Quando coloquei meus pés na sala de visitação foi inevitàvel sentir medo de que eu acabasse esbarrando com Lisa, mas o que me consolava era que ela só tinha a mim.. Parando pra pensar, isso é bem triste, porque nesse momento ela não tem nem a mim mais.
Eu me sentia realmente estranha, sabendo que Lisa
estava em algum lugar atrás daquela grade que separava um corredor da sala de visitas. Confesso que eu sentia vontade de atravessar a grade correndo quando os guardas abrissem para alguma detenta, mas além de ser uma loucura e eu ir presa por isso, tenho certeza de que Lisa não olharia na minha cara. Não a culpo, o que fiz com ela é motivo o suficiente para que ela me odeie pelo resto da vida. Mas isso não anula o fato de eu querer estar com ela,
mesmo que seja para ela devolver tudo que eu lhe fiz de mal. A única coisa que me impede de tentar alguma loucura é o fato do Leo precisar de mim. Eu já fiz demais tirando da vida dele a própría mãe, não posso fazer isso mais uma vez.
— O que quer comigo? — acordei dos meus devaneios
quando uma mulher, que julguei ser Sarah, se sentou
na minha frente.
— Sarah Paulson? — perguntei.
— A própria.
— Vou direito ao ponto — ela assentiu. — Você recebeu
uma proposta para matar Lalisa Manoban. Quero lhe fazer
uma contraproposta. — ela se inclinou para frente, apoiando seus cotovelos na mesa, demonstrando estar interessada no que eu tinha para dizer.
— Prossiga.
— Quanto ele te pagou por esse "serviço"? — ela sorriu
de lado.
— Acho que isso não é da sua conta.
— Tem certeza? — inclinei a cabeça levemente para o
lado. — Tenho grana o suficiente pra tornar qualquer
assunto da minha conta. — ela ficou pensativa antes
de finalmente falar.
— 200 mil dólares.
— Eu pago o dobro. — falei sem hesitar. Sarah arqueou
uma das sobrancelhas.
— O que quer que eu faça com ela? Desmembramento
eu cobro mais caro, até porque é mais arriscado quando se está em uma prisão.
— Não quero que faça nada. Não encoste nela que a o
dinheiro é todo seu. — ela riu.
— Vai me pagar 400 mil só para que eu não a mate? — assenti. — Você é maluca. — falou enquanto ria.
— Talvez. Mas essa não é a única parte da proposta.
Quero que você se aproxime dela, torne-se alguém
em quem ela confia e que me mantenha sempre
informada sobre ela.
— Espera, você está querendo que eu me torne
"amiquinha" dela? — deu uma risada debochada. — É isso?
— É exatamente isso.
— Nem fudendo, garota. Não gosto de companhia, sou
uma loba solitária. — humedeci um pouco os lábios e
sorri.
— Suponho que você queira sair daqui pra gastar toda essa grana que você conseguiu de uma forma tão rápida e fácil, estou certa? — ela não respondeu. — Se você fizer o que eu estou mandando, te garanto a sua liberdade. — ela franziu o cenho.
— Minha liberdade? — eu assenti. — Como pretende fazer isso?
— Sou boa nesse tipo de coisas. Mas de qualquer forma eu só vou te tirar daqui se Lalisa estiver com você, e ela só vai vir com você se ela tiver confiança em você, e é por isso que você deve se aproximar dela. — Sarah olhou em meus olhos por alguns segundos e suspirou.
— Supondo que eu aceitasse, por quanto tempo eu
teria que fingir ser amiguinha dela?
— O tempo que fosse necessário. Essas coisas não são fáceis, eu teria que estudar feito uma louca para prever qualquer imprevisto que possa acontecer antes que ele de fato aconteça, ainda mais que eu não sei como as coisas funcionam aí dentro. Eu precisaria saber quantos funcionários atuam em cada turno, os horários de intervalo, tanto de vocês quanto dos guardas, se eles tem armas letais guardadas em algum lugar, a planta da prisão. Enfim, é muita coisa a ser estudada e esse é um dos principais motivos para eu precisar de uma infiltrada. Eu sou o cérebro, mas preciso que você seja meus olhos e ouvidos aí dentro.
— E por que não chamou ela para ser os seus olhos e
ouvidos?
— É uma longa história. Prefiro que ela não saiba que
eu estou por trás disso. Isso seria um segredo nosso.— ela suspirou mais uma vez.
— Como seria a nossa comunicação?
— Pensei em duas formas: visitas como essa e por meio de celulares. Se você souber de uma brecha na segurança onde seja possível entrar um celular, posso mandar um pra você ainda hoje.
— A cozinha é o lugar mais frágil da prisão. Conheço pessoas que podem receber a entrega pra mim.
— Ótimo! Então temos um acordo? — estendi a mão em sua direção. Ela olhou por alguns segundos, mas logo tratou de segurar a minha mão e apertar.
— Sim, nós temos um acordo. — soltou minha mão e se levantou. — A propósito, sua amiguinha faz muito sucesso aqui dentro. — franzi o cenho e ela fez um sinal com as mãos, indicando algo grande. Suspirei quando entendi do que ela estava falando. Ela riu. — Até mais, bonequinha.
Dias atuais..
— Uau... — Irene falou. — Acho que estou apaixonada por
você. — brincou. — Sério, você é foda demais.
— Cai fora, banana nanica! Essa deusa empoderada é
todinha minha. — eu ri com a fala de Lisa, que logo veio até mim e me abraçou por trás. — Você é incrível. Nunca ouse pensar o contrário. — beijou minha bochecha e eu sorri
— Quando eu era pequena meu sonho era ser um castiçal, só pra ficar segurando vela para os outros.— Irene falou com cara de bunda, me fazendo rir mais uma vez.
— Isso foi hoje cedo? Porque até onde eu sei, você ainda é pequena. — Lisa rebateu. A menor pegou toda a sua ousadia e mostrou o dedo do meio Lalisa, que rebateu me virando de frente para ela e me beijando.
— AAAH, PELO AMOR DE DEUS! — foi a vez de Lili rir
entre o beijo, o separando em seguida.
— Fica com inveja não, eu descolo uma namorada pra você. Você gosta de loiras, morenas ou ruivas? — Lisa se aproximou da menor com um sorriso brincalhão.
— Vamos trocar de assunto por favor?! — a menor pediu, nitidamente constrangida.
— Okay. Voltando ao assunto anterior, tem mais alguma coisa sobre você que eu ainda não sei? — Lisa perguntou se direcionando a mim e eu mordi o lábio inferior.
— Na verdade tem...
— Meu Deus, garota, você parece uma caixinha cheia
de segredos. — dei uma risada nasal com o que Irene disse
— Devo me preocupar com esse "segredo"? — Lisa perguntou séria.
— Isso depende muito do seu ponto de vista... — olhei
para o chão por alguns segundos com um sorrisinho
bobo nos lábios, enquanto colocava o cabelo atras
da orelha. Voltei a encara-la. — Eu estou grávida. — os
olhos das duas se arregalaram.
— O-0 que? — a voz de Lalisa falhou.
— Você vai ser mãe de novo, meu amor. — ela se aproximou de mim e me pegou no colo, me girando no ar enquanto um enorme sorriso tomava conta do seu rosto. Quando por fim me colocou novamente no chão, me beijou com vontade, e obviamente eu retribui.
— Eu te amo. — sussurrou entre o beijo, me fazendo
sorrir
— Eu te amo muito mais.
Lalisa me abraçava com força, parecia ter medo que eu escapasse, mas a verdade é que eu estava amando estar em seus braços.
Fazia um tempo que a minha menstruação estava atrasada, mas eu só queria falar quando tivesse a certeza, que era o que eu tinha naquele momento.
— Opaaa! Vai rolar suruba? — a voz de Jisoo soou atrás de nós, fazendo com que nos separassemos. Olhei para as duas garotas que haviam acabado de entrar no cubículo
— Estão atrasadas. — falei.
— Foi mal. — foi a vez de Roseanne falar. — Bom, a reunião já pode começar.
— Na verdade não, tenho que ir agora. — dei um selinho
demorado em Lisa. — Até mais tarde, amor. — ela sorriu e me deu mais um selinho. Me afastei e fui até a saída.
— Caralho, eu vou ser mãe de novo.... — foi a última
coisa que ouvi antes de me afastar completamente.
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ᴡᴇʟᴄᴏᴍᴇ ᴛᴏ ᴘʀɪsᴏɴ - ᴊᴇɴʟɪsᴀ ɢ!ᴘ
FanfictionQuando você faz parte do mundo do crime, o otimismo te proíbe de se imaginar algemado dentro de uma viatura. Na sua cabeça, você se torna invencível a cada crime realizado com sucesso. Você acredita com todas as suas forças a polícia nunca vai te p...
