FOURTEEN

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Saskia POV

- onde estamos? - perguntei para finneas assim que subimos a escada da varanda de uma casa pequena. Tinhamos saído da Grécia a algumas horas e agora estávamos no subúrbio de Los Angeles.

- você já vai saber. - ele disse batendo na porta. Não demorou muito para uma mulher ruiva aparecer, ela olhou confusa para finneas, ficou mais ainda quando olhou para mim e se assustou ao ver Cláudia amarrada e desacordada no chão.

- por deus, finneas, o que está acontecendo?! - ela perguntou e ele sorriu coçando a nuca.

- é uma longa história, a gente pode entrar? A Billie Jajá chega. - ele disse e ela suspirou acentindo e abrindo mais a porta.

Finneas foi até Cláudia colocando ela nos ombros e entrando na casa comigo atrás dele, a mulher fechou a porta e o homem jogou Cláudia no sofá.

- agora comece. - a ruiva mandou cruzando os braços e olhando séria para finneas.

- basicamente, a máfia russa quer a minha cabeça e a da billie. - finneas disse vendo imediatamente a mulher ficar nervosa.

- O QUÊ?! E VOCÊ DEIXOU SUA IRMÃ SOZINHA, FINNEAS O'CONNELL?! - ela gritou desesperada andando de um lado para o outro.

- mamãe, a billie sabe se cuidar, sem contar que ela tem que cuidar das outras garotas dela, ué. - ela imediatamente parou fuzilando o filho.

- o que foi dessa vez, ela roubou a esposa de quem?! - finneas suspirou olhando de relance para mim.

- ninguém, foi só uma das garotas que quis fugir e deu com a língua nos dentes.

A mulher apenas acentiu não estando totalmente calma. Finneas a fez sentar em uma poltrona e foi até a cozinha pegar água.

- desculpe a minha indelicadeza, meus filhos parecem viver para me deixar preocupada. - ela disse e eu acenti me sentando ao seu lado.

- não se preocupe, conheço a Billie a pouco tempo mas sei que ela não vai morrer fácil. - eu disse sorrindo para a mais velha que retribuiu com um sorriso gentil.

- que indelicadeza a minha, meu nome é meggie, eu sou a mãe da billie e do finneas.

- sou a saskia, acho que você deve imaginar o que eu sou da billie. - eu disse abaixando minha cabeça. Meggie me olhou com pena.

- quantos anos tem, saskia? - ela perguntou preocupado e eu suspirei voltando a lhe olhar.

- dezoito. - a mais velha me olhou espantada mas não pode falar nada já que finneas chegou logo em seguida.

Passamos um tempo conversando até meggie me perguntar se eu poderia ajudá-la a preparar algo para comermos já que provávelmente billie e as garotas chegariam morrendo de fome.

Minhas habilidades cozinhando não eram tão boas mas eu consegui ajudá-la a cozinhar a carne de panela.

- Saskia? - me virei para a porta da cozinha ao ouvir meu nome ser chamado. Finneas apontou para eu sair e eu fiz dizendo para meggie que voltaria logo.

Quando eu saí da cozinha billie estava encostada na parede ao lado do sofá. Assim que me viu ela veio até mim dando um suspiro de alívio.

- você está bem? Finneas disse que você levou um tiro. - Ela falou colocando uma mecha desarrumada do meu cabelo, atrás da minha orelha.

- o bala saíu, eu só vou ter que trocar o curativo depois. - Vi ela acentir e ficar em silêncio enquanto olhava em meus olhos. Era vergonhoso olhar para ela depois do que aconteceu na Grécia, eu fiz tudo o que tinha prometido não fazer e para piorar tinha gostado pra caralho.

- stinky, tem certeza que está bem? - ela perguntou acariciando meu rosto, mas antes que eu pudesse cogitar a ideia de que ela estivesse realmente preocupada comigo meggie apareceu na sala dizendo que o jantar já estava pronto.

Eu fui para a cozinha e Billie foi para o jardim chamar as outras duas meninas que quando chegaram na mesa não pararam de me olhar como se estivesse cogitando pegar a faca da mesa e me esquartejar ali mesmo.

Antes que eu pudesse dar alguma desculpa para não me sentar junto delas, meggie me puxou para sentar ao seu lado.

O jantar foi em um silêncio desconfortável. As meninas me fuzilavam com o olhar enquanto eu tentava ignorar os olhares que Billie me lançava, e Meggie tentava quebrar o clima tentando conversar conosco.

Suspirei de alívio quando Cláudia acordou e e caiu do sofá se debatendo, já que finalmente eu poderia levantar. No mesmo momento que eu levantei todos os outros levantaram o que me fez perceber que eu não era a única desconfortável.

Finneas correu até a sala pegando Cláudia e a jogando nos ombros pelo que me parecia a quinquagésima vez.

- mãe, posso colocar ela na despensa? - ele perguntou e meggie acentiu meio exitante.

- nem ouse seu filho da puta! - Cláudia guincho enquanto era carregada até a cozinha.

- eu vou subir, saskia, vem comigo. - billie falou se virando mas antes que eu pudesse segui-la sua mãe puxou minha mão.

- nem pense nisso, billie eilish pirate baird O'Connell! - tanto eu quanto as meninas olhamos confusas já que para nós, ela apenas se chamava billie O'Connell. - saskia tem dezoito anos, é só uma criança e-

- mãe, sabe que eu te amo, mas isso não é da sua conta. - ela disse séria deixando sua mãe indignada mas Billie logo voltou a falar. - é um assunto sério mãe, não é como se eu fosse transar com alguém no meu quarto de infância.

Meggie mesmo contrariada me soltou, e assim eu subi junto de billie. A mais velha abriu uma porta e eu entrei, vendo um quarto pequeno que continha um computador velho, uma estante, uma caixa de brinquedos e o que me pareciam ser a porta do banheiro e do armário. Billie fechou a porta e eu me virei para encara-la confusa, mas minha confusão só aumentou mais, quando ela tirou o que me parecia remédio de seu bolso.

- pílula do dia seguinte. - ela respondeu provávelmente vendo minha cara de confusão. Eu lhe olhei vendo ela estender a cartela mas ao invés de pegar eu me sentei na cama mexendo em meus dedos como se fosse a coisa mais interessante. - o que foi?

- não é preciso. - eu disse olhando para ela que erguia uma sobrancelha em deboche me fazendo suspirar por realmente ter que tocar no assunto de novo. - eu sou infertil, billie, mesmo se você quisesse eu nunca vou engravidar.

A mais velha rápidamente desmanchou a cara de deboche me olhando impassiva.

- eu sinto-

- não fala isso, eu ouvi essa porra durante toda a minha vida, não vai mudar nada. - falei irritada voltando a olhar para minhas mãos. - não importa muito, eu não gosto de crianças. - eu dizia isso para mim desde sempre, mas a verdade era que eu as amava, e em certo ponto da minha vida realmente a ideia de que algum dia eu poderia adotar uma criança mas agora, na situação em que eu estava era simplesmente impossível que eu fizesse algo assim.

Billie se sentou ao meu lado e fez a coisa mais improvável. ela me abraçou. Demorei um pouco para retribuir por conta do choque mas no fim minha cabeça estáva em seu peito enquanto eu me perguntava como o abraço de alguém como ela poderia ser tão bom.

- você fica linda quando está mentindo, stinky.

Falling In Love With The Devil - B.E. - G!POnde histórias criam vida. Descubra agora