💢Prudence💢

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27 horas antes da fuga...

Era uma madrugada fria e silenciosa, alguns guardas
tiravam um cochilo, outros cumpriam seus turnos
com excelência, mas o que realmente importa é que
em meio a centenas de detentas adormecidas, cinco
delas estavam acordadas aguardando um sinal que
as deixariam um passo mais próximas da liberdade.

Cada uma delas tinha uma função importante dentro
do plano, por isso era necessário que todas ficassem
atentas. Não podia haver erros em nenhuma das
etapas do plano, era de suma importância que tudò
carresse exatamente como Jennie havia planejado,
pois um erro, mesmo que fosse mínimo, poderia
resultar em uma pena aumentada em uma prisão de
segurança máxima, o que tornaria tudo mais difícil.

Embora fosse um plano complexo e que exigiria
muito das cinco mulheres, o fato de Jennie Kim ter
pessoas do lado de fora tornava a missão infinitas
vezes mais fácil, mas mesmo com toda a ajuda elas
teriam que ser cautelosas para que nenhum rastro
fosse deixado para trás.

Elas souberam que estava na hora assim que as luzes vermelhas que indicavam que as câmeras de segurança estavam ligadas se apagaram. Um dos homens da Kim havia cortado a energia da prisão, mas era uma questão de tempo até que o gerador de energia fosse ligado, porém Jennie  sabia que o gerador estava no modo de iniciação
manual, e que, quem quer que fosse liga-lo, levaria no mínimo cinco minutos para chegar até a lavanderia, que é onde ele ficava.

O escuro era o maior aliado das cinco mulheres
naquele momento, e por isso Roseanne e Jisoo ficaram encarregadas de interceptar o carcereiro que fosse ligar o gerador, se certificando de que ninguém mais tentaria liga-lo até que fosse a hora certa.

Lisa e Irene ficaram com a tarefa de invadir a sala de vigilância, prendendo a pessoa responsável pelo local. Apesar dos equipamentos que tinham naquela sala estarem inutilizáveis por conta da falta de energia, Irene precisava ter controle sobre o local, já que quando a energia voltasse ela teria que passar um pente fino nas imagens captadas pelas câmeras de segurança nos últimos cinco anos.

Jennie, por sua vez, resolveu aparar as pontas soltas que tinham em seu plano antes de pensar em seguir a sua parte.

Pov Jennie

Só existe um motivo para que eu nunca tivesse sido presa antes: prudência.

Ser prudente é um requisito mínimo quando se está no mundo do crime. É mais que uma obrigação que tomemos decisões bem pensadas, prevendo qualquer  tipo de erro que possa vir a acontecer no futuro. Nunca se sabe quando uma "ponta solta pode jogar toda a merda no ventilador e acabar te fudendo".

E por isso eu estava ali, naquele corredor escuro, iluminado apenas pela luz da Lua, que invadia o local através das janelas que eram protegidas por grades.

O corredor era vigiado por apenas um guarda que, por coincidência, dormia pesadamente em uma cadeira de metal, tornando minha missão alí muito mais fácil.

Me aproximei do homem e sem muita enrolação segurei em sua cabeça e a torci para o lado, quebrando seu pescoço como se fosse um graveto.

Deixei o corpo para trás e segui até a porta que Edgar havia me indicado. Assim que a abri, pude vê-la sentada em sua cama com os cotovelos apoiados nos joelhos enquanto encarava o chão.

— Imaginei que viria atrás de mim quando chegasse a
hora. — me encarou. — Afinal, eu posso ser um grande
problema para você no futuro, não é? — Sarah riu.

— Então suponho que já tenha pedido perdão a Deus
pelos seus pecados. — um sorriso de lado brincou em
seus lábios ao se levantar e se aproximar, ficando a
menos de um passo de mim.

— Não, querida. Prefiro queimar no fogo do inferno junto com você. — ela colocou uma mecha de cabelo que caía sobre meu rosto atrás da minha orelha. — É mais divertido.

— Que pena que hoje só temos uma passagem para o inferno. — peguei uma das armas que estavam em minha cintura. Eu estava com duas porque Irene não quis nem chegar perto da pistola, segundo ela, Deus a reprovaria se ela sequer encostasse em uma arma. — E, ao que tudo indica, essa passagem está reservada em seu nome.

