"Cativo"

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Para um ser que nunca havia pego um resfriado, aquilo poderia ser realmente doloroso. Havia uma indisposição que deixava seus músculos doloridos, a febre ampliava a sensação térmica de frio. Seu nariz estava vermelho e havia mais secreção em suas vias aéreas. Ele tremia agora, mas mesmo sentindo tudo isso, sorria genuinamente para Sakura, um sorriso que conseguia revelar apenas para ela.

Sakura engoliu em seco, estavam convivendo a míseros poucos dias mas... Sasuke era extraordinário. Os olhos verdes dela estavam nele, suas sobrancelhas levemente arqueadas indicavam que ela tinha percebido algo assim como seus lábios entreabertos. Sasuke a atraía... E Sasuke, o híbrido... Poderia fazê-la lhe amar facilmente. Sakura percebeu em questão de dias, que se ele continuasse com aquela doçura incomum... Seria pega por uma paixão, se é que já não estava... Apaixonada. Os olhos de Sasuke brilharam ao ler na mente e no corpo dela que o interesse dela em si era mais do que estudos. E naquele minuto, tão simples... Já havia acontecido. Apaixonaram-se. Sasuke acabara por ter um "insight".

Um dos boatos que explicavam as paixões, não se sabia se era cientificamente ou não, era expresso na ideia de que as pessoas se apaixonavam devido às suas cadeias de DNA. É caro leitor, quanto mais "diferentes" as cadeias, mais as pessoas se atraíam. Sasuke era um híbrido, uma "coisa" diferente, se assim fosse... Todos os seres humanos não híbridos deveriam se apaixonar por ele? Sim, ele atraía as pessoas fortemente, mas ele era considerado tão bonito como um ator hollywoodiano como Robert Pattinson. As pessoas não se atraiam anormalmente por ele, mas a sua beleza era algo notório que o faria ser sempre cogitado como um parceiro sexual. Porém para o jovem híbrido... Sakura era tão diferente, desde o DNA até sua condição genética rara, desde os olhos esmeraldinos até a inteligência peculiar, irritabilidade aflorada e coração doce... Que toda aquela combinação era irresistivelmente diferente dele. Sakura Haruno parecia ter sido feita por algum Deus apenas para dar razão a sua existência. Sasuke era completo e feliz sozinho... Mas percebeu que com Sakura, sua felicidade seria imensurável. Agora ambos estavam paralisados olhando nos olhos um do outro.

Os onixes confusos estavam sobre ela. Suas expressões estavam confusas também. Era curioso demais como Sakura parecia ter sido inventada, feita para estar com ele... Sasuke cogitou que era algo que extrapolava toda coincidência do universo. Com isso ele sorriu... Sorriu porque descobriu que uma consciência maior realmente havia criado Sakura Haruno... Para estar com ele. Pode chamar esta consciência de "Deus" ou "Universo", quem sabe "amor" caro leitor, a verdade é que Sakura Haruno e Sasuke Uchiha deveriam estar juntos, simplesmente estava escrito. Sakura não possuía emancipação alienígena em seu DNA mas ela também podia sentir em todo o seu corpo que... Sasuke Uchiha... O híbrido era com quem ela deveria estar. Ela engoliu em seco sorrindo sem graça, encarou o próprio colo e logo voltou a encarar Sasuke com preocupação. Mesmo olhando a sua face... Ela rapidamente se privou de continuar pensando naquilo e cogitando a ideia de se cativar e de se apaixonar. Tinha carinho e respeito pelo rapaz. Apenas aquilo e pronto. Sasuke engoliu em seco, levemente decepcionado ao perceber que ela mudara de ideia.

—Já usou seus poderes para se curar antes, acha que pode fazer isto agora? -Disse ela com preocupação. Sasuke sorriu.

—Não é só a minha mente que pode ler a sua. Meu corpo também aprende observando. Só pelo toque na sua pele ele entendeu como agir contra o invasor. - A voz dele saiu mais desanimada que o normal. Era quase como se não houvesse esperança nele. Houve um silêncio.

—Pensei que não quisesse que eu usasse meus dons. -Disse ele com uma expressão levemente dolorida. Sakura julgou que aquele fato se devia as dores e indisposições do feriado.

—Ainda não sabemos o dano dos seus esforços psíquicos, mas se usá-los quando necessários como agora contra doenças, acredito que seja certo. -Sasuke sorriu fracamente.

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