FORTY FIVE

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Billie POV

Faziam três dias que saskia estáva internada. principalmente porque não apenas eu quanto também os médicos sabíamos que ela contínuava à vomitar, e consequentemente, ela não melhorava. E embora ela ainda não me quisesse aqui, eu não ia deixá-la sozinha em um hospital, e de certa forma, acho que ela gostava de ter uma companhia.

Nesse momento eram oito da noite, e eu estáva sentada na cama hospitalar com Saskia ao meu lado concentrada no filme em que assistíamos.

- ele morre. - falei em seu ouvido apenas para irrita-la, e eu consegui, porque no momento em que ela se virou para mim eu vi ódio. Saskia assentiu e continuou me olhando fixamente. - saskia?

- você tem três segundos para sair desse quarto antes que eu mate você! - ela disse baixo mas eu apenas ri me deitando melhor na cama e puxando ela para perto.

- você não teria coragem, me ama que eu sei. - falei em tom de brincadeira dando play no filme que saskia tinha pausado.

- eu quero que você morra, se isso é o que você considera como amor, então sim, eu sou loucamente apaixonada por você, e com toda certeza não vejo a hora de tacar fogo em você. - falou com um sorrisinho no rosto me fazendo rir alto.

- sempre soube que estava loucamente apaixonada por mim, quem não estaria. - falei convencida vendo ela revirar os olhos.

- vai se fuder. - ela disse irritada.

- vem comigo. - respondi. Saskia não disse nada, ela apenas me empurrou com o pé me fazendo cair da cama alta naquele chão duro. Quando eu não levantei ela olhou para baixo franzindo a testa.

- finalmente morreu? - ela perguntou e eu revirei meus olhos sentando.

- para a sua felicidade, não. - disse me levantando e voltando a me deitar ao seu lado sem me preocupar com seu olhar mortal sobre mim.

Quando minha esposa ia dizer algo a enfermeira entrou no quarto trazendo o jantar dela. Saskia fuzilou a mulher com o olhar, e eu me lembrei de que era ela cuja qual saskia odiava.

- vadiazinha do caralho. - ela murmurou quando a mulher saíu depois de deixar a bandeja em cima da cama sem dar nem ao menos um oi para nós duas. - antes de eu sair daqui eu empurro ela do terraço desse hospital.

- ok, deixe seus assassinatos para depois, querida. - falei sem me importar muito com o que ela havia falado.

- ela vai morrer. - saskia continuou sem dar importância pra mim.

- vamos comer? - perguntei erguendo seu prato, vendo imediata a russa fazer uma cara de nojo.

- nem fudendo. - ela disse se encostando mais nos travesseiros que serviam de apoio.

- saskia, por favor você precisa comer para- - antes que eu pudesse continuar ela meteu o dedo sobre meus lábios me calando. Pegou o garfo e comeu apenas um pouco.

- quer que eu coma mais? - ela perguntou ainda sem tirar o dedo e eu assenti rápido, vendo ela pegar o celular, mexer em algo por alguns segundos e logo em seguida me mostrar alguns livros. Franzi minha testa não entendendo e ela revirou os olhos ao notar isso. - esses são todos os livros da Ágatha Christie que eu ainda não tenho. Você vai sair daqui agora, vai comprar todos eles, vai trazer e eu como.

- saskia, são oito da noite! - falei tirando seu dedo dos meus lábios e lhe olhando séria, mas minha esposa apenas deu de ombros.

- em algum canto da cidade deve ter uma livraria aberta, e você, como uma boa esposa vai achar ela. - falou me fazendo revirar os olhos, mas quando eu ia argumentar que se ela comesse eu compraria amanhã de manhã, ela voltou a falar. - essas são as minhas condições, é pegar ou largar.

Bufando, eu me levantei pegando minha carteira e calçando meu tênis, mas antes de sair me virei para ela apontando para o prato.

- quero mais uma garfada antes de ir. - falei vendo ela fazer e voltar a prestar atenção no filme novamente.

Com isso eu saí do hospital, indo até meu carro e colocando alguma livraria no wase, na esperança de que estivesse aberta.