— O que vai fazer? Vai atirar em mim? — debochou.
— Você é mais inteligente que isso, não? — embora eu estivesse armada, minha intenção não era gastar munição com Sarah, até porque o barulho do tiro chamaria uma atenção indesejada que consequentemente estragaria tudo. Pensado nisso, optei pelo jeito mais silencioso.

— Eu nunca disse que atiraria. — falei antes de acertar
uma coronhada em sua cabeça que a fez cair desacordada no chão.

Eu poderia acabar com Sarah facilmente com ela desacordada, mas meu lado psicopata não se contentaria em matar uma pessoa desmaiada, perderia totalmente a graça.

Coloquei a arma em minha cintura novamente e olhei envolta, pensando em uma forma de fazer aquilo. Passei por cima de Sarah com cuidado para não pisar encima dela e me aproximei de sua cama, pegando o travesseiro e o jogando no chão, ao lado seu lado.

Voltei a me aproximar de Sarah. Uma de suas mãos estava no chão, virada com a palma para baixo, exatamente como eu queria, no entanto a outra não. Sua mão direita estava sobre sua barriga, e por isso chutei levemente seu braço para que sua mão caísse e, ficasse como a outra. Me posicionei encima de Sarah com uma perna em cada lado de seu corpo e me ajoelhei sobre suas mãos.

Por que tudo isso? A resposta é simples. Eu precisava travar seus movimentos de defesa, mas minhas mãos estariam ocupadas demais para fazer isso, logo, o melhor jeito seria usar meus joelhos, e para evitar que meu DNA estivesse em suas unhas, era necessário que suas mãos estivessem viradas para o chão. É tudo uma questão de lógica. Ela não iria me deixar fazer o que eu quisesse sem tentar ao menos se defender.

— Acorde! — falei antes de acertar um tapa forte em
seu rosto, — Vamos, Sarah! Eu não tenho a noite inteira. —  acertei mais um tapa e foi aí que ela abriu os olhos, embora eu soubesse que ela tinha acordado no primeiro. Sorri. —  Boa garota, — olhou envolta meio confusa, mas logo pareceu se lembrar do que estava acontecendo.

— Ainda não me matou? — perguntou tentando se soltar, mas não obtendo sucesso. Sinal de que minha prudência havia sido útil mais uma vez. — No seu lugar, eu já estaria morta a muito tempo. Patético. — eu ri

— Não tem muita graça matar pessoas desacordadas... É mais divertido vê-las se debatendo enquanto procuram desesperadamente por ar. peguei o travesseiro ao seu lado. — Bom, pelo menos eu acho. — falei antes de forçar o travesseiro contra seu rosto, a sufocando.

Não demorou nada para que Sarah começasse a se debater embaixo de mim, me incentivando a forçar ainda mais o travesseiro. Quanto mais ela tentava se soltar, mais motivada eu me sentia.

Eu sempre gostei da sensação de decidir entre a vida e a morte de uma pessoa, eu me sentia como uma deusa poderosa e invencível. Era algo prazeroso e, ouso dizer excitante

Quando Sarah parou de se debater fiquei mais um tempo com o travesseiro em seu rosto para ter total certeza de que meu trabalho alí estava feito. Eu não estava disposta a correr o risco dela estar apenas desacordada, e por isso, mesmo depois de um bom tempo a sufocando, fiz questão de checar seu pulso e respiração.

Me levantei quando tive 100% de certeza de que Sarah estava morta e sorri, vendo seu corpo sem vida jogado no chão. Rasguei um pedaço do seu uniforme caqui e sai da sua cela solitária com o pedaço de pano em mãos. Aquilo não era uma espécie de troféu ou algo do tipo, mais uma vez era apenas prudência.

Fechei a porta da solitária e esfreguei o pano por todo o local que eu havia tocado, tomando cuidado para que eu não deixasse passar nem um centímetro que fosse. Assim que terminei, jogueje pedaço do uniforme de Sarah no chão e sai corredor à fora, indo para a minha próxima parada, a sala de descanso dos carcereiros.

ᴡᴇʟᴄᴏᴍᴇ ᴛᴏ ᴘʀɪsᴏɴ - ᴊᴇɴʟɪsᴀ ɢ!ᴘOnde histórias criam vida. Descubra agora