Capítulo 9

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Seu enterro foi dramático, como a morte de Getúlio.

Milhares de fãs choravam, haviam homenagens a ela por todo país, emissoras noticiavam o enterro ao vivo, o Brasil prosseguia com seu luto.

Eu a guardarei para sempre, como em uma fotografia, sorridente, com os cabelos bem penteados e as unhas feitas.

Me lembro dela me ensinando a me maquiar quando eu tinha 12 anos, uma professora experiente.

"Vá devagar Lise, são batidinhas de blush para dar saúde, não vai querer ficar parecendo uma palhaça".

Rimos muito naquele dia.

Joguei rosas brancas em seu túmulo, enquanto ecoava em meus ouvidos a sinfonia do último adeus.

As investigações seguem agora, a todo vapor.

Vendo ela indo embora de vez, já não sabia mais o que pensar de tudo aquilo, não sabia o que sentir, a tristeza me invadia, sem data para ir embora. 

Desejei que ela ainda estivesse viva, eu desmarcaria todos os desfiles, se necessário até arranjaria briga com ela mesma para aproveitar um pouco mais do tempo ao seu lado.

Isso não será possível, devo aceitar, as coisas nem sempre são como gostaríamos, mas por que tinham de ser exatamente assim, por que não mais tarde?

Os tempos mudaram e acho que estou mudando também.

Por favor leitor, não me deixe agora, fique aqui comigo mais um pouquinho.

Ass.: Lise.

O Último AtoOnde histórias criam vida. Descubra agora