*

Eu havia passado por dez livrarias, todas fechadas, e quando finalmente cheguei em uma aberta, não havia os livros que stinky queria. Enquanto voltava a rodar a cidade em busca de uma livraria, a  meia-noite, meu único pensamento era:

Se me pedisse drogas era mais fácil de achar.

Quando estáva quase desistindo, e pensando em refazer a técnica que eu tinha usado para fazê-la comer no primeiro dia, eu achei uma pequena livraria. Não custava tentar então eu estacionei meu carro do outro lado da rua e andei até lá.

- com licença, o senhor teria esses livros? - perguntei ao ver um senhorzinho que tinha o uniforme da loja.

Pegando meu celular e passando para baixo ele assentiu me pedindo para segui-lo. Quando cheguei na cessão, mal pude acreditar quando ele começou a me entregar todos os livros que minha esposa havia pedido.

- vocês tem embrulho para presente? - perguntei com a voz falhada por conta do peso de tantos livros.

- sim, por aqui. - rápidamente segui o homem que me levou até o balcão começando a passar os livros.

- vai começar a traficar livros também? - revirei meus olhos com força, olhando para trás vendo uma das últimas pessoas que eu teria paciência para lidar hoje.

- o que você quer, Adam? - perguntei cruzando os meus braços, e percebendo que o senhorzinho que passava os livros continuou, mas ficou atento a nossa conversa. Velho fofoqueiro.

- se acalma billie, eu sempre venho aqui comprar livros, os preços são mais em conta. Eu trouxe saskia aqui uma vez, lhe comprei "e não sobrou nenhum" da ágatha Christie, ela devorou o livro, garanto a você que ainda é um de seus livros favoritos. - ele falou dando um sorriso falso, jogando o quanto sabia seus gostos na minha cara. Já eu me mantive séria, afinal se eu fizesse qualquer coisa sabia que socaria ele até a morte ali mesmo. - e então... Eu ouvi que saskia está no hospital, el-

- não vai chegar nem a cinco metros da minha esposa, eu fui clara? - perguntei entre-dentes fechando minhas mãos em punhos.

- por que a raiva? Se sente tão insegura assim quanto a mim? - ele perguntou com um sorrisinho, e eu estáva prestes a socar aquela cara até deformar ele todo, mas o senhorzinho rápidamente chamou minha atenção.

- quatrocentos dólares, senhora.  - ele falou e eu franzi minha testa, olhando para os livros perfeitamente embrulhados para presente e olhando novamente para ele.

- quatrocentos? - perguntei surpresa e ele assentiu. Neguei rápidamente, abrindo minha carteira, mas ao invés de lhe dar quatrocentos fiz questão de lhe dar mil. - pode ficar, e pode ter certeza que voltarei mais vezes.

O homem arregalou os olhos olhando para o dinheiro e para mim. Peguei as varias sacolas tomando muito cuidado para não deixar nada cair, e dei um tchau para o homem antes de sair da loja, sem dar importância para algo que adam havia falado.

Colocando os livros com cuidado no banco de trás eu entrei no carro dirigindo animada até o hospital. Quando cheguei, não pude evitar me sentir desconfortável com as pessoas me olhando, mas não podia reclamar já que eu meus braços estávam completamente abarrotados de sacolas.

- eu consegui! Hora de comer! - falei animada ao entrar no quarto, mas me calei assim que vi minha esposa dormindo encolhida na cama.

Suspirei deixando as sacolas no sofá e fechando a porta. Enquanto ia até saskia pude observar o prato vazio na mesinha de cabeceira me fazendo sorrir, e pegar um bilhetinho improvisado que estava atrás do prato.

"Espero que tenha achado todos os livros! Ps: eu tentei esperar mas você demorou muito e o sono me venceu."

Ainda sorrindo eu coloquei o papel no bolso indo até saskia, cobrindo ela e lhe dando um beijo na testa.

- bons sonhos, minha vida.

Falling In Love With The Devil - B.E. - G!POnde histórias criam vida. Descubra agora