THIRTY SEVEN

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Billie POV

Os últimos mêses haviam sido completamente terríveis, se por acaso eu pensava que iria me aproximar de saskia, eu estáva completamente errada. Não que eu também estivesse facilitando as coisas.

No mês retrasado, quando ela desapareceu de novo tive a impressão de que ela tinha me visto com mia, e só tive minha confirmação quando no dia seguinte, a única coisa que ela queria fazer era descarregar tudo o que sentia em mim. Não podia culpa-la, afinal se eu a tivesse visto transando com outro alguém depois de ter falado tudo o que eu falei, eu com certeza estaria pior do que ela, mas precisava daquilo? Qual é, não que eu esteja me achando a boa samaritana do ano, mas ouvir aquilo tudo da garota que você gosta era demais até pra mim.

Nós primeiros dias a garota não parou em casa, mas depois acabou por se cansar de tanto sair, e agora se eu a via fora do quarto duas vezes por dia, era muito.

- babe? que horas são? - ouvi a voz sonolenta de mia, me fazendo olhar para a loira que estáva deitada ao meu lado. Isso era uma das coisas que eu sentia falta, quando saskia tirou todas as suas coisas desse quarto eu ainda estava com raiva, então de jeito nenhum eu iria atrás dela para pedir que dormisse comigo pelo menos por aquela noite, eu fui atrás de mia, o que foi o meu maior erro. Mia se achou dona do quarto, entráva e saía quando queria e se algum dia eu soube o que era privacidade ela já não existia.

- seis da manhã. - falei voltando a me focar no MacBook em meu colo, não que eu estivesse focada antes, para ser mais exata, eu estáva mil vezes mais focada em pensar se eu não poderia só ir até o quarto de saskia. Odiava admitir, mas estáva com saudade, muita saudade, eu realmente nunca a via ao longo desses mêses, então mesmo se ela me xingasse, já serviria de muita coisa.

- por que acordou tão cedo? Vem, volta a dormir. - ela falou pegando em minha mão e me olhando com um biquinho.

- estou ocupada.

- você sempre está ocupada. - ela falou bufando e se sentando na minha cama.

- eu sou a capo de uma mafia, mia, é óbvio que sempre estou ocupada. - falei sem olhar para ela.

- sempre está ocupada pra mim, mas tenho certeza que se a saskia aparecesse aqui você já teria ido perguntar o que ela quer, e até se fosse a coisa mais banal você iria fazer! - ela falou se levantando irritada e eu revirei meus olhos.

- cala a boca, mia, você não sabe o que fala. - eu disse fechando o MacBook e lhe dando um olhar sério fazendo ela rir de raiva.

- vai se fuder, eilish! - ela disse antes de ir até a porta, mas quando tentou abrir não conseguiu. - você trancou ontem?

- não está trancada. - eu falei confusa me levantando e indo até a porta, mas quando tentei abrir, a porta ainda assim não abriu. - merda.

- cadê a chave? - ela perguntou sem muita animação.

- aqui é que não está. - falei voltando para a cama apenas para pegar meu celular na mesinha de cabeceira, mas assim que liguei franzi minha testa ao notar que estava sem sinal.

- o que foi?

- está sem sinal. - falei começando a me preocupar.

- ótimo. - ela disse indo até a porta novamente e começando a gritar. - TEM COMO SER MENOS INFANTIL SASKIA?! TIRA A GENTE DAQUI CARALHO! - ela gritou mas ao invés de obter uma resposta da azulada, os únicos barrulhos ouvidos foram o de uma porta sendo arrombada, seguindo de as janelas, que eu deduzia serem da sala, sendo quebradas e tiros vindos do andar de baixo. - billie?

- vai pro banheiro! - mandei indo até a porta e tentando força-la a abrir. Fiquei nessa por bons minutos até começar a ouvir gritos vindos do andar de baixo. Mas um grito alto chamou minha atenção, e eu implorei a toda e qualquer entidade para que nenhum daqueles fosse de saskia.

Não me importava se estávamos ou não brigadas, eu me imporatava com aquela garota por mais que odiasse admitir.

Mais gritos foram ouvidos, e quanto mais os barrulhos iam ficando mais altos, mais desesperada eu ficava.

Em certo momento, mais nenhum grito foi ouvido, e se os gritos já me desesperavam, não ouvir nenhum só aumentou mais isso.

Em certo momento eu respirei fundo, e ao perceber que não importava o que eu fizesse a porta não se abria, eu corri até o closet abrindo uma gaveta, tirando um fundo falso e pegando minha arma. Corri de volta para a porta atirando no trinco, e quando a porta abriu eu imediatamente praguejei por não ter tido essa ideia antes.

Quando finalmente consegui sair do quarto corri até o andar de baixo, não queria aceitar mas pensar que saskia não teria conseguido se defender e algum daqueles gritos era dela, era o que me dava mais medo, Mas todo esse pensamento foram pelo ralo quando eu cheguei no começo da escada para o primeiro andar.

As paredes antes bracas estavam banhadas de sangue, igual aos moveis do andar de baixo, vários corpos, alguns desfigurados e outros irreconhecíveis, faziam pilhas ao redor da garota pequena no centro da minha sala.

Ela segurava uma faca, tão ensanguentada quanto o resto de seu corpo que estáva encharcado com o sangue das pessoas que estávam na pilha.

Ela estáva quieta, apenas olhando o estrago que havia feito, então quando uma mulher correu até ela eu pensei que a garota fosse ser atacada. Mas não foi isso que aconteceu.

Saskia desviou imediatamente, pegando a faca na mão da mulher pela lâmina, mas não pareceu se importar. Ela arrancou a faca das mãos da mulher jogando longe, tornando agora ela em sua vítima.

A mulher deu alguns passos para trás, eu até pensei que ela fosse conseguir fugir mas isso não aconteceu. Saskia puxou ela por trás cortando sua garganta imediatamente fazendo mais sangue respingar e deixando a mulher cair no chão enquanto assistia ela se engasgar até a morte.

- saskia? - chamei quase em um sussuro implorando para que aquilo fosse apenas um pesadelo. Ela não faria isso, era só a saskia, a minha saskia.

A atenção da mais nova se voltou para mim, mas não era como se ela realmente estivesse alí. Saskia suspirou andando até as escadas e subindo, sujando todos os degraus com sangue.

- saskia... - eu murmurei novamente desacreditada quando ela parou na minha frente. Agora eu conseguia ver melhor, ela não tinha um arranhão, nada, não havia nem ao menos uma lesão, apenas sangue que com certeza não era dela.

Mas por mais que toda a cena fosse completamente terrível, saskia olhava nos meus olhos mordendo as bochechas como se fosse só uma criança que fez algo errado.

- o que a gente faz agora? - ela perguntou baixo, quase de forma inaudível. Soltei o ar que nem sabia que estáva segurando e olhei novamente para os corpos na minha sala e voltando a olhar para saskia.

Eu peguei em sua mão tirando a faca de lá e jogando ela longe junto com a minha arma, logo em seguida pegando saskia no colo.

- vem, você precisa de um banho. - foi o que eu disse andando com a garota até seu quarto, já que com certeza mia estava no meu.

Se era a coisa certa a se falar em um momento como esse? Óbvio que não! Mas o que eu iria falar?!

Eu tinha acabado de ver uma pilha de corpos enquanto minha esposa segurava uma faca em frente a eles, e como uma confirmação eu tinha visto ela matar outra pessoa sem a mínima preocupação. Como caralhos alguém espera que eu lide bem em segundos depois de descobrir que nenhum daqueles gritos vinham de saskia, e sim da porra de uma chacina que minha esposa havia feito na sala da minha casa?!

Minha única reação tinha sido ir até o quarto e deixar saskia tomar banho, e colocar ela na cama logo em seguida. Mas mesmo assim eu não aguentei ficar queita todo esse tempo.

- como fez aquilo? - eu perguntei lhe olhando séria quando ela já estáva quase dormindo. Pensei que não fosse me responder, mas ela abriu os olhos me olhando da mesma maneira que olhava para a pilha de corpos a pouco tempo atrás.

- eu estava irritada. Você me deixou irritada.

Falling In Love With The Devil - B.E. - G!POnde histórias criam vida. Descubra agora