sábado irritante e o depois

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Não havia sido um dia fácil para Alvo Potter.

O jornal havia tomado proporções epidemicas em menor tempo do que ele podia imaginar e, infelizmente, os rumores escritos já nem se comparavam aos boatos que percorriam os corredores da escola. Naquele momento, ele tentava explicar para sua irmã caçula, Lily Luna, que ele não estava namorando e que James - seu irmão mais velho - não era um cafajeste incurável.

— Eu não estou falando isso porque acredito nos boatos, idiota. — os cabelos ruivos da caçula caiam lisos ao redor do rosto ainda infantilizado, a face vermelha pela discussão que estavam tendo. — eu acredito na foto, não sei se você chegou a entender, mas tem uma foto de você beijando ela.

Alvo sentia-se, nessa altura do campeonato, desencorajado. Seus cabelos deviam estar um caos de tanto que seus dedos traçaram caminho por ali, sinal do nervosismo. Desejou que a irmã não trocasse carta com seus pais com tanta frequência e que - caso isso acontecesse - ela não fosse extremamente detalhista sobre ele e James, porque em uma das manchetes daquelas páginas do jornal problemático estava estampada uma foto de um James sorridente ao lado de sua vassoura, em pleno vôo: James Potter, dono de uma longa lista de beijos e  jogador, poderia ele ser mais que isso?

Fora um comentário quase tão invasivo quanto a própria manchete de Alvo, mas tinha seus próprios problemas para encarar antes de ajudar o irmão.

— Você foi tirar satisfação com James, também?! — Alvo questionou, seus olhos verdes acusadores sobre o olhar semelhante que a irmã tinha.

Ela cruzou os braços, irritada.

— Eu tentei, mas ele tava cercado pelo time. Eu não ia puxar ele de uma rodinha de Grifinórios, Alvo. — ela retrucou, subindo mais um degrau da escadaria que levava a torre de astronomia.

— E você achou que era uma boa ideia me interceptar nos corredores? — o moreno cruzou os braços, deixando um olhar acusador em direção a irmã mais nova. Achou deveras estranho ver ela nas vestes de Hogwarts, o interior amarelo da capa fazia tudo parecer menos provável. Lily era uma lufana, mas os esteriótipos da casa não a contemplavam.

A ruivinha calou-se por por um tempo, até que chegassem no piso da torre de astronomia, observando a paisagem bonita da passagem do dia para a noite, o lago de Hogwarts refletia o céu de cores quentes em tom pastel como um reflexo de espelho.

— Não foi uma ideia minha, se quer saber. É que Louis estava preocupado. — ela deu de ombros, apoiando-se na grade de ferro que separava os alunos da morte.

— Louis?! — Alvo parecia desconfiado, mas ficou ao lado da irmã, apoiando também a pele morena na grade.

— É, ele disse que Scorpius não tinha visto o jornal ainda, até que uma menina o mostrou na aula de Runas Antigas. — ela explicou, parecia menos agressiva agora, na verdade, Alvo percebeu que ela parecia estar pisando em ovos a cada nova palavra, agora. — Louis estava me dizendo que Scorpius pareceu bastante surpreso e depois disso ficou silencioso, desconfiado.

Alvo não soube o que pensar por alguns segundos, sua mente não conseguia formar uma mísera minha de raciocínio coerente. Scorpius havia descoberto sobre o seu primeiro beijo a partir de um pedaço de papel idiota e, nesse momento que eles estavam em uma fase da amizade com tantos desencontros, isso era algo importante.

Lily voltou a falar algo, mas estaria mentindo se dissesse que escutou sequer uma mísera palavra, pois sua mente voltou a uma memória de um dia muito agradável durante o segundo ano que passou em Hogwarts.

Naquele dia, Scorpius estava se sentindo - relembrando o termo que ele usou - indisposto. Não que o Potter acreditasse que àquilo fosse um simples caso de indisposição, porque o loirinho parecia realmente doente.

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