conversa estranha e boa noite gato estranho

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A neve já cobria o castelo de Hogwarts e Scorpius nunca achou que algum lugar ficaria mais bonito que a imponente Malfoy Manor durante o inverno, percebeu que estava completamente enganado.

No salão principal, doze grandes pinheiros foram erguidos, seis de cada lado do espaço enfeitados com diversos adereços diferentes, um mais belo e incrível que o outro, Scorpius tinha que admitir. No centro, haviam apenas duas mesas que - por conta de poucos alunos que haviam ficado para o Natal - não representavam casas, como nos outros dias letivos.

Faltavam poucos dias para o Natal e quão mais próxima a data estava, maior o seu descongelamento se tornava. Estava com saudades de sua família, mas se voltasse para casa encontraria o lugar vazio, com apenas alguns Elfos que tomavam conta do lugar e o ensinavam receitas e os antigos pavões de seu avô.

Recebeu uma carta no começo do mês, nela sua avó Narcisa lhe falava sobre uma futura viagem que faria para recobrar alguns terrenos e respeito da Malfoy na França, revelou também que passaria propriedades e parte do dinheiro para o nome de seu pai e o seu próprio. Ainda que Lucius e ela ainda estivessem vivos.

Scorpius não a questionou na carta que enviou em seguida, ou tocou no assunto com o seu pai, como ela pedira em certo ponto da carta.

Seu pai, Draco Malfoy, permanecia nos Estados Unidos da América e agora mandava bem menos cartas do que o menor gostaria de receber.

Pensou sobre o que sua avó falou sobre recobrar algum respeito da família Malfoy, mas duvidava que fosse possível. Entendia o peso negativo sobre o seu sobrenome, mas doía saber que seria somente "Malfoy" para o resto da vida. Não inteligente, não esforçado, não bondoso, apenas Malfoy.

Sentiu os pelos loiros de sua nuca arrepiarem, mesmo que o cachecol verde escuro estivesse apertado ao redor do pescoço. Era uma sensação estranha, um frio súbito, tentou esquecer.

Além de exausto mentalmente depois daqueles pensamentos, estava cansado de manter-se em pé, então apenas moveu suas pernas em direção a escola novamente, sua vontade de deitar-se e apenas observar o teto do quarto até que caísse no sono era enorme, então apenas deixou-se levar por essa.

Não era difícil notar que seu desânimo era saudade. A convivência com os amigos havia se tornando algo importante sobre os seus dias, a ponto de citar sobre suas aventuras com os Potter-Weasley em várias das cartas que mandava para sua família. Era até engraçado lembrar das respostas surpresas de seu pai em relação as relações que havia estreitado na escola.

Cumprimentou algumas pessoas - como o monitor Aiden e uma moça de cabelos negros que não estava muito longe dele, eles pareciam estar em uma conversa séria - ao passar pelo salão comunal da Sonserina.

A lareira da comunal estava acesa e os poucos alunos da casa que haviam permanecido em Hogwarts estavam aglomerados nos sofás de couro que cercavam-na.

Quando chegou ao dormitório poucos passos depois, não conseguiu segurar a risada quando viu Newt rolando preguiçosamente pelos lençóis da cama do companheiro de quarto.

— Newt... se você soltar mais um pelinho sequer na cama do Al, acho que ele vai sentir, lá da casa dele. — falou sério, tentando não rir dos olhos âmbar de seu gato que também o olhava, mas não parecia tão sério assim.

Riu de si mesmo, já estava até falando com Newt, talvez fosse hora de relaxar um pouco.

O Malfoy acabou por retirar o seu uniforme para entrar no seu terceiro banho somente naquela manhã, e foi inevitável não se olhar no espelho quando estava completamente desnudo, seus doze anos começaram a fazer sentido com a evolução que seu corpo demonstrava aos poucos, as curvas que se tornavam acentuadas. Sua barriga era lisa e pálida, sem qualquer mancha, como a de seu pai. A cintura era mais marcada do que esperava que fosse ser e ele tinha alguma carne nas coxas e bunda.

B R O K E NOnde histórias criam vida. Descubra agora