Os minimos detalhes

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—O seu medo me ofende. -Repetiu ele dolorido. Seus olhos negros estavam fixados nela. Ela engoliu em seco. O peso daquele contato visual era grande.

—Eu já lhe expliquei sobre privacidade Sasuke? Não gosto nenhum pouco quando lê meus pensamentos. -Ela disse levemente irritada e as emoções negativas dela tinham a arte de lhe machucar. Sasuke sentiu os músculos do peito se contraírem em um aperto. A mesma dor irritante que o incomodava recentemente pairava.

—Temem o que não podem controlar. -Disse ele com a voz rouca mais arrastada que o normal. O semblante dela mudou da raiva para a surpresa.

—Como?

—Adrenalina... O cheiro se parece com o cheiro da chuva! Vem de dentro de vocês... Mas o seu não evidência tristeza e sim medo! -Disse Sasuke com a sua típica arte de parecer uma bruxa louca e profética de filmes clichês de terror.

—A maioria de vocês não controlam nem seus próprios pensamentos, não tiram tempo em suas rotinas para compreenderem a si mesmos. Não enxergam a própria negatividade, seu ego é prejudicial... portanto não trabalham o que é tóxico e nocivo que advém de vocês e assim não podem reconhecer a sua própria luz ou qualidades e empoderar-se de quem realmente são. -Aquelas palavras a atingiam causando revoluções em sua mente.

—E assim não ha amor ao próximo, traduzido em empatia porque vocês não tem consideração por si mesmos. Como poderiam ter consideração pelos outros se não tem por si? E então o mundo é como é porque vocês não tem responsabilidade coletiva. -Disse Sasuke com desdém. Sakura ficou estática pensava mil e uma coisas por minuto.

—Então você também é assim híbrido? Tem metade nossa dentro de você! -Disse Sakura incisivamente trazendo-o para a razão, a linha entre a crítica e a hipocrisia ali era tênue.

—Está tentando me instigar a sentir raiva? Acho que isso é baixo para o que chamam de ética não é? -Disse Sasuke inclinando-se sem quebrar o contato visual com ela. Aquele gesto atiçou os instintos de Sakura que não queria perder aquela discussão a qual se instigavam, se desafiavam, se atraiam.

—Se é tão capaz de empatia... -Iniciou Sakura inclinando-se sem se intimidar. Seus olhos verdes predavam os ônixes dele é isso o fez sorrir de forma presunçosa... Talvez cretina, quem sabe, até sexy.

—Deve reconhecer quão poderoso e desconhecido é! E se eu não souber exatamente sobre sua estabilidade emocional e psíquica, pessoas podem pagar por isso. Se é tão empático como diz, deve saber que tenho uma responsabilidade enorme em mãos com os meus semelhantes afinal... És muito poderoso! -Disse Sakura incisivamente.

—Não sabe o que é lidar com algo desta magnitude! -Ela se justificou ainda incisivamente. Sasuke se aproximou mais um pouco.

—Todos os dias, na presença de seres humanos, principalmente na tua... Acha que estou fazendo o que? Vocês me assustam muito mais! A instabilidade emocional e psíquica de vocês é muito maior que as minhas, elas são as responsáveis por grande parte das coisas ruins que vocês experienciam! -Disse Sasuke irritado.

—Todas as riquezas deste mundo estão na mão de bilionários que preferem gastar rios de moedas digitais por dez minutos no espaço, mas não se mobilizam para acabar com a fome de irmãos! Seus semelhantes, seus irmãos! É isso o que são! A fortuna do homem mais rico deste lugar é capaz de acabar com a fome neste globo mais de sete vezes. Vocês vivem em sistemas em que acumular dinheiro e ter luxos em excesso, excedendo seu conforto é justificável em detrimento da miséria incompatível com a dignidade de sua existência humana Sakura... -Disse Sasuke irado. Ele ajeitou a sua postura como se fosse o homem mais elegante do mundo. Um juiz em grande e escandaloso julgamento. 

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