FIFTY NINE

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Saskia POV

Quando os primeiros raios de sol começaram a invadir o quarto eu suspirei, percebendo que não conseguiria dormir. Me sentei na imensa cama do apartamento em que me encontrava me espreguiçando e levando, indo em direção ao banheiro para escovar meus dentes e lavar meu rosto.

Depois que eu consegui parar de chorar ontem, Billie disse que tinha conseguido conversar melhor com Finneas e ele a avisou de que deveria ficar um pouco comigo, e sendo assim a mais velha falou que era melhor irmos até o apartamento em que ela ficou todos esses mêses. Era um apartamento grande, em um prédio de luxo no centro da cidade, e no momento em que o vi notei que o estilo de Billie sempre era se esconder aos olhos de todos.

Embora quisesse passar aquele dia inteiro comigo, quando o relógio marcou as dez da noite, Billie recebeu uma ligação de Cláudia dizendo que precisava dela urgentemente para tratar de alguém que havia passado informações para a máfia russa. Por mais que não quisesse ir era algo altamente importante, e sem Billie, Finneas e Cláudia não poderiam fazer muita coisa com o homem, já que ele era alguém importante, então eu tive que ficar aqui sozinha.

Assim que saí do banheiro fui até a cozinha do apartamento abrindo a geladeira procurando algo para fazer, mas parei e olhei para a porta ao ouvir ela ser destrancada.

— Querida, cheguei! — Ela falou alto rindo em seguida e eu ri também mas franzindo a testa ao observa-la. Billie tinha algumas sacolas de mercado em suas mãos, mas o que me chamou a atenção foi sua camisa branca ensanguentada. — O que, não, era pra você estar dormindo eu ia fazer o café da manhã!

— Bom, eu não estou dormindo. — Falei fazendo ela me lançar uma expressão de deboche. — Então se quiser fazer o café da manhã comigo... — Imediatamente Billie sorriu andando até mim me dando um selinho antes de colocar as compras em cima da bancada. — Matou o cara?

— Torturei ele antes. — ela falou simples me ajudando a tirar as compras das sacolas.

— morangos? — Perguntei feliz pegando a caixinha vendo ela assentir. — O que acha de torta de morango? Vai combinar com o sangue da sua blusa.

— Aquele infeliz sujou minha blusa favorita. — ela falou revirando os olhos e eu ri separando os ingredientes que eu usaria.

— Não aja como se não tivesse dinheiro para comprar mais cem dessas.

— Ter eu tenho, mas eu comprei na Grécia, teria que mandar alguém pra lá pra comprar outra. — Ela disse emburrada me fazendo rir e negar com a cabeça.

— Vá tomar banho logo, eu vou preparar a massa. — Falei fazendo ela assentir indo até o quarto, enquanto eu juntava os ingredientes da massa. Logo billie voltou, dessa vez sem nenhum vestígio de sangue e pegou alguns morangos, uma faca e uma bandeja começando a picar os morangos com destreza. — Como corta isso tão rápido sem se cortar?

— Aprendi cortando um pau de um cara. — Ela falou e eu ri mas ela me olhou séria. — Eu não estou brincando.

— Quando eu era pequena meu avô me levava pra caçar no frio congelante da Rússia, e aí quando ele matava um animal ele me fazia cortar a cabeça do animal e tirar uma foto minha segurando. — Falei fazendo ela me olhar com os olhos arregalados. — Aiai, aquele velho era maluco mas eu amava ele.

— Você nasceu nos EUA? — Ela perguntou me fazendo negar enquanto sovava a massa. — Viveu até quando na Rússia?

— Até os sete, por quê? —  Respondi confusa fazendo ela franzir a testa.

— E por que não tem sotaque? — Ela perguntou e eu ri.

— É uma habilidade na verdade. — Eu falei normalmente. — Muita gente que fala duas ou mais línguas consegue falar com ou sem sotaque, como por exemplo. Eu sou a saskia e nasci na Rússia. — Disse com um sotaque extremamente carregado pegando o rolo de pizza vendo Billie me olhar intrigada.

— Fica bom na sua voz. — Ela falou dando de ombros e pegando o leite condensado para começar a fazer o recheio.

— Não mesmo, é uma luta pra falar qualquer estado americano. — Falei fechando a cara quando vi ela rir baixo — Você com certeza não sabe o quanto é difícil pra mim falar missi, miss- sissi Aquele estado lá que termina com pipi. — Falei irritada desistindo de tentar pronunciar.

— Mississippi? — Ela perguntou me fazendo bufar e ela rir alto, pegando a forma da torta para mim quando viu que eu tinha terminado a massa.

— Filha da puta, quero ver tentar falar pентгеноэлектрокардиографического! (Eletrocardiográfico de raios-x)— Falei colocando a massa na forma e colocando no forno que, em algum momento Billie tinha pré-aquecido, vendo ela me olhar pelo menos tentando entender algo colocando o recheio na geladeira. — Era pra ser uma frase mas juntaram tudo e virou uma palavra só.

— Eu até cogitaria aprender russo, mas depois dessa. — Ela falou soltando o ar me fazendo rir.

— Nem todas as palavras são difíceis, você consegue. — Disse vendo ela revirar os olhos e logo em seguida a porta ser aberta por Finneas e Cláudia. — Que porra é essa, vocês não tem casa? — Perguntei vendo Claudia erguer a sobrancelha.

— A gente vai passar o dia aqui, a Billie não avisou? — Finneas perguntou e eu neguei. — tá, mas a gente vai passar o dia aqui e vocês tão fazendo o que pra comer?

— Mortos de fome. — Falei revirando meus olhos mas com um sorrisinho de canto.

— Agora é assim, mas quando vem tentar me comer no meio da noite tá toda carinhosa né filha da puta.  — Cláudia falou e eu lhe olhei com minha melhor cara de paisagem.

— Eu só disse que deixaria você me comer. — Falei dando de ombros vendo ela tentar prender o riso. — Em qualquer posição.

— A broderagem meu deus. — Billie falou negando com a cabeça me fazendo tanto eu quanto Cláudia rirmos alto. — Talarica morre cedo Cláudia.

— Trizal. — Cláudia falou dando um passo até mim, mas antes que pudesse chegar minimamente perto Billie lhe atirou uma almofada.

— Sai! — Ela falou alto me fazendo rir igual Cláudia que jogou a almofada em Billie.

— Eu já aceitei que se a saskia quiser a Cláudia me larga, aceita você também. — Finneas falou colocando a mão no ombro de Billie, mas o que eu reparei foi na torta ja montada em sua outra mão e um garfo lá.

— Onde você pensa que vai com a minha torta? — Perguntei vendo ele olhar para mim. Finneas e eu passamos um tempo nos encarando até o ruivo começar a correr e eucorrer atrás dele. — Me devolve minha torta seu filho da puta!

— Perdeu!

O resto do dia teve o mesmo clima caótico, com Cláudia e eu dando em cima uma da outra pela zoeira, deixando uma billie enciumada no final do dia, mas pelo menos recuperei minha torta.

Falling In Love With The Devil - B.E. - G!POnde histórias criam vida. Descubra agora