a verdade e a tempestade antes de tempestade

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Scorpius sentiu-se repentinamente menor frente as pessoas que cercavam seu pai.

Inicialmente, não conseguiu pensar o que motivava a insegurança de seus passos, mas gradualmente seus olhos ardiam mais sob as pálpebras e o loiro entendeu que algo de muito ruim poderia ter acontecido para que o tivessem tirado da escola e o trazer no hospital Saint Mungo's.

O coração em seu peito apertou-se mais ainda e ele pensou que poderia perder o fôlego.

Estava assustado e gostaria que Alvo estivesse ali, para fazer aquela cara de mal para as pessoas que são chatas com ele e segurar a sua mão.

— Sr. Malfoy. — alguém o chamou e, apesar do nervosismo, os olhos azuis levantaram do chão, procurando o dono da voz.

Dos três aurores que haviam ali, um deles caminhava em sua direção, usando uniforme escuro com detalhes metálicos e óculos redondo no rosto moreno. Para Scorpius, os olhos verdes eram gritantes e se olhasse por muito tempo conseguiria ver o reflexo de Alvo ali, petulante e impulsivo.

— Sr. Potter. — engoliu em seco, suas mãos úmidas juntando-se atrás do corpo. — meu pai está bem? minha avó?

Os lábios de Harry, antes pressionados em linha reta e rígidos se curvaram minimamente em um sorriso cansado, que apesar dos apesares, era um bom sinal e que fez o nervosismo de Scorpius cessar um pouco mais.

— Seu pai está bem ali, naquele leito. Feriu-se pouco e logo estará de volta, depois do devido repouso. — explicou, agora que já estava perto do menino e consideravelmente afastado do leito onde os outros recebiam alguns cuidados de um medimago, todos de pé. — a Sra. Malfoy está em um estado um pouco mais frágil, mas logo ficará bem, esperamos.

Relaxar os ombros e trazer ar para os pulmões foi tão natural que antes disso Scorpius não havia percebido quão tenso o seu corpo se tornara a cada passo. Desviou o olhar de Harry Potter antes de voltar a falar.

— O professor Longbottom disse que o esquadrão de aurores protegeu a minha família ao seu comando, senhor Potter. — falou baixo, tão baixo que se o auror não estivesse bem a sua frente, não teria escutado. Mas o loiro levantou a cabeça. — muito obrigado, Sr. Potter, obrigado.

Harry assistiu como a postura do menino era tão oposta aquela de um Draco jovem que manteve em sua mente por tanto tempo. Scorpius se portava com a mesma elegância, mas seu tom era tão mais leve que surpreendia e suas feições não eram de acusação ou raiva.

Imaginou que era por algo como aquilo que todos os seus filhos tinham um carinho especial pelo Malfoy.

— Acho que gostaria de ver o seu pai, sim? — tocou o ombro de Scorpius com cuidado e, em resposta, recebeu um sorriso tímido.

Por mais que o loirinho tentasse disfarçar, seus olhos azuis ainda estavam molhados das lágrimas que jamais puderam deixar as orbes e ele fungava timidamente vez ou outra, ainda assustado com a ideia de perder a única família que tinha.

Scorpius acenou positivamente com a cabeça.

Não demorou para que Harry tornasse a andar em direção a maca cercada pelos três aurores restantes, que deixaram aquele espaço livre e partiram para outras partes da sala com um comando simples do Potter.

Quando Scorpius vislumbrou a imagem de Draco, seus olhos azuis tão iguais aos do próprio pai se iluminaram.

Ele não estava acordado e, mesmo sobre a cama aparentemente confortável do hospital, sua postura parecia rígida. Havia pequenos cortes nas bochevhas pálidas e os lábios normalmente rosados estavam sem cor.

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