
O cheiro de lavanda presente em mim se espalhava pelo banheiro, se misturando ao aroma da maconha que ainda insistia em permanecer ali. Vesti meu roupão e voltei ao quarto.
A cabeleireira que minha mãe contratou chegara, era tão habilidosa que os movimentos que fazia com as mãos enquanto arrumava meus cabelos, trazia uma estranha elegância.
Logo Kelly chegou, eram quase 19:00, ela bateu a porta e permiti que ela entrasse, eu já a esperava, sentada em minha poltrona, pronta para ser pintada como uma tela em branco.
-Então, qual vai preferir hoje?
-Quero a sombra marrom e um cílios que não descole nos primeiros 5 minutos.
-Porra, a antiga maquiadora era tão ruim assim?- ela disse enquanto me olhava estupefata pelo espelho a nossa frente.
-Foi por isso que ela foi demitida, fiz essa piada e aquela vaca quase me cegou de tanta cola.- foi inevitável conter o riso, você devia ter visto, ela só podia estar em um dia ruim, poxa era só uma brincadeirinha, mamãe quis processar ela.
Assim que ela terminou e eu finalmente abri os olhos, pude ver o quão bonita estava (e enxergava perfeitamente)... agradeci a ela e ela foi embora, satisfeita com o resultado.
Pode me ajudar a escolher um vestido? Vermelho ou preto é muito clichê pra hoje, quase todas vão estar usando essas cores. Usarei verde, me cai bem. Me ajude, qual dos dois?
Este que me faz sentir uma verdadeira herdeira de Tom Riddle:
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E esse me faz sentir uma sugar baby voltando de sua viagem à Dubai:
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Ótima escolha, você tem um gosto parecido com o meu, eu admito... vestiria ele independente da sua escolha.
Coloquei um salto agulha dourado, que elevasse ainda mais meus 1,72 de altura.
Mamãe com certeza chegaria logo para irmos todos juntos, será que o papai havia voltado? Será que já estava pronto?
Me abstive de pensamentos pessimistas e terminei de me arrumar. Borrifei sobre mim meu melhor perfume, arrumei minha bolsa e desci para esperá-los.