coragem de guardar segredos

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A porta aberta pelo Sr. Malfoy fechou-se outra vez, mas ele não havia adentrado a biblioteca. Dentro dessa estavam os dois jovens culpados, ainda presos na posição comprometedora, com respirações agitadas e faces vermelhas, ao menos a de Scorpius, uma vez que o Potter perdera a cor em seu rosto subitamente, suas mãos haviam congelado na cintura do loiro que acabou rindo, sem querer.

Inclinou o corpo a frente, usando a curva do ombros de Alvo para esconder a própria timidez. Ali cheirava ainda mais forte, era um aroma bom, mas diferente o suficiente para que não pudesse descrever.

— Isso mesmo, ria e me abrace, esses podem ser nossos últimos momentos. — Alvo sussurrou, meio indignado, seu corpo ainda estava rígido.

— Ele nunca mataria meu salvador. — o loiro afastou-se da carne bronzeada, apenas para olhar o dono dela nos olhos verdes. — Al, ele sabe que eu não sou mais uma criança.

Ouvir aquilo com certeza ajudou um pouco no nervosismo do medimago e, como a porta não abriu outra vez trazendo Draco Malfoy com uma varinha pronta para cruciá-lo, suas mãos ao redor da cintura alheia se tornaram mais leves outra vez. Olhou bem no fundo da imensidão que eram as íris prateadas de Scorpius.

— Na verdade, me perguntei quando você deixaria de me tratar como uma. — o loiro desviou seu olhar maravilhoso dos olhos verdes. — como sempre Alvo Potter vai de 0 a 100 rápido demais.

— Ah, cobrinha, eu não posso ser só qualidades. — piscou sorridente, a essa altura havia só um pouco de nervosismo, mas fez questão de esconder bem. — alguém com um beijo tão bom pode ser perdoado por alguns erros, não é?

Scorpius acenou levemente em concordância, mas perdeu um pouco do sorriso.

— Acha que isso pode ser um erro?

Dessa vez foi Alvo que riu, ainda que tenha feito o maior esforço possível para manter tom de sua voz baixo. Ele deixou livre uma das mãos apenas para segurar o queixo de Scorpius, virando o rosto bonito em sua direção outra vez e juntando os seus lábios com os do loiro acima de si em um selar leve, diferente dos beijos cheio de quentura que haviam trocado minutos antes.

— Nada que faça eu me sentir como você faz pode ser um erro. — Alvo confessou, sério demais para o próprio bem. — você é a única coisa que parece certa.

Para a surpresa do Potter, foi Scorpius que iniciou o outro beijo e foi ele também que aprofundou-o, pedindo espaço com a língua morna arrastando nos lábios cheios de Alvo, que suspirou sem a intenção quando a ponta dos dedos do Malfoy embrenharam no cabelo de sua nuca, repuxando ali vez ou outra. Alvo começava descer sua mão pelos quadris do garoto quando houveram três batidas na porta, o moreno usou de todo seu reflexo para atirar pela cintura Scorpius de seu colo para o espaço vazio no sofá.

Levantou-se do sofá tão rapidamente quanto, mas olhando para as próprias roupas a fim de procurar por amassados, notou o início de uma vergonhosa ereção, sentou outra vez no sofá, as pernas cruzadas e o rosto pálido.

— Sim?

A porta abriu outra vez, porém não era o Sr. ou a Sra. Malfoy, mas Twixe, o elfo doméstico.

— Jovem mestre, a Srta. Zabini está aqui para visitá-lo, ela mostrou interesse em tomar chá no jardim. — disse o elfo.

Scorpius concordou, sorrindo torto antes de dizer:

— Lhe faça companhia enquanto nos organizamos para descer, Alvo irá acompanhar no chá de hoje.

O Potter esperou o elfo aparatar antes de arregalar os olhos em direção ao loiro, incrédulo.

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