Saskia POV
Billie dirigia igual um piloto de fulga, talvez por conta da vida que levava, mas isso nos rendeu vários xingamentos dos outros motoristas e algumas multas que eu duvidava que ela fosse pagar, mas pelo menos chegamos na minha antiga casa na metade do tempo.
- qualquer gracinha, já sabe. - ela disse enquanto subiamos as escadas da varanda. Billie olhou em voltar enquanto eu batia na porta, pude ver a mais velha encarar as velhinhas fofoqueiras que moravam na frente da minha casa, agora elas fariam o pior medo da minha mãe, revelar para todos minha sexualidade.
- ótimo. - foi o que eu disse, mas antes que Billie pudesse perguntar sobre o que eu falava, minha mãe abriu a porta. A mais velha era a típica garota de colegial que tinha conseguido a vida perfeita.
Minha mãe era uma mulher loira de olhos azuis de meia-idade, casada com um homem que para todos era o perfeito. Já eu, não era nada parecida com ela, meus cabelos eram cacheados, meus olhos castanhos e minha pele não era tão branca quanto ela queria, e tudo isso poderia até ser relevado se eu não regeitasse todos os filhos das amigas dela. Eu era bi, mas eu não precisava de um namorado que seguiria qualquer coisa que sua mãe ou a minha mãe falasse.
- saskia? Por deus, por que não me ligou?! - ela perguntou preocupada me abraçando e deixando eu e billie entrarmos.
- estive muito ocupada. - falei ouvindo uma tosse forçada. Meu pai e meu irmão me olhavam. Meu pai parecia espantado por me ver ali com billie que o olhou em deboche, mas meu irmãozinho soltou um gritinho de felicidade e correu até mim me fazendo pegá-lo no colo.
Connor tinha seis anos e era a minha pessoa favorita em todo o planeta, acho que realmente só fiz de tudo para vir aqui por causa dele. Já meu irmão mais velho, jason, eu nem fazia questão de chamar de irmão.
- senti sua falta, kia. - ele disse abraçando meu pescoço enquanto eu bagunçava seus cabelos levemente encaracolados.
- sua irmã estava muito ocupada, connor! - meu pai falou vindo para perto de nós e passando a mão pela cintura da minha mãe sem tirar os olhos de billie, chamando a atenção de connor.
- realmente, seu pai disse que você decidiu ir para a faculdade naquele dia mesmo, mas nem ao menos se despediu?! - minha mãe perguntou parecendo irritada, não soube o que dizer mas nem precisei já que billie chegou perto fazendo uma careta para o meu irmão que a olhava. - e você, quem é?
- não sabe quem eu sou? - Billie perguntou provocando meu pai que lhe deu um olhar de aviso, mas ela apenas sorriu. - é um prazer conhecê-la senhora Tchaikovsky, eu sou eilish baird, namorada da saskia. - Ela disse fazendo todos nos arregalamos os olhos e olharmos para ela.
Lhe olhei como se perguntasse o que ela estava fazendo mas a mais velha simplesmente me ignorou.
- namorada?! - minha mãe ginchou e eu senti meu irmãozinho me apertar ainda mais. - não me diga que continua com uma coisa dessas, saskia?!
- mamãe eu-
- namorar uma mulher?! Além de não poder continuar com o legado da nossa família ainda quer mancha-lo?! - ela perguntou irritada e eu mordi o interior da minha bochecha.
- não é como se ela não pudesse, algum dia talvez ela ainda pode adotar! - billie falou se colocando a minha frente, me fazendo franzir a testa.
- não se meta nisso, aliás quem daria a guarda de uma criança para uma transviada?! - suspirei imediatamente. Era sempre assim, não era a primeira vez que eu a ouvia se referindo a mim desse jeito, mas foi a primeira vez que eu vi alguém ficando com raiva por ela ter me insultado.
- transviada?! Qual a porra do seu problema?! Realmente acha que pode falar o que quiser da minha garota só porque é mãe dela?! - billie perguntou aumentando o tom de voz de um jeito que fez até eu mesma me encolher. Meu irmão saíu do meu colo e se escondeu atrás da poltrona, igual toda vez que meus pais começavam a brigar entre si ou comigo, o garotinho odiava brigas, sempre chorava quando isso acontecia.
- essa é minha casa, senhorita baird, e eu chamo minha filha como eu quiser! Saskia me da mais vergonha do que eu posso aguentar, então o mínimo que pode me fazer é deixar nossa família em paz! - minha mãe gritou de volta, e eu percebi que billie se segurava para não voar nela. Rápidamente fui até a de cabelos pretos segurando sua mão tentando fazer ela se acalmar.
- se quer saber, sua filha é uma pessoa incrível, e ao invés de tirar da sua cabeça que ela te da qualquer motivo para tratá-la assim, deveria cuidar de sua própria vida e descobrir onde seu marido vai toda sexta! - billie gritou de novo, apertou minha mão e saíu pela porta me puxando junto.
Pude ouvir a vozinha do meu irmão, e eu olhei para trás a tempo de ver ele tentar correr atrás de mim, mas billie me fez entrar no carro bem na hora que minha mãe bateu a porta com raiva.
Billie entrou no carro e ficou alguns minutos respirando fundo com o maxilar trincado antes de dar partida no carro e começar a dirigir mais rápido que antes.
- sinto muito. - ela disse quando paramos em um farol vermelho.
- está tudo bem. - eu disse sem olha-la.
- não, eu não cumpri com a minha palavra, você deveria estar lá mas por minha causa-
- não é sua culpa, minha mãe é uma vadia, sempre foi. - eu disse lhe olhando nos olhos. - obrigada por me proteger, ninguém nunca fez algo assim por mim.
A expressão de billie se suavizou e ela sorriu minimamente, me roubando um selinho e voltando a dirigir logo em seguida. Em certo momento ela tirou uma das mãos do volante e a entrelaçou com a minha a deixando na minha coxa. Ao perceber que eu não iria tirar ela se encostou no acento enquanto dirigia com uma postura um pouco mais leve.
Não demorou muito para chegarmos na casa de maggie, porque como eu disse, billie dirigia como se estivesse fugindo da polícia depois de ter feito o Massacre de Columbine.
Billie ainda não tinha largado minha mão quando entramos na casa de sua mãe, e isso foi a primeira coisa que mia viu, mas ela não teve tempo de reclamar já que Finneas correu até nós, mais especificamente até billie.
- Cláudia fugiu!
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Falling In Love With The Devil - B.E. - G!P
RomanceSaskia passou a vida tendo seu pai como o herói, o homem perfeito que sempre esteve lá por ela, mas tudo isso mudou em seu aniversário de dezoito anos. Quando uma garota desconhecida lhe jogou toda a verdade em sua cara. Seu pai não era um homem bom...