Ocitocina

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Qualquer coisa que pudesse se igualar ou predar a raça humana era assustador, causava um medo visceral. Seres humanos eram humanos porque sentiam também, emoções negativas como está caro leitor. Sakura encarava o pai atentamente.

-Isto é algum apelo seu para que trabalhemos juntos? -Disse a garota em seu tom habitual. Vivia fugindo da ambição do pai em exibi-la como um legado para o mundo. Kizashi encarou os olhos verdes da filha como os da mãe. Naquele momento, estava longe de sua cabeça qualquer cobiça sobre Sakura ser sua herdeira em todos os aspectos. Ao encarar os olhos da própria filha, perguntava-se se havia ido longe demais. Engoliu em seco.

-Por mais que seja um dos meus sonhos minha filha... Temo ter ido longe demais em algo pela primeira vez em minha existência. -O homem engoliu em seco mais uma vez e por uma fração de segundos, Sakura pôde ver algo como cansaço ou mesmo medo nos olhos claros do pai. A garota engoliu em seco enrijecendo sua postura, seu pai nunca tinha medo de nada!

-No que está metido Kizashi? -Perguntou a garota quase que retoricamente.

-Não temos tanto tempo, quer fazer a honra de me acompanhar? O helicóptero da Shinju vai parar na cobertura. Posso tentar explicar algumas coisas no caminho. -Disse Kizashi. Sakura se levantou caminhando às pressas com o pai. Pegaram o elevador metalizado com números redondos envoltos por brilho branco. Subiam em silêncio, silêncio era algo muito comum entre eles.

Ainda em silêncio pai e filha saíram do elevador dando de cara com o helicóptero da empresa. Foram auxiliados a subir no mesmo e lá sentaram-se frente a frente. Kizashi estava visivelmente preocupado. Tomou um calmante sem água e Sakura julgou que o pai estivesse a um passo da psicopatia por fazer aquilo. Estava levemente trêmulo.

-O que está acontecendo? -Disse a garota segurando as mãos do pai dentro da máquina que levantava vôo. Era uma aeronave silenciosa e muito moderna. A grande cidade de Konoha passava a ficar menor em baixo dos seus pés podendo ser visto os pontos brilhantes de luz dos arranha-céus.

-Há aproximadamente 10 anos, o nosso laboratório... Por insistência minha projetou no espaço alguns sinais, alguns códigos para tentar contato com algo extraterreno. Não possuía muita fé que funcionasse. Que fosse haver alguma resposta. Sabe quanto tempo algo pode viajar no espaço para que chegue a algum lugar há anos luz daqui. O inusitado minha filha é que... Mais rápido que o esperado, Houve uma resposta. -Disse Kizashi. Seus olhos olhos claros encaravam a filha atentamente. O clima pairou levemente tenso.

-Claro que de início pensamos ser alguma pegadinha, piada, interferências... Mas a resposta veio em códigos complexos demais. Uma linguagem... Uma linguagem que se assemelhava as linguagens das primeiras civilizações humanas tais quais a Suméria. Fiquei curioso, me uni a uma equipe de historiadores e especialistas para chegarmos a uma conclusão do que a diziam as mensagens. -Sakura não sabia o que sentir naquele momento, o que processar. Suas mãos ainda acariciavam as de seu pai e seus olhares permaneciam conectados.

-Descobrimos que estavam se comunicando. Passaram algumas informações sobre estarem em galáxias próximas e durante os cinco primeiros anos, trocamos informações muito simples. Informações como a composição atmosférica de cada planeta possibilidade de viagens e também o desenvolvimento tecnológico que por incrível que pareça... Esta civilização tem um tempo de desenvolvimento equivalente ao nosso. Quase como se fôssemos universos gêmeos nos desenvolvendo paralelamente. -Disse o homem em seus 48 anos de forma quase animada.

-Era o que achávamos até conseguirem mandar amostras e informações complexas sobre cruzamentos genéticos entre as duas espécies, a nossa... e a deles. Pasmem novamente Sakura... Somos parecidos. Somos parecidos... Simplesmente compatíveis. Raças compatíveis. Não estávamos lidando com seres não tão desenvolvidos quanto pensamos. Por mais que não houvéssemos passado informações cruciais, deveríamos nos preparar para qualquer coisa... Pior... PIOR entende? -Kizashi continuava a explicar e Sakura sentia seu sufoco palpável.

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