Sakura parou alguns segundos para encarar o jovem rapaz. Sasuke era muito bonito e sua fala atrativa. Ela sabia que o jovem tinha certos poderes psíquicos. Em explosões de raciocínio na cabeça dela, perguntava-se se a aparência extremamente bela, era uma adaptação de seu lado alienígena para causar empatia e afeição, mas preferiu apenas não esquecer-se desta hipótese ao invés de surtar com ela como Orochimaru provavelmente faria.
-Podemos ser recíprocos? -O garoto perguntou, seus olhos negros ainda estavam no rosto dela. A verdade caro leitor é que o jovem rapaz a achara extraordinária. Tinha vontade de tocar os cabelos róseos e lisos. Seus lábios eram muito cheios e Sasuke com todos os seus conhecimentos inusitados não compreendia porque aquilo lhe chamava atenção. Queria tocá-la. Sentir cada textura dela. Não sabia que seres humanos podiam ter olhos naquele tom de verde ou cabelos naquele tom de rosa. Ela sorriu e aquilo, para quem fosse bom percebidor... Havia feito as bochechas do rapaz se avermelharem apesar da expressão fechada.
-Há perguntas que queira me fazer? Isto é inusitado. Mas é justo. Combinado então. -Disse ela gentilmente.
-Comecemos pela palavra "ocitocina". Sabe o que quer dizer? -Perguntou Sakura inclinando-se levemente para frente, estava extremamente empolgada. Sasuke era um milagre. Gostaria de ouvir tudo o que ele tinha a dizer.
-Felicidade, amor, realização, conexão. A ocitocina seria uma forma de explicar na linguagem que usam aqui, o que são estas quatro palavras, sentimentos tão presentes no cotidiano humano. -Sasuke disse tranquilamente sem quebrar o contato visual, sua voz era firme, grossa e rouca. Porém ele disse aquilo com uma simplicidade cativante. Sakura ainda o encarava com um leve brilho no olhar, aos poucos uns traços de confusão apareceram em seu rosto e Sasuke suspirou quase que imperceptivelmente. Engoliu em seco e continuou.
-Estabelecer uma comunicação é mais difícil do que eu achei que seria. -Ele disse com a expressão sôfrega sem quebrar o contato visual.
-Quando pisou aqui, estava exalando um cheiro muito bom. A sensação sensorial causada em mim, além da olfativa... Foi estranha. -Disse ele de forma desgostosa superficialmente.
-Foi a primeira vez que vi um ser humano exalar amor, a sensação sensorial que senti foi arrepio, depois fiquei em estado de alerta e então a vi. Foi a primeira vez que vi um subtipo de amor, compaixão. Foi a primeira vez que vi o sentimento mais sublime que pode haver no universo. -Sasuke ainda dizia aquilo sem se importar em ser comunicativo demais. O sorriso de Sakura dava lugar a uma expressão de surpresa.
-V-Você... -Ela iniciou.
-Senti o cheiro da ocitocina em suas veias, foi a primeira vez que me senti feliz. -Disse o rapaz sem quebrar o contato visual. Sakura engoliu em seco, sentia seu coração bater rápido demais. Os cientistas atrás do vidro tinham a mesma expressão perplexa.
-Extraordinário. -Sussurrou a garota. Queria fazer tantas perguntas mas não sabia qual ramo era o mais urgente.
-Se tivesse deixado as peças de metal baterem no meu corpo, eu estaria morta, porque quis proteger um de nós? Você sentiu o cheiro da ocitocina e supôs que eu não faria mal a você. Que havia compaixão em mim? -Sakura perguntou coisas demais pela sede em tentar entender tudo.
-Eu não supus. Era o que era. Não produziria aquilo em seu corpo se esta não fosse a sua energia, sua energia estava morna. Agradável e acolhedora. -Sasuke parecia uma das crianças sinistras de filme de terror que viravam protagonistas do avesso expondo seus interiores. A Haruno engoliu em seco.
-Fisicamente falando, sinapses e comunicações de células nervosas ocorrem nos nossos corpos. Esta energia gera um campo. O que há além disso? -Perguntou Sakura. -Digo, você traduziu bem os sentimentos amorosos de uma forma exclusivamente científica, a ciência é a explicação de tudo o que há. Você como parte de duas civilizações inteligentes consegue compreender que a ciência é mais fidedigna para explicar tudo o que há. -Sakura jogou as informações tentando compreender o que seria a "energia" dita por ele.
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His Lovely Anatomy
Fiksi IlmiahCombinação. Combinação entre DNAs era a primeira etapa de um raciocínio para compreender o jovem pálido de cabelos pretos atrás do vidro no laboratório. Há cerca de 10 anos o observatório espacial de Shinju no Tsuki havia tentado alguns experimento